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Por quê fazer o Sinal da Cruz

POR QUÊ FAZER O SINAL DA CRUZ

 

No baptismo, o sacerdote marcou-nos com o sinal da cruz. Foi logo no início, depois do acolhimento. Os pais e padrinhos disseram estar conscientes do dever de nos educar na fé católica e prometeram ajudar-nos, com a palavra e com o exemplo.

 

Mas, o que é o sinal da cruz? Por que devemos fazê-lo? Quando e como fazê-lo?

 

O sinal da cruz, como ensina o catecismo, é o sinal do cristão. Lembra-nos o grande amor de Deus para connosco. Deus amou-nos tanto que deu o seu filho para nos salvar. Lembra-nos, também, o nosso amor para com Deus e para com o próximo.

A cruz é formada de duas partes: uma vertical e outra horizontal. A vertical orienta-nos para o céu: é o nosso amor para com Deus. A horizontal volta-se para os que estão ao nosso lado: é o amor para com o próximo, aquele que está mais perto de nós. Os dois amores entrelaçam-se um no outro, como as duas hastes da cruz. Um não pode existir sem o outro. Não existe o pedestal da cruz sem os braços e nem os braços sem o pedestal. Os dois completam-se. Não se pode amar a Deus sem amar o próximo e nem se pode amar o próximo sem o amor a Deus.

 

Amar o próximo sem amar a Deus é mera filantropia. Amar a Deus sem amar o próximo, é algo vazio e abstracto. O próprio evangelho afirma: quem diz amar a Deus e não ama o seu irmão é um mentiroso (1 Jo 4, 2 0-21).

 

Fazemos o sinal da cruz na testa

para que Deus coloque na nossa mente pensamentos bons, nobres, verdadeiros e justos. Agimos de acordo com aquilo que pensamos. São as ideias que movem o mundo. Daí, a necessidade de termos ideias nobres e uma mente arejada.

Fazemos este sinal, na testa, para retirar os maus pensamentos. As maquinações perversas. Os maus intentos. As falsas ilusões. Para despoluir a mente. Fazer que ela se torne serena, equilibrada e transparente. Arquitectar raciocínios rectos e proveitosos. Fazemos o sinal da cruz na boca para que Deus purifique os nossos lábios como purificou os de Isaías (Is 6, 1-7).

Assim, poderemos cantar os seus louvores e anunciar a sua santa palavra. Dar conselhos sábios e dizer aquilo que é da vontade de Deus, na hora certa, no momento adequado e com palavras apropriadas. Possamos destilar dos nossos lábios canções e sorrisos que alegrem o coração das pessoas que nos cercam. Pedimos, também, que o Senhor não nos permita dizer palavras más, ofensivas, injuriosas. Não pronunciar o nome de Deus em vão, nem dizer imprecações contra o céu.

 

Fazemos o sinal da cruz no peito,

pedindo a Deus que coloque no nosso coração o amor puro e verdadeiro. O amor que brota do coração de Deus e se confunde com Deus (1 Jo 4, 7-9). Que não nos deixe confundir amor com sentimentalismo ou paixão desordenada. Isto é caricatura de amor.

Suplicamos, ainda, que tire do nosso interior, todo o desejo de ganância, de avareza e de apego excessivo aos bens materiais. Que nos dê um coração sensível, terno, cheio de compaixão e de misericórdia. Semelhante ao coração manso e humilde de Jesus (Mt 11, 28-30).

 

Para isso, precisamos de fazer o sinal da cruz, sempre. Frequentemente. Várias vezes ao dia, sobretudo, ao levantar e ao deitar. No início e no fim do dia, para que a graça de Deus nos acompanhe, em todas as nossas acções.

 

Antes e depois das refeições, no começo e no término dos nossos trabalhos, nas tentações e nas dificuldades, fazemos o sinal da cruz, na sua forma mais abreviada (em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém), invocando as três pessoas divinas, louvando, agradecendo e pedindo os auxílios de que tanto necessitamos.

E tudo, com muito respeito, sem pressa e sem distracção. Pensando nas palavras que pronunciamos e nos gestos que fazemos. É ao Deus uno e trino que nos dirigimos.

 

Esta breve oração tornar-se-á agradável a Deus e muito valiosa para quem a realiza de maneira correcta e atenciosa. Será um sinal luminoso do nosso amor a Deus e ao próximo.

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