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O perigo das falsas amizades e como lidar com elas
- 14-07-2022
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As falsas amizades são os maiores obstáculos para o
crescimento espiritual
Assim como Deus nos dá amigos para nos conduzir à vida eterna
e experimentarmos as realidades do céu, corremos o risco de nos deixarmos
confundir pela falsidade, pelo erro das amizades que podem aparecer para nos
desencaminhar da santidade e da verdade. Precisamos de pedir o discernimento
dos espíritos [cf. I Coríntios 12,10], para analisar se as amizades são de Deus
ou não.
Podemos ter amigos que querem o nosso bem e outros que querem
o nosso mal. Estes últimos são chamados falsos amigos. As falsas amizades são
as que se fundem em qualidades sensíveis ou frívolas: “Não persistais em viver
como os pagãos, que andam à mercê das suas ideias frívolas” (cf. Efésios 4,17),
que são uma espécie de egoísmo disfarçado. Estas amizades vivem daquilo que é
mundano: “Principalmente os que correm com desejos impuros atrás dos prazeres
da carne e desprezam a autoridade” (cf. II Pedro 2, 10).
Três espécies de falsas amizades
São Francisco de Sales distingue três espécies de falsas
amizades: as amizades carnais, que atraem pelas paixões carnais e pela
devassidão (cf. II Pedro 2, 18) buscando os prazeres voluptuosos; as amizades
sensuais, que se prendem ao ver a formosura, ao ouvir uma doce voz, ao tocar; e
as amizades frívolas, fundadas em qualidades vãs (festas, bebedeiras, etc).
Há diversos tipos de amigos falsos: os amigos do copo, que se
reúnem somente para beber; amigos da prostituição; amigos do furto e roubo;
amigos oportunistas; amigos de ganância e interesses; amigos do sexo.
Como podemos identificar a origem destas falsas amizades?
Partimos da origem: começam de maneira repentina e forte,
pois parte de uma simpatia, de um instinto, de qualidades exteriores e
brilhantes e emoções vivas ou apaixonantes. O seu desenvolvimento: alimentadas
por meios de conversas insignificantes, mas afectuosas, outras por meio de
conversas muito íntimas e perigosas, por olhares frequentes, por carícias,
entre outros. Efeitos: são vivas, absorventes e exclusivas, imaginam que serão
eternas e seguidas por outras afeições.
Os perigos destas amizades: são os maiores obstáculos para o
crescimento espiritual. À medida que os apegos vão crescendo, vai-se perdendo o
recolhimento interior, a paz da alma, o gosto dos exercícios espirituais e do
trabalho. O pensamento foge, muitas vezes, para o amigo ausente. A
sensibilidade toma as rédeas da vontade, a qual se torna fraca. Partindo para
os perigos relacionados à pureza.
Devemos fugir destas amizades por intermédio da aplicação do
remédio certo desde o começo, pois assim é mais fácil, porque o coração ainda
não está preso. O rompimento deve ser feito de maneira firme e energética. É
necessário evitar procurar e pensar na pessoa em questão, e cortar toda a espécie
de vínculo ou ligação, antes que seja tarde.
“Cortai, despedaçai, rompei; não vos deveis deter a descoser
essas loucas amizades, é forçoso rasgá-las; não convém, desatai os seus nós,
devem-se romper ou cortar” (São Francisco de Sales). Quem se expõe ao perigo
acaba por nele cair.