Páscoa
DEUS, RICO EM MISERICÓRDIA
30-01-2008 Visualizações: 269
Aqui está uma leitura espiritual que pode gerar muitos frutos na tua vida. Foi tirada da encíclica de João Paulo II sobre a misericórdia (número 8):
“A Cruz de Cristo sobre o Calvário é também testemunha da força do mal em relação ao próprio Filho de Deus: em relação Àquele que, único dentre todos os filhos dos homens, era por sua natureza absolutamente inocente e livre do pecado, e cuja vinda ao mundo foi isenta da desobediência de Adão e da herança do pecado original. E eis que precisamente nEle, em Cristo, é feita justiça sobre o pecado à custa do Seu sacrifício, da Sua obediência até à morte. Aquele que era sem pecado, Deus O tratou, por nós, como pecador.
É feita justiça também sobre a morte, que, desde o início da história do homem, se tinha aliado ao pecado. E esse fazer-se justiça sobre a morte realiza-se à custa da morte daquele que era sem pecado e o único que podia, mediante a própria morte, infligir a morte à morte. Deste modo, a Cruz de Cristo, na qual o Filho consubstancial ao Pai presta plena justiça a Deus, é também revelação radical da misericórdia, ou seja, do amor que se opõe àquilo que constitui a própria raiz do mal na história do homem: opõe-se ao pecado e à morte.
A Cruz é o modo mais profundo de a divindade se debruçar sobre a humanidade e sobre tudo aquilo que o homem, especialmente nos momentos difíceis e dolorosos, considera seu infeliz destino. A Cruz é como que um toque do amor eterno nas feridas mais dolorosas da existência terrena do homem, é o cumprir-se cabalmente o programa messiânico, que Cristo um dia tinha formulado na sinagoga de Nazaré e que repetiu depois diante dos enviados de João Batista. Segundo as palavras da profecia de Isaías, tal programa consistia na revelação do amor misericordioso para com os pobres, os que sofrem, os prisioneiros, os cegos, os oprimidos e os pecadores. No mistério pascal são superadas as barreiras do mal multiforme de que o homem se torna participante durante a existência terrena.
Com efeito, a Cruz de Cristo faz-nos compreender as mais profundas raízes do mal que mergulham no pecado e na morte, e também ela se torna sinal escatológico. Será somente na realização escatológica e na definitiva renovação do mundo que o amor vencerá, em todos os eleitos, os germes mais profundos do mal, produzindo como fruto plenamente maduro o Reino da vida, da santidade e da imortalidade gloriosa. O fundamento dessa realização escatológica está já contido na Cruz de Cristo e em sua morte.
O facto de Cristo ter ressuscitado ao terceiro dia constitui o sinal que indica o...
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