As Origens
Segundo o historiador Pe. Miguel Augusto de Oliveira, a etimologia da palavra Guetim, teve origem na fauna que em tempos remotos habitava estes lugares, os gatos bravos. Já Joseph Piel, advoga que a palavra Guetim era oriunda de Wît, que é o mesmo que dizer: "castigo dado em tribunal".
A Freguesia de Guetim remonta à antiguidade. Já era conhecida no tempo do Governo do Conde D. Henrique, desde a reconquista Asturo-Leoneza.
Guetim foi escolhido desde tempos remotos pelo Bispado do Porto para nela ser implantado um celeiro colector de impostos. Estes eram pagos com cereais e vinho pelas vizinhas Freguesias de Seixezelo, Mozelos, Oleiros, Nogueira da Regedoura, Anta, Silvalde e S. Félix da Marinha.
No ano de 1708 possuía 43 habitantes e tinha em 1796, 25 fogos, pois era terra senhorial com os seus caseiros.
Um dos mais extraordinários bens que a paróquia possui é o Relicário do Santo Lenho da Vera (Bela) Cruz. Em volta desta Santa e Veneranda Relíquia paira a lenda e o mistério. Lenda pelo modo como, conta o povo, a Santa Cruz mostrou interesse em pertencer a Guetim. Mistério porque ainda hoje além de não conseguirmos datar o início da sua posse pela nossa Igreja, não compreendemos como foi possível tão grande e valioso tesouro artístico tornar-se presença de uma humilde e insignificante paróquia rural e ter conseguido atravessar séculos e séculos intacta…
Conta o povo que a Santa Cruz era pertença da Igreja de Silvalde e de Silvalde, ao tempo, veio até Guetim em procissão. Na nossa Igreja não entrou a Santa Cruz de frente para o Santíssimo, mas sim às arrecuas! Entrou e nada de anormal se passou na altura. De novo voltou, em procissão, para terras de Silvalde e… inexplicavelmente ao outro dia Ela cá estava no altar-mor da nossa Igreja.
Os de Silvalde ao darem pela sua falta e ao saberem onde Ele estava, vieram de novo em procissão até Guetim para a levarem, mas… de novo ao outro dia Ela inexplicavelmente se encontrava no altar-mor da nossa Igreja.
A Actualidade
Pelo último censo (2001), a Freguesia de Guetim tinha 411 fogos e uma população de 1.519 habitantes, sendo 738 do sexo masculino e 781 do sexo feminino.
Até ao dia 11 de Outubro de 1926 a Freguesia de Guetim pertenceu ao Concelho de Vila Nova de Gaia, passando a partir dessa data a pertencer ao Concelho de Espinho. Em Outubro de 2000 por deliberação dos Órgãos Autárquicos, institui-se a data de 11 de Outubro como Dia da Freguesia.
Na primeira semana de Agosto realizam-se, as Festas em honra do Padroeiro, Santo Estevão e de Nª. Sª. da Guia.
Heráldica
Os elementos escolhidos para o brasão de armas da Freguesia de Guetim relacionam-se directamente com a Freguesia:
- a Cruz de Cristo, figurada no padrão do lugar da Igreja e no relicário do século XVII.
- a maçaroca de milho alusiva a uma cultura tradicional da região.
- o cacho de uvas representando outra produção agrícola regional.
- o mar, representado por um ondulado, salienta a conexão com o concelho de Espinho.
O metal escolhido para o campo do escudo foi o ouro, alusivo à riqueza e franqueza da Freguesia e suas gentes.
O vermelho da cruz de Cristo simboliza a coragem, o valor, o esforço e a generosidade dos habitantes.
No que respeita ao vermelho e ao verde utilizados na representação das maçarocas de milho, aludem às maçarocas de milho-rei que, por serem raras, são preciosas.
Quanto à cor púrpura dos cachos pretende representar a qualidade e a abundância das uvas produzidas na Freguesia.
Finalmente, o mar é representado por um ondulado de verde e prata.
Localização
A Freguesia de Guetim localiza-se na província do Douro Litoral, no Distrito de Aveiro, Concelho de Espinho, sendo a Freguesia que se situa mais a norte deste Concelho.
Com uma área de 2,5 Km2 dista 18 km do Porto e 50 km de Aveiro.
Fonte:
www.jf-guetim.pt
Rodrigues, Albertino Amaro de Sousa. Sto. Estêvão de Guetim- A paróquia. Edição particular do autor, 1987.