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O Papa ensina três valores aos jovens

O Papa Bento XVI encontrou-se com jovens e propôs-lhes três valores, já ensinados por João Paulo II, mas, segundo ele, muito actuais.

"Conheço o vosso entusiasmo, o desejo e o empenho que fazeis para o realizar, e não ignoro as dificuldades e os problemas que encontrais", como "o flagelo do desemprego e da precariedade de trabalho que põe em perigo os vossos projectos, (...) a emigração e o êxodo das forças mais jovens e decididas, com a consequente perda de raízes que, por vezes, traz consigo danos psicológicos e morais, mais do que sociais".

"O que dizer do facto de que, na sociedade actual de consumo, os lucros e o sucesso tornaram-se novos ídolos, ante os quais se prostram tantos? Assim, as pessoas sentem-se levadas a dar valor apenas àqueles que, como se costuma dizer, 'têm feito fortuna' ou são 'famosos' e não àqueles que têm de lutar com a vida laboriosamente todos os dias".

"Corre-se o risco de ser superficial, de seguir atalhos perigosos na busca do sucesso, buscando na vida experiências que dão satisfações imediatas, mas por si só são pobres e enganadoras. Cresce a tendência ao individualismo e quando alguém se concentra apenas em si mesmo, torna-se frágil, falta a paciência para ouvir, algo essencial para compreender os outros e trabalhar juntos".

Os três valores

O primeiro é "o valor da família que temos que guardar como um património sagrado e antigo". (...) No passado, a sociedade tradicional ajudava mais a formar e conservar uma família. (...) Hoje, admitem-se outras formas de coabitação e, por vezes, utiliza-se o termo família para uniões que, na realidade, não são famílias".

"Reassumam queridos jovens, o valor da família, amada não só por tradição, mas por uma decisão consciente e madura". O Concílio Vaticano II chamou à família "pequena Igreja, porque o matrimónio é um sacramento, isto é, um sinal santo e eficaz do amor que Deus nos dá em Cristo através da Igreja".

O segundo valor é a formação "intelectual e moral". O Papa afirmou que "a crise de uma sociedade começa quando não se sabe transmitir a sua herança cultural e de valores essenciais às novas gerações. Não me refiro apenas ao sistema escolar. A questão é mais ampla. (...) Jesus disse: "A Verdade vos libertará" (Jo 8,32). O niilismo moderno prega o contrário, dizendo, a liberdade vos fará verdadeiros. Inclusive alguns defendem que não existe nenhuma verdade, abrindo assim o caminho do esvaziamento dos conceitos do bem e do mal, até chegar a que estes sejam imutáveis".

O terceiro valor é "A fé sincera e profunda". "Quando se perde o sentido da presença e da realidade de Deus tudo é achatado e reduzido a uma única dimensão, (...) tudo permanece no material. (...) Desaparece o mistério de tudo o que existe: as coisas e as pessoas interessam na medida em que satisfazem os nossos interesses e, não por si mesmas. Isto constitui um valor cultural que se respira desde o nascimento e que produz efeitos interiores permanentes".

"Fé, neste sentido, antes de ser uma crença religiosa, é uma forma de ver a realidade, uma forma de pensar, uma sensibilidade interior que enriquece os seres humanos como tal. (...) Estar com Jesus, conviver como com um amigo, no Evangelho e nos Sacramentos, é aprender de forma nova o que muitas vezes a sociedade não pode dar: o sentido religioso".

 

 

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