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Últimos achados astrofísicos e a criação na Bíblia
- 05-06-2015
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Últimos achados astrofísicos afinamcom a narração bíblica da Criação
Anunciadanos EUA uma descoberta que é um marco para a astrofísica
Lideradospelo astrónomo John M. Kovac, pesquisadores do Harvard-Smithsonian Center forAstrophysics, da Universidade de Minnesota, do California Institute ofTechnology, da Universidade de Stanford e do Jet Propulsion Laboratory da NASAanunciaram a descoberta da “primeira evidência direta” daquilo que oscientistas chamam de “inflação cósmica”.
A expressãoindica a teoria segundo a qual, no segundo imediato ao “Big Bang”, o universoexpandiu-se a uma velocidade inimaginável.
O “Big Bang”(ou “grande explosão”) é a teoria que prevalece na ciência a respeito da origemdo mundo, embora com muitas variantes segundo os diversos postuladores.
O novotrabalho também forneceria a primeira demonstração da existência das ondasgravitacionais, ondulações do espaço-tempo, previstas por Albert Einstein, masnunca detectadas.
Ospesquisadores trabalham no Observatório BICEP2 (Background Imaging of CosmicExtragalactic Polarisation), um radiotelescópio instalado no Polo Sul.
A descoberta“fornece-nos uma janela sobre o universo no seu comecinho”, explicou o físicoteórico Lawrence Krauss, da Universidade Estadual de Arizona State University,que não está engajado no trabalho.
Para Krauss,os achados constituem o maior passo da astrofísica nos últimos 25 anos, poisconstituiria um dos maiores avanços na compreensão da formação inicial douniverso, comentou o Times of Israel.
Ospesquisadores expuseram a sua descoberta em conferência de imprensa noHarvard-Smithsonian Center for Astrophysics de Cambridge, Massachusetts,informou The Jerusalem Post.
“Este é o smoking gun da inflação cósmica” –comentou Marc Kamionkowski, físico teórico da Universidade Johns Hopkins.
Para um cientistanão-católico a descoberta confirma a Criação
Dr. NathanAviezer
Adescoberta, entretanto, não teve repercussão só na ciência.
O professorNathan Aviezer, da Universidade Bar Ilan, de Israel, e autor do livro In theBeginning (No começo), explicou que a descoberta vem em apoio do primeiroversículo do Génesis, escreveu oThe Jerusalem Post.
Segundo oProf. Aviezer, a teoria do Big Bang defende que o universo no primeiro instanteteve a aparência de uma enorme bola de luz, resultado da Grande Explosão (o BigBang).
Segundo oProf. Aviezer, esta teoria científica, acrescida das novas descobertas, encaixa-seperfeitamente com o Génesis, que ensina: “Deus disse: ‘Faça-se a luz!’ E a luzfoi feita” (Gen 1:3).
Por sua vez,o escritor e colaborador do Jerusalem Post, Izzy Greenberg, comentou o factoincontroverso: “Quando perguntamos como é que o mundo foi criado, podemosconcluir que houve um ‘Big Bang’ e, portanto, um ‘Big Banger’ [Deus], pois aciência não pode dizer o que é que causou o início, por que aconteceu e quandoaconteceu”.
A Bíblia nãoé um livro científico, da mesma maneira que os livros científicos não sãotextos bíblicos ou dogmáticos. Misturar uma coisa com a outra é um mau serviço.Mas compreender as concordâncias entre um campo e outro, é um fator deprogresso.
Segundo oProf. Joseph Silk, da Universidade da Califórnia e autor de recente livro sobrecosmologia moderna, “o Big Bang é a versão moderna da Criação do universo”,escreveu The Times of Israel.
No livro Inthe Beginning, o Prof. Aviezer cita até o Prémio Nobel Paul Dirac, daUniversidade de Cambridge: “Dirac diz muito claramente que a teoria do Big Bangimplica em que ‘é certo que o universo começou num momento definido por um ato deCriação’, e Dirac é um grande ateu”.
Agora não épreciso recorrer à Bíblia para defender a Criação por Deus, disse o Prof.Aviezer. “É um exemplo da divina ironia que levou os cientistas ateus comoDirac e todos os outros a considerarem a verdade do Pentateuco. No momentoatual, nós podemos dizer que a Criação é um fato científico”.
O Prof.Aviezer reconhece entrementes que não é finalidade da ciência provarempiricamente a existência de Deus, mas que ele quer apontar como asdescobertas científicas concordam com o texto bíblico.
Teólogomedieval antecipou a teoria cosmológica atual
Porém, oscientistas que gostam de chamar à Idade Média “era da escuridão”, “noitemedieval” e outras denominações poucoelogiosas, tiveram mais uma surpresa.
