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O Deus das Maravilhas

O Deus-Maravilha - O Deus das Maravilhas -As Maravilhas de Deus -No princípio era Deus…

 

E Deus resolveu dar início às suas maravilhas: como criador, como libertador, como redentor.

Aclamai a Deus, terra inteira, cantai a glória do seu nome.

Celebrai os seus louvores, dizei a Deus: maravilhosas são as vossas obras (Sl 65).

A primeira maravilha foi a criação.

As primeiras páginas da Bíblia, que se referem à criação, não devem ser tomadas à letra. São uma mensagem de fé e não um relato histórico de como as coisas aconteceram.

Deus, com uma única palavra – "Faça-se" –, criou tudo o que existe. E é de facto uma maravilha, porque tudo o que existe podia não existir.

A criação é um dom, uma graça, e, em linguagem do Papa Francisco, uma carícia de Deus.

Esta é a mensagem de fé: Deus criou o mundo e tudo o que nele existe.

Como é que tudo isto aconteceu?

Os cientistas tentam penetrar, mas em vão, no pensamento de Deus no momento da criação. Descobriram uma partícula a que puseram o disparatado nome de "partícula de Deus". Como se pudéssemos chegar ao pensamento de Deus através de uma partícula!

Deus lá no céu ri-se de nós. Com uma única palavra criou tudo, e não precisou de nenhum acelerador de partículas. Isto foi há muitos milhares de milhões de anos. Em relação a Deus nós chegamos sempre atrasados.

E Deus desafia a pretensão dos cientistas, e pergunta: "Onde estavas, ó cientista, quando criei a Primavera e as borboletas, as papoilas e os malmequeres, o ninho das andorinhas e o pescoço das girafas, as asas da águia e o cântico dos rouxinóis? Quem ensinou o papagaio a falar? Quem ensinou as crianças a dizer mamã, a mandar beijinhos, a contar as estrelas, a rir-se dos adultos, a sonhar com os anjos, a namorar com os desenhos animados? Onde estáveis, ó cientistas, quando criei a música, a poesia, a dança, o amor e o sorriso das crianças? Qual foi o cientista que foi o meu conselheiro?"

Dizem que a palavra com que Deus criou o mundo não foi uma palavra, foi um poema e uma canção.

E uma criança, que gostava de poemas e de canções, não gostou de algumas notas desta canção. Olhou para a criação e ficou intrigada com o pescoço da girafa, e perguntou: "Ó Deus, o pescoço da girafa foi ideia tua ou saiu assim?" E Deus respondeu: "Não, querida, não foi ideia minha, saiu assim, porque na altura da criação eu tinha muitas coisas em que pensar"…

Estamos a brincar com a criança, mas a pergunta que ela fez tem todo o sentido, foi uma pergunta inteligente, até parece ter sido feita por mim quando era criança…

Estamos a falar no Deus das maravilhas, mas neste mundo acontecem muitas coisas que de maravilha não têm mesmo nada.

É certo que de muitos males que há no mundo somos nós os responsáveis, mas não somos responsáveis por todos. Por outro lado, o buraco de ozono, o efeito de estufa, as alterações climáticas, a austeridade e ameaças de Bruxelas e as trapalhadas dos políticos não explicam tudo. Não somos responsáveis pela explosão dos vulcões, pela violência dos terramotos, pelos tsunamis, pelos mosquitos que andam por aí a ferrar toda a gente e a provocar doenças.

E a criança continua a perguntar: "Ó Deus, estas coisas que nos causam tanto sofrimento foram ideia tua ou saíram assim? Porque permitiste os fornos em que Hitler queimava judeus como se fossem lenha?"

Com estas perguntas não se brinca. Mas ficamos com esta questão fundamental inquietante: é certo, absolutamente certo, que, aconteça o que acontecer, Deus é sempre um "Deus maravilhoso", embora às vezes não pareça…

Como última nota desta canção, Deus criou Adão. E como não queria que Adão ficasse sozinho, adormeceu-o, tirou-lhe uma costela e criou Eva.

Uma serpente começou para ali a falar e disse: "Podeis comer a maçã", e "sereis como deuses".

E comeram a maçã.

Adão e Eva pecaram. Deus não gostou. Adão culpou Eva, Eva culpou a serpente, e a serpente culpou o diabo, mas o diabo era ela.

O pecado é ruptura com Deus, com o próximo, com a natureza. Entre Adão e Eva começou a ruptura. Dizem que Adão perguntou a Eva: "Amas-me?" E Eva responde: "Que remédio, não tenho mais ninguém".

Parece anedota, mas não é. Quando se ama alguém porque não há mais ninguém, o divórcio está perto. São as rupturas do frágil amor humano.

"Sereis como deuses." – disse a serpente. É este o "pecado original" de todos os tempos: querermos ser deuses. Em vez de adorarmos a Deus, adoramos a nós mesmos e a outros bezerros de ouro.

Estamos a falar das maravilhas de Deus. As coisas não podiam ficar assim. Deus perdoou e prometeu a salvação. Disse à serpente: "Porei inimizade entre ti e a Mulher e esta te esmagará a cabeça".

Seja quem for esta mulher (Nossa Senhora), o certo é que Deus anuncia a salvação.

Quer dizer, a última palavra da história humana não pertencerá ao mal, ao pecado, mas ao perdão, à misericórdia de Deus.

O Senhor da história não é a serpente, não somos nós, mas Deus. Aconteça o que acontecer, Deus terá sempre a última palavra.

As maravilhas de Deus criador continuam no Deus libertador.

O povo de Deus vive no Egipto sujeito à escravidão. Mas Deus não gosta mesmo nada de escravos e decide intervir.

Chama Moisés e diz-lhes: "Vai ter com o Faraó, e diz a esse cavalheiro que tem que deixar partir o meu povo". – "Se me perguntarem o Teu nome, que devo dizer?"

Eu sou aquele que sou, Eterno presente.

Não fui nem serei.

Eu sou.

E aprenderás, Moisés, a conhecer-Me, quando vires o que farei…

Deus pronunciou mais uma vez a palavra mágica da criação – "Faça-se" – e aconteceu a libertação.

 Eu sou aquele que sou. Não fui nem serei.

Aprenderás, Moisés, a conhecer-Me, quando vires o que farei…

Moisés foi falar com o Faraó em nome de Deus, de sandálias nos pés e um cajado na mão. E as sandálias e o cajado venceram o ceptro e os carros do Faraó.

O povo partiu. O mar secou e Israel passou. O deserto floriu. Do rochedo brotaram rios de água e do céu caiu o maná.

Muitos anos mais tarde, Jesus refere-se a este alimento que caiu do céu: "Eu sou o pão – disse Jesus – que desceu do céu. Não sou como o pão que os vossos pais comeram e depois morreram. Quem come deste pão viverá para sempre. Não foi Moisés que vos deu o pão que veio do céu. Meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão que vem do céu"…

No monte Sinai, depois da caminhada pelo deserto, Deus estabelece a aliança com o seu povo.

A criação foi uma maravilha; a libertação do Egipto foi outra maravilha; mas a maravilha das maravilhas chama-se Jesus Cristo.

Jesus, o pão que desceu do céu, anunciou o Reino de Deus, e pôs tudo isto de pernas para o ar. Porque o Reino de Deus será o reino dos pobres, dos "mãos vazias", dos coxos, surdos, paralíticos e leprosos, será o reino dos pecadores e publicanos, dos zaqueus e samaritanos, das mulheres de má vida e dos ladrões arrependidos. O Reino de Deus será o reino onde os "filhos pródigos" em vez de marginalizados serão recebidos por Deus Pai com festa, abraços e beijos, música e dança, nem que todos os escribas e fariseus do mundo fiquem amuados à entrada da porta por não quererem participar do banquete do perdão.

Em palavras do Papa Francisco, o Reino de Deus será o reino dos marginalizados sem dignidade, considerados como "resíduos" e "sobras" da humanidade.

Em Jesus Cristo, Deus pôs o mundo às avessas: derrubou os soberbos, os poderosos, os ricos, exaltou os humildes e declarou felizes os pobres, os mansos, os misericordiosos, os puros, os perseguidos e insultados por causa do seu nome.

Dizem que Deus escreve direito por linhas tortas. Mas sabe também fazer o contrário: escrever torto por linhas direitas, quando consideramos linhas direitas os nossos disparates.

Até tenho a impressão de que Deus gosta mais da escrita torta do que da direita, e das coisas tortas mais do que das direitas. Deus não usa cadernos com linhas, porque as linhas é Ele que as faz. E as linhas de Deus são muito diferentes das nossas.

Quando as coisas andam demasiado direitinhas, muito organizadinhas e certinhas, como se fôssemos robôs comandados por computadores, a vida parou, o futuro fugiu, e o dia-a-dia transforma-se numa pasmaceira chata, a cheirar a sala de estar, e a saber a chá de cidreira e pastéis de nata. A vida não é nem um tratado de lógica, nem um tratado de geometria, nem um tratado de informática. Se calhar, é uma mistura de muitas coisas: certas e erradas, direitas e tortas, com linhas e sem linhas, coisas que são pensadas e outras que "saem assim". É a vida! A vida é mesmo assim!

E Jesus aprendeu com o seu Pai a ter os mesmos gostos. Jesus é mesmo um especialista em endireitar as coisas, pondo-as ao contrário:

Os primeiros serão os últimos…

Quem for o menor é que será o maior…

Quem governa deve ser como quem serve…

Quem quiser ser o primeiro deve primeiro aprender a servir…

As grandes coisas começam por ser pequenas: sal, fermento, grão de trigo, grão de mostarda, pequeno rebanho.

E nas bodas de Caná Jesus até fez vinho com água, e ninguém deu conta…

Mas a maravilha de Deus por excelência foi a Paixão-Ressurreição de Jesus.

Em Jesus, na cruz, despojado de tudo, abandonado por todos, senhor de nada, nem sequer dos seus braços porque estavam pregados, manifestou-se o poder de Deus. Porque a omnipotência de Deus manifesta-se quando perdoa e salva.

E nós não podemos ser "turistas do Calvário". Não podemos assistir à morte de Jesus e depois irmos embora a falar da chuva…

Jesus morreu e foi sepultado. Mas a morte não podia ter a última palavra. Sobre o túmulo de Jesus não cresceram nem a grama nem os cardos. Ouviu-se uma grande explosão. A pedra do túmulo saltou. Jesus ressuscitou. E os pobres polícias continuam a vigiar um sepulcro vazio…

Jesus ressuscitado ficou entre nós. Diz o Apocalipse: "Olha que eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo".

Lume novo, lareira acesa na cidade,

És Tu, Senhor, o clarão da tarde.

A notícia, a carícia, a Ressurreição.

Passa outra vez, Senhor, e dá-nos a mão.

E nós rezamos: Senhor Jesus, olha para a nossa fragilidade.

Passa outra vez, Senhor, pela nossa vida, e dá-nos a mão.

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