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Podemos estar certos da existência de Deus

Podemos estar certos da existência de Deus

Podemos estar tão certos de que Deus existe, como estamos certos de que existe o Sol.

É verdade que não vemos Deus com os olhos corporais, porque Ele é um puro espírito; mas são tantas as provas que nos demonstram a sua existência, sem margem de dúvida, que seria necessário ter perdido por completo a inteligência para afirmar que Ele não existe.

Não pode a mente humana compreender a natureza íntima de Deus nem os mistérios da vida divina; mas pode, sim, estabelecer com plena certeza a sua existência e conhecer algumas das suas perfeições. Não podemos ver Deus, certamente, com os olhos do corpo, mas podemos contemplar as suas obras.

Assim como pela vista de um quadro deduzimos a existência do pintor que o fez — posto que a existência do efeito supõe a da causa que o produziu — assim também podemos remontar dos seres criados ao Criador, causa primeira de tudo quanto existe. Isto é o que afirma o Concílio Vaticano I: “
Com a luz natural da razão humana, pode ser conhecido com certeza, por meio das causas criadas, o Deus único e verdadeiro, Criador e Senhor nosso”.

Como se demonstra, pela existência do universo, a existência de Deus?

A razão diz-nos que não há efeito sem causa. Vemos um edifício, um quadro, uma estátua, e imediatamente nos vem à mente a ideia de um construtor, de um pintor, de um escultor que tenham feito essas obras.

Do mesmo modo, ao contemplar o Céu, a Terra e tudo quanto existe, pensamos que devem ter uma causa. E a esta causa primeira do mundo, chamamos Deus. Portanto, pela existência do universo podemos demonstrar a existência de Deus.

Qual é a verdade primeira, que nenhum homem pode ignorar?

A existência de Deus, quer dizer, de um Ser eterno, necessário e infinitamente perfeito, Criador do Céu e da Terra, absoluto Senhor de todas as coisas, as quais governa com a sua Providência. Esta é a verdade fundamental sobre a qual descansa o edifício augusto da religião, da moral, da família e de toda a ordem social.

Se não há Deus, a religião é completamente inútil.

A moral careceria de base se Deus, em virtude de sua santidade, não estabelecesse uma diferença entre o bem e o mal; se, com sua autoridade suprema, não tornasse obrigatórias as normas dessa moral; e se, com sua perfeita justiça, não premiasse o bem e não castigasse o mal.

É impossível conceber a família e a sociedade sem leis, sem deveres, sem as virtudes da caridade, etc.; e todas estas virtudes, se Deus não existisse, seriam puras quimeras.

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