O físico TomMcLeish e seus colegas da Universidade de Durham, no Reino Unido, desenvolveramequações a partir do tratado De Luce – Sobre a Luz – escrito pelo teólogomedieval e bispo de Lincoln, D. Roberto Grosseteste (1168 – 1253).
E chegaram àconclusão de que a teoria do Big Bang, uma das principais teorias cosmológicasda atualidade, foi elaborada primeiramente por este mestre medieval. E mais,ela está a inspirar os cientistas atuais a melhorarem as suas próprias teorias.
A publicaçãoespecializada The New Scientist dedicou artigos ao mestre medieval, entre osquais “Medieval multiverse heralded modern cosmic conundrums”, traduzido paraportuguês por “Inovação Tecnológica”.
O primeiro aretomar a teoria da expansão do universo no século XX foi o sacerdote, físico eastrónomo belga Mons. Georges Lemaître, (1894–1966) professor de Física naUniversidade católica de Louvain.
Quando osfísicos da Universidade de Durham traduziram do latim o tratado do grande bispode Lincoln do século XIII, e transformaram as suas afirmações em equaçõesmatemáticas, descobriram que o teólogo previu a avançada ideia dos multiversosem 1225.
“Nós tentamos traduzir matematicamente o queele disse em palavras em latim,” disse McLeish. “Então tens um conjunto deequações que podem ser inseridas no computador e resolvidas. Estamos a explorarmatematicamente um novo tipo de universo, que é o que os teóricos das cordasfazem o tempo todo. Apenas estamos a ser teóricos das cordas medievais.”
D. Robertofoi apelidado de Grosseteste pela sua extraordinária capacidade intelectual(Grosse = grande + teste = cabeça). Foi doutor da Escolástica – a mesma escolade Santo Tomás de Aquino e dos grandes mestres medievais – e fundador da escolaFranciscana de Oxford.
Ele estudouas obras de Aristóteles, que explicam o movimento das estrelas incorporando aTerra numa série de nove esferas celestes concêntricas.
Ascoincidências das conclusões de D. Roberto Grosseteste com a teoria cosmológicacontemporânea são estarrecedoras, escreveu The New Scientist.
No tratadoSobre a Luz, Grosseteste propôs que o universo concêntrico começou com um flashde luz emitido a partir de um ponto minúsculo, formando uma grande esfera. Istoé o que os cientistas hoje estão a tentar demostrar empiricamente.
E assimilaridades continuam: Grosseteste propõe que a luz e a matéria sãointimamente relacionadas – essencialmente acopladas.
Quando opulso inicial da luz-matéria em expansão alcançou uma densidade mínima, ouniverso entrou no que ele chamou de um estado perfeito e parou de se expandir.Esta esfera perfeita emitiu então uma forma diferente de luz que ele chamoulumen, a qual se propagou para dentro varrendo a matéria “imperfeita”,comprimindo-a como um floco de algodão.
A regiãomenos densa da luz-matéria que restou pode então chegar ao seu estado perfeitoe cristalizar-se numa nova esfera embutida na primeira, que emitiria então oseu próprio lumen. Este processo repetiu-se até que restou apenas um núcleo dematéria imperfeita, que por sua vez deu origem à Terra.
O reconhecimentoda grandiosidade das ideias do autor medieval pode ser uma forma de reatar oslaços dos cientistas académicos modernos com os seus mestres, escreveu“Inovação Tecnológica”.
Traduzindoem números, a equipe de McLeish descobriu que o modelo resultante produzexatamente o tipo de universo que Grosseteste descrevia: esferas concêntricasque se propagam para dentro.
Ainda hámuito a descobrir, corrigir e acrescentar. Porém, uma coisa parece certa:quanto mais a ciência se aprofunda, mais se aproxima dos seus limites, após osquais aparece o Criador em todo o seu poder e magnificência.
Bibliografia:
A Medieval Multiverse: Mathematical Modelling of the13th Century Universe of Robert Grosseteste, Richard G. Bower, Tom C. B.McLeish, Brian K. Tanner, Hannah E. Smithson, Cecilia Panti, Neil Lewis,Proceedings of the Royal Society A, Vol.: 507, 161-163. DOI: 10.1038/507161a.
History: A medieval multiverse ; Tom C. B. McLeish,Richard G. Bower, Brian K. Tanner, Hannah E. Smithson, Cecilia Panti, NeilLewis, Giles E. M. Gasper, Nature Vol.: 507, 161-163. DOI: 10.1038/507161a.
Fonte: IPCO