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Por que deves deixar de dizer palavrões… e como fazer
- 21-02-2020
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Os palavrões são rudes, além de psicológica e espiritualmente
maus
Os palavrões estão por toda parte. É raro um dia que não
escutas um. Mesmo em restaurantes e lojas, frequentemente ouvimos os clientes
soltarem palavrões com total indiferença ao ambiente. O palavreado chulo em
público é agora tão comum que chegou até aos programas de televisão.
Mas, qual é o dano disso; afinal, são apenas palavras. Mas,
ao mesmo tempo, a maioria de nós sente que há algo errado. Sabemos que soltar
palavrões não é saudável nem desejável. É um mau hábito, e uma falta de
educação.
Motivos para parar
Em primeiro lugar, porque pode haver um uso legítimo para
palavrões. É uma maneira de colocar uma força emocional extra numa declaração –
seja para efeito ou para aliviar o estresse extremo. O problema é que a
superexposição a palavrões enfraquece o seu impacto e, consequentemente,
torna-o inútil. Ao mesmo tempo, a fala normal torna-se menos eficaz e produz
menos impacto. Como viciados, exigimos doses cada vez maiores para registar
qualquer efeito. Palavrões casuais, portanto, tornam-se cada vez menos eficazes
e, ao mesmo tempo, forçam-nos a usá-los cada vez mais para tentar fazer com que
as nossas palavras tenham peso.
O que nos leva a outro problema. O uso de palavrões serve
para chocar o ouvinte, mas em conversas normais, isto é simplesmente rude –
semelhante a gritar com a outra pessoa. A boa educação e cortesia determina
que, em conversas comuns, devemos tentar fazer com que a outra pessoa se sinta
razoavelmente à vontade, enquanto usar palavrões serve para deixar
desconfortável a outra pessoa. Juntar os dois aspectos é algo contraditório. A
única maneira pela qual uma pessoa se sentiria confortável a falar com alguém
que diz palavrões o tempo todo, é ela admitir que se tornou tão insensível a
ponto de tornar os palavrões sem sentido.
Hábito
Por fim, há um problema um pouco mais abstracto. É que aquilo
que fazemos (incluindo o que dizemos) afecta o modo como pensamos. Os filósofos
estão conscientes disso há séculos, e os neurocientistas estão a começar a
aprender também. Cada vez que fazemos e dizemos algo, isso reforça certas
conexões no nosso cérebro, tornando-nos mais dispostos a fazer a mesma coisa
uma segunda vez, e assim por diante. Efectivamente, o nosso cérebro está a criar
hábitos o tempo todo.
Estas conexões não afectam apenas uma área do cérebro, mas o
todo. Quando agimos de certa forma, começamos a pensar de acordo com isso, e
vice-versa. Assim, quanto mais vulgar for o nosso discurso, mais vulgar será o
nosso pensamento e, consequentemente, mais vulgar será o nosso comportamento e
atitude em geral.
Isto não quer dizer que há determinação extrema ligando
palavras ruins a atitudes ruins. Mas quer dizer e alertar para o facto de que
um mesmo processo de pensamento e atitude também encoraja o outro.
Foi-nos dito tudo nas Escrituras: “a boca fala do que o
coração está cheio” (Mt 12, 34) e “tudo o que for verdadeiro, tudo o que for
nobre, tudo o que for correcto, tudo o que for puro, tudo o que for amável,
tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor,
pensem nestas coisas” (Filipenses 4, 8).
Em suma, dizer palavrões é algo grosseiro, psicológico e
espiritualmente insalubre, e destrói até mesmo uma suposta “utilidade” eventual
dos palavrões. Por todas estas razões, devemos tentar quebrar este hábito.
O problema é que é tão fácil uma palavra escapar quando o
hábito do seu uso está formado, especialmente no calor do momento, que a
maioria dos palavrões continua a ser usada. E uma vez lançado, não pode voltar.
Como Winston Churchill disse, somos mestres das palavras não ditas, e os
escravos daquelas que deixamos escapar.
Como parar
Há maneiras de se libertar do hábito de dizer palavrões. O
primeiro é simplesmente praticar não dizer nada. Esta é uma habilidade bastante
fácil de desenvolver: durante as conversas normais do quotidiano, basta fazer
uma pausa de vez em quando antes de falar. Quando sentires vontade de maldizer
algo, pára e conta até cinco antes de abrir a boca. Isto ajudará a colocar a
língua sob controle (que é um hábito útil muito além de apenas evitar palavras
feias).
Outra maneira muito útil, é esta: sempre que deixares escapar
um palavrão, faz uma oração. Ou seja, se falhares três vezes, reza três
Pai-Nossos depois de ter recuperado o domínio de ti mesmo. Isto reforçará a
resolução de parar com os palavrões, assim como consagrar a tua língua a Jesus,
e ficarás surpreso com a rapidez com que o hábito dos palavrões te deixará.
Portanto, vamos vigiar as nossas línguas e tentar elevar-nos
acima da vulgaridade que nos cerca.