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Todo o homem é chamado por Deus a ser um guerreiro
- 09-12-2015
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Todo o homem é chamado por Deus a ser um guerreiro
O homem traz em si a agressividade, o impulso por batalhar, o coração de guerreiro
O nosso Deus é um Deus guerreiro. Esta é uma característica forte Nele e a sua morte de Cruz comprova isto. Para se entregar da forma como Cristo se entregou só um verdadeiro herói poderia ir até ao fim. Somos imagem e semelhança desse Deus e, nós homens, de forma especial, somos chamados por Deus a assumir o papel de guerreiros na luta por causas justas.
No primeiro livro de Samuel, capítulo 17, é dado início à história de David. David era o oitavo filho de Jessé, mais novo e menos preparado para ir à guerra, menos ainda para reinar sobre Israel. Ao ir até ao acampamento do exército israelita, o jovem depara-se com o Filisteu Golias que está a amedrontar as tropas do Rei Saul, pois ninguém tinha coragem de lutar contra ele.
Este trecho da história David mostra bem a sua força, a sua inteligência e disposição em lutar por aquilo que para ele é importante. David revela-se um guerreiro. Mas não um guerreiro qualquer, ele mostra que não basta a um homem ser forte, ele precisa de usar a sua força em causas nobres. David não entra na batalha para ser reconhecido, mas luta pelo seu povo e pela honra do seu Deus.
Hora da batalha
Jesus sabia muito bem quando deveria entrar num comércio montado, a sua ação é expulsar todos e derrubar as mesas (Cf. Mt 21, 12). Jesus lutou pela casa de seu Pai, a sua intenção era ensinar que há certas batalhas que o homem precisa de travar. Da mesma forma, no capítulo 4 do Evangelho de São Lucas 14, 30, Jesus está na sinagoga de Nazaré, no fim dessa leitura vemos que Jesus se retira do meio do povo que deseja lançá-Lo num precipício. Um guerreiro sabe também evitar batalhas desnecessárias.
O homem traz em si a agressividade, o impulso por batalhar, o coração de guerreiro. Isso não é algo ruim, porém hoje não temos referências com quem possamos aprender a usar essa potência de forma positiva. Vemos esse dom perder o seu sentido e a nossa sociedade está cheia de homens que se confundem na sua identidade, deixando-se dominar por prazeres e conquistas pequenas. O Papa Bento XVI diz: “Deus veio ao mundo para despertar em nós a sede pelas grandes coisas”.
Ele precisa de ter firme na sua mente que Deus deseja estar junto com ele nas batalhas. Mas, nos ensinam por aí que somos fracos, que não conseguimos. Como então encontrar um meio de usar a nossa força de forma boa? O Pai quer nos treinar para isso, Ele quer nos dar motivos fortes para usarmos essa força, motivos nobres. O Salmo 144, 1 diz: “Bendito seja o Senhor, meu rochedo, que treina as minhas mãos para a batalha, os meus dedos para o combate”. Sim, Deus quer nos treinar para usar a nossa força quando for preciso.
O homem tem desistido das suas batalhas e com isso toda a humanidade perde. Um casamento, por exemplo, é um motivo pelo qual todo o homem precisa de estar disposto a batalhar e assim também pelos seus filhos, amigos, pela sua fé.
Legado de pai para filho
Na história da humanidade esse legado era transmitido de pais para filhos. Era com o seu pai que um jovem aprendia como usar a sua força. Houve uma ruptura neste ciclo e os pais de hoje não sabem como ensinar os filhos a assumirem o papel de homem, pois também não aprenderam. A nós, cabe buscar em Deus a referência que precisamos. Deus é nosso Pai e Ele quer treinar-nos, quer fazer-nos homens com toda a potencialidade que Ele criou.
Para que possamos encontrar-nos na nossa identidade masculina é preciso que, antes, nos encontremos no coração do Pai, no coração de Deus. Se, primeiro, provarmos da experiência de que somos filhos amados de Deus, poderemos assumir a nossa identidade e com isso retomar o ciclo de pais, que são verdadeiramente pais, e filhos que se sentem filhos.
Somente no coração de Deus conseguiremos encontrar o caminho que nos restituirá ao que realmente somos, homens guerreiros.