Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

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Masturbação

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O PECADO

 

A última vez que me confessei disse ao Padre que me masturbava e que via pornografia. Disse também o número de vezes, e também que já tinha ido comungar antes de confessar estes pecados. O padre então disse-me que nada daquilo era pecado mortal no meu caso, porque aquilo estava-me a levar para o amor, e que eu devia continuar a comungar. O que dizer disto?

Esta resposta confundiu-me. De qualquer modo, continuo a ter problemas com estes vícios, