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Todo o homem é chamado a ser um guerreiro
- 27-11-2017
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Todo o homem é chamado por Deus a ser um guerreiro
O homem traz em si a agressividade, o impulso por batalhar, o coração de guerreiro
O nosso Deus é um Deus guerreiro. Esta é uma característica forte Nele, e a sua morte de Cruz comprova isto. Para se entregar da forma como Cristo se entregou só um verdadeiro herói poderia ir até ao fim. Somos imagem e semelhança deste Deus e, nós homens, de forma especial, somos chamados por Deus a assumir o papel de guerreiros na luta por causas justas.
No primeiro livro de Samuel, capítulo 17, é dado início à história de David. David era o oitavo filho de Jessé, mais novo e menos preparado para a guerra, menos ainda para reinar sobre Israel. Ao entrar no acampamento do exército israelita, o jovem depara-se com o Filisteu Golias que anda a amedrontar as tropas do Rei Saul, pois ninguém tinha coragem de lutar contra ele.
Este trecho da história de David mostra a sua força, a sua inteligência e disposição em lutar por aquilo que para ele é importante. David revela-se um guerreiro. Mas não um guerreiro qualquer, ele mostra que não basta a um homem ser forte, ele precisa de usar a sua força em causas nobres. David não entra na batalha para ser reconhecido, mas luta pelo seu povo e pela honra do seu Deus.
Hora da batalha
Jesus sabia muito bem quando deveria entrar numa batalha e não temia usar a sua força, se necessário. Quando está no templo de Jerusalém e se depara com um comércio montado, a sua ação é expulsar todos e derrubar as mesas (Cf. Mt 21, 12). Jesus lutou pela casa de seu Pai, a sua intenção era ensinar que há certas batalhas que o homem precisa de travar. Da mesma forma, no capítulo 4 do Evangelho de São Lucas 14,30, Jesus está na sinagoga de Nazaré, e no fim dessa leitura vemos que Jesus se retira do meio do povo que deseja lançá-Lo num precipício. Um guerreiro sabe também evitar batalhas desnecessárias.
O homem traz em si a agressividade, o impulso por batalhar, o coração de guerreiro. Isto não é algo ruim, mas hoje não temos referências com quem possamos aprender a usar essa potência de forma positiva. Vemos esse dom a perder o seu sentido e a nossa sociedade está cheia de homens que se confundem na sua identidade, deixando-se dominar por prazeres e conquistas pequenas. O Papa emérito Bento XVI diz: “Deus veio ao mundo para despertar em nós a sede pelas grandes coisas”.
Ele precisa de ter firme na sua mente que Deus quer estar com ele nas batalhas. Mas, ensinam-nos por aí que somos fracos, que não conseguimos. Então, como encontrar um meio de usar a nossa força de forma correta? O Pai quer-nos treinar para isso, Ele quer dar-nos motivos fortes para usarmos essa força, motivos nobres. O Salmo 144,1 diz: “Bendito seja o Senhor, meu rochedo, que treina as minhas mãos para a batalha e os meus dedos para o combate”. Sim, Deus quer-nos treinar para usar a nossa força quando for preciso.
O homem tem desistido das suas batalhas e assim toda a humanidade perde. Um casamento, por exemplo, é um motivo pelo qual todo o homem precisa de estar disposto a batalhar e assim também pelos seus filhos, amigos, pela sua fé.
Legado de pai para o filho
Na história da humanidade esse legado era transmitido de pais para filhos. Era com o seu pai que um jovem aprendia como usar a força. Houve uma ruptura neste ciclo e os pais de hoje não sabem como ensinar os filhos a assumirem o papel de homem, pois também ninguém os ensinou. A nós, cabe buscar em Deus a referência que precisamos. Deus é nosso Pai e Ele quer treinar-nos, quer nos fazer homens com toda a potencialidade que Ele criou.
Para que nos possamos encontrar na nossa identidade masculina é preciso que, antes, nos encontremos no coração do Pai, no coração de Deus. Se, primeiro, provarmos da experiência de que somos filhos amados de Deus, poderemos assumir a nossa identidade e com isso retomar o ciclo de pais, que são verdadeiramente pais, e filhos que se sentem filhos.
Somente no coração de Deus conseguiremos encontrar o caminho que nos restituirá ao que realmente somos, homens guerreiros.