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Testemunhas de Jeová tentam converter um padre, mas levam aula de doutrina
- 11-08-2020
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O testemunho
publicado pelo P. Gabriel:
Estando eu numa
comunidade, a pregar o retiro das Irmãs, uma das irmãs disse: “Padre, tem
visita para o senhor”. E começou a sorrir. Percebi que havia algo estranho e,
quando fui ao portão, eram duas senhoras a distribuir folhetos.
Aproximei-me e
saudei as duas. Uma pergunta-me: “Qual o seu nome?”
– Padre Gabriel.
– Ah, sim… Já vi o
senhor de longe, passando de carro. E como lhe posso chamar?
– Padre Gabriel.
– Ah, certo… (dando
um sorriso irónico).
– Senhor Gabriel,
estamos aqui a entregar estes convites para a celebração da morte de Jesus.
Como o senhor sabe, ele fez a última ceia, tomou o pão e disse que era um
símbolo do seu corpo…
– Minha amiga, ele
não disse isso. Ele disse “ISTO É O MEU CORPO”. Não uma representação.
– Sim, mas isso não
significa que aquele pão é a carne de Jesus…
– Então ele estava a
brincar. Ele poderia dizer muito bem “isto representa o meu corpo”, mas disse
“ISTO É”.
– Então o senhor
acredita que aquele pão se transforma num pedaço de carne?
– É claro que sim.
Assim como Jesus transformou água em vinho, Ele tem poder de transformar
qualquer coisa. A Palavra de Deus criou o céu e a terra do NADA, quanto mais
transformar uma matéria em outra. Ele mesmo disse em João cap. 6: “O pão que eu
darei é a minha própria carne para a salvação do mundo”.
– Sim… Nós
conhecemos esta passagem. Nós também temos o corpo de Cristo.
– Eu sei, mas vocês
fazem um teatro, uma recordação do passado. A prova é que, quando tudo termina,
o pão e o vinho que sobram são descartados. Já o nosso Pão Consagrado vai para
o Sacrário e lá fica para a adoração dos fiéis. É verdadeiramente o Corpo de
Jesus!
– Ok, padre. Mas eu
queria lhe mostrar outra coisa. Sabemos que há uma esperança celestial e outra
terrena, não é verdade?
– A minha esperança
é o Céu. Esta terra aqui não me interessa. Tudo vai passar…
– A minha esperança
é terrena, porque somente 144.000 poderão entrar na esperança celestial.
– Minha amiga,
quantos Testemunhas de Jeová existem no mundo?
– Mais de 8 milhões.
– E o restante dessa
turma vai para onde???
– Ficarão aqui na
terra, como diz o salmo. “Os justos possuirão a terra”.
– Mas essa esperança
terrestre é vetero-testamentária. Os judeus que queriam um reino terreno. Jesus
deixou bem claro, no diálogo com Pilatos, que o reino d’Ele não é deste mundo!
Eu não sou do Antigo Testamento. Somos cristãos. E o próprio Apocalipse vai
dizer, que João viu uma multidão que ninguém podia contar… Logo, são mais que
144 mil, porque 144 mil é uma conta exacta.
– É, mas a minha
esperança é terrena.
– Minha senhora, e
Colossenses cap.3? São Paulo não nos diz para BUSCAR AS COISAS DO ALTO e não
fixar os nossos olhos nas coisas daqui da terra???
Outra dupla de
mulheres, que estava à espera das colegas, atrás do meu carro aproximou-se e
uma disse:
– Então leia
Apocalipse 21, 4.
– Agora mesmo!
Tomei a Bíblia dela
emprestada, abri no capítulo 21 e comecei a ler a partir do versículo primeiro.
Ela interrompeu-me:
– Eu disse o
versículo 4.
– Sim, minha irmã.
Mas nós, católicos, não lemos versículos soltos. Nós lemos o texto integral
para entender o sentido.
Li o trecho,
expliquei o significado da “nova terra” e, antes que eu terminasse, a dupla afastou-se.
Pedi que aguardassem, mas não fui atendido. As outras que chegaram primeiro
disseram:
– Olha, senhor. Nós
não queremos discutir religião.
– Não estamos a
discutir. Estamos a dialogar. E por falar em religião, eu já vi na revista Sentinela
muitas acusações e calúnias contra a Igreja Católica. Inclusive dizendo que os
nossos santos são coisas más.
– É porque o senhor
não leu o…
– O salmo 115????
– Isso.
– Pois eu li. Aliás,
foram 7 anos de teologia antes da minha ordenação sacerdotal. Não foi apenas um
curso para ir de casa em casa.
Enquanto isto, elas
já iam se despedindo e deixando-me só, no portão. Eu pedi:
– Esperem um pouco.
Se há tempo para bater na porta dos católicos, deve haver um tempo para escutar
os católicos. O salmo 115 fala dos ídolos. “Os ídolos deles são ouro e prata”.
Por acaso a Igreja afirmou alguma vez que Maria é um ídolo? Que Irmã Dulce é um
ídolo? Que Santo António é um ídolo?
– Não… Eles foram
exemplos.
– Exactamente, minha
irmã. O próprio São Paulo escreveu na Bíblia: “Sede meus imitadores como eu sou
de Cristo”. A Irmã Dulce pode dizer o mesmo: sejam meus imitadores, porque eu
pratiquei a caridade de Cristo. Por isso temos as suas pinturas e
representações. Não são ídolos.
– Tá certo, senhor.
Tenha um bom dia.
– Bom dia para vocês,
também. Deus as abençoe!
Por mais uma vez,
tive que expor a verdadeira doutrina para quem não a conhecia. Infelizmente,
não tinha suco para oferecer, mas tinha a certeza da minha religião e o
conhecimento da Palavra de Deus. O Católico que possui isto nunca terá a sua fé
abalada.
Pe. Gabriel Vila Verde
22 de Março de 2018