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Onde foram parar os homens de bem?

ONDE FORAM PARAR OS HOMENS DE BEM?

"Onde foram parar os homens de bem?", pergunta a escritora A. J. Kiesling no título do seu livro publicado em 2008. Em contraste com as omnipresentes discussões sobre "os privilégios masculinos", especialmente nos círculos feministas, um olhar sóbrio e honesto para as evidências disponíveis hoje em dia sugere-nos que a nossa cultura tem esmagado os homens (e os meninos) simplesmente porque são do sexo masculino. Provas convincentes desta afirmação podem ser encontradas em fontes laicas e em fontes cristãs.

A controversa crítica social Karen Straughan deu uma chamativa palestra durante o encontro “Uma Voz para os Homens”, realizada em Detroit, nos Estados Unidos. Ela alertou sobre as mudanças na legislação e no mundo académico que prejudicam os homens e, por conseguinte, também prejudicam as mulheres. No seu blog "Girl Writes What", ela fala sobre as mudanças culturais que levaram os homens, aparentemente, a desinteressar-se do casamento. Ela vai mais longe e afirma que muitas formas de feminismo não desejam a igualdade, mas a destruição dos homens.

O popular filósofo Stefan Molyneux, tem abordado questões semelhantes. Ele faz contundentes críticas à misandria comumente encontrada em várias formas de feminismo. E tb apresenta análises e comentários bem fundamentados sobre as forças jurídicas, académicas, económicas e sociais que estão organizadas contra a dignidade e o desenvolvimento pleno dos homens.

A escritora Christina Hoff Sommers, que se tornou conhecida em 1995 pelo seu livro “Quem roubou o feminismo? Como as mulheres traíram as mulheres”, fez soar o alarme em nome dos homens em 2013 com o seu novo livro “A guerra contra os meninos: como as políticas erradas estão a causar danos aos nossos jovens homens”. Em ambos os livros, ela documenta uma série de exemplos para denunciar que os defensores mais agressivos da "igualdade de género" pouco fizeram de bom e muito de ruim, tanto contra os homens como contra as mulheres.

No âmbito cristão, Michael S. Rose mexeu com um ninho de vespas em 2002 ao publicar “Adeus, Homens de Bem”. O subtítulo do livro explica a tese do autor: “Como os seminários católicos afastaram do sacerdócio duas gerações de vocações”. Ele afirma que os homens fortes foram expulsos ou afastados dos seminários precisamente porque eram homens fortes.

Outro crítico ferrenho do espírito anti-masculino dentro da Igreja católica é Michael Voris, da 
ChurchMilitant.TV. Muita gente não gosta do tom de Voris e da sua aparente “fúria quase constante”, mas ele está a fazer bem o seu dever de casa. O grupo que ele coordena é bastante cuidadoso nas suas pesquisas e no uso das fontes.

No livro “Por que os homens odeiam ir à igreja”, lançado em 2011, o autor protestante David Murrow apresenta não apenas as suas críticas à atual prática protestante, mas também algumas tentativas de solução. Ele é o fundador da “Igreja para Homens”, que se propõe a missão de oferecer ministérios específicos para a natureza e as necessidades próprias dos homens.

Todas estas fontes argumentam, de diversas maneiras, que os homens e as mulheres sofrem muito quando a cultura se posiciona contra o pleno desenvolvimento dos homens como homens. O carisma masculino envolve a capacidade de assumir riscos, a inovação, o sacrifício, a liderança, a luta e a coragem, e quando esse carisma é denegrido, todo o mundo sofre.

Os meninos recusam-se ou são tornados quase incapazes de se transformar em homens, ou, com grande frequência, os homens ouvem dizer que a sua masculinidade não é bem-vinda (por exemplo, os homens ouvem dizer, cada vez mais frequentemente, que eles são, quase por definição, “defensores da cultura do estupro” ou que “todo homem é um estuprador em potencial”, embora não haja evidência alguma que corrobore a desonesta ideia de que todos ou quase todos os homens tenham a iminente e dramática tendência a maltratar, agredir ou violentar mulheres pelo facto de serem homens. Da mesma forma, por mais que todas as pessoas “sejam assassinas em potencial” pelo simples facto de terem mãos, é evidente que esta ideia genérica é bem diferente da afirmação desonesta e sem fundamento de que todas as pessoas estão sempre a um curto passo de assassinar de facto alguém).

Além disso, os homens adultos são desencorajados a tornar-se maridos e pais (biológicos ou espirituais). As consequências sociais desta “expulsão” da autêntica masculinidade são catastróficas tanto para a sociedade como para a Igreja.

Mas este problema não é novo! Os custos universais e insustentáveis de não se cultivar o homem de acordo com a sua natureza concebida por Deus já era assunto há mais de um século nas seguintes palavras que o cardeal Louis Pie pronunciou na homilia de Natal:

 “A nossa não é, por acaso, uma época de vidas mal vividas e de homens diminuídos em sua masculinidade? E por quê? Porque Jesus Cristo desapareceu! Onde as pessoas são verdadeiramente cristãs, podem-se encontrar homens em grande número, mas, em todo o lugar e época de cristianismo murcho, os homens também murcham. Olhem de perto: eles não são homens, mas sombras de homens. O que se ouve em todo o lado? Que o mundo está a definhar por falta de homens; que as nações perecem por escassez de homens, pela raridade dos homens. Eu acredito: não há homens onde não há caráter; não há caráter onde não há princípios, doutrinas, posições firmes; não há posições firmes, nem doutrinas, nem princípios onde não há fé religiosa e, consequentemente, nem religião na sociedade. Façam o q quiserem, mas só de Deus é q vêm os homens”.

O problema social e cultural da desmasculinização dos homens é, em última análise, um problema espiritual. As raízes do problema são diabólicas. Satanás odeia Deus e a criação. Ele odeia o que Deus criou. Ele odeia a espécie humana criada à imagem e semelhança de Deus. Ele enfurece-se contra a dignidade incomparável conferida à natureza humana pela encarnação de Cristo, uma dignidade que os pagãos não podiam imaginar e que os nossos contemporâneos não conseguem compreender. Odiar o que é autenticamente humano é odiar a Deus e o Seu Cristo. Não é de estranhar, portanto, que Satanás conspire contra os homens como homens e contra as mulheres como mulheres.

Precisamos de homens de verdade, de homens de Deus. O que vemos ao nosso redor é uma geração não de homens, mas de meros "meninos de barba", de homens que não estão dispostos a assumir a cruz de ser homens de verdade, de ser homens que se sacrificam, de ser homens que assumem a liderança. Sofremos a falta de homens dispostos a assumir a responsabilidade pelos filhos que geram, pelas mulheres que os amam ou pelas liberdades civis de que eles mesmos gozam. Estamos rodeados de meninos que se recusam a tornar-se homens. Não que o problema todo seja este, mas esses “Peter Pan” que vivem debaixo da comodidade do teto dos pais, queimando um dia depois do outro do mesmo modo que queimam os cigarros de droga, consumindo torrentes de pornografia e exigindo caronas grátis na cidade e na vida, não estão prontos, evidentemente, para fazer parte da solução. E nós, como sociedade, temos visto lembretes frequentes de que estes superficiais e egoístas têm um lado muito obscuro, que, de uma hora para a outra, pode explodir em fúria egoísta e assassina.

O que fazer?

Em primeiro lugar, é preciso admitir que existe um problema. Satanás está a travar uma guerra contra os homens como homens, e várias forças laicas, conscientemente ou não, estão a ajudar nesta guerra contra os homens.

O segundo passo é admitir que os problemas espirituais exigem remédios espirituais, o que nos pede levar a sério as palavras do cardeal Pie: "Façam o que quiserem, mas só de Deus é que vêm os homens". Por outras palavras: o arrependimento, a reparação, a intercessão e a obediência são necessárias, da nossa parte, para que a natureza dos homens fique mais claramente disponível para receber a graça de Deus.

Em terceiro lugar, temos de encontrar aliados e recursos nesta batalha pela alma e pela vocação masculina. Ninguém se pode dar ao luxo de ficar apenas a olhar.

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