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Sei que posso fazer tudo, mas nem tudo me convém
- 26-05-2008
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”Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém” (I cor 10,23)
Sim, tudo me é permitido, e esta parece dentro da nossa “comodidade” ser a melhor parte da frase escrita pelo apóstolo Paulo. Antes de partir para a segunda, abro um parêntese para afirmar que, de facto, Deus fez-nos livres para agir de acordo com a nossa vontade. Ele nunca obrigou e jamais obrigará qualquer pessoa a fazer algo contra o seu desejo humano. Somos livres para amar ou não amar; aceitar ou não a Sua vontade; ser ou não cristãos; buscar uma vida de santidade ou continuarmos escravos do pecado, “curtindo a vida” com todos os seus prazeres e seduções. Enfim, somos livres para todas e quaisquer possibilidades.
Olhando para a história da criação, podemos relembrar alguns personagens e ver como eles fizeram o uso da liberdade: Lúcifer, Adão, Eva, Caim, etc. Por que é que eles e também nós somos livres para fazer o que achamos ser o melhor? Como é que Deus nos dá esta liberdade de escolha? Colocando à nossa frente o bem e o mal, mostrando-nos as duas realidades com as suas respectivas consequências. Cabe a cada um de nós escolher a bênção ou a maldição. Olhando para estes personagens podemos perceber as consequências das suas escolhas, onde no meio das tentações, inveja, seduções, se deixaram levar pelo “querer agir como Deus” – sendo conhecedores do bem e do mal.
Agora repito o versículo, mas completando a sua primeira parte: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”. Erraríamos e sofreríamos menos consequências se em qualquer situação da nossa história, vivêssemos esta exortação de Paulo.
Trazendo para a nossa realidade, temos o objectivo de crescer em santidade, porém não estamos isentos de tentações. Esta frase deveria estar constantemente na nossa mente e no nosso coração para que, num momento difícil, ela seja a ajuda adequada.
Pensemos bem: Deus dá-nos a liberdade porque não nos quer agredir. Como cristãos, mesmo sabendo que tudo nos é permitido, a nossa consciência avisa-nos sempre: isto convém-nos?
Cito alguns exemplos: podemo-nos vestir muito bem, sem a intenção de seduzir, ou também nos vestirmos com outras intenções. Isto é-nos permitido, mesmo não sendo a vontade de Deus, mas convém-nos? Quantas pessoas podemos levar ao pecado com estas atitudes? Inúmeras!
Podemos com os nossos lábios rezar, cantar, elogiar, agradecer, mas podemos também amaldiçoar, murmurar. Mas o que nos edifica e edifica os que vivem connosco?
Com o nosso testemunho de vida, podemos levar muitas pessoas para mais perto de Deus, mas, podemos com o nosso contra-testemunho levá-las a uma profunda decepção, ou, pior ainda, à perdição.
A opção pelo bem vale a pena, mesmo que, às vezes, eu passe por algumas humilhações.
Tudo isto é um exercício diário de santidade e estas situações bem vividas e acolhidas tornam-se nosso passaporte para o céu.
Façamos sempre a opção pelo bem! Que Deus abençoe o nosso propósito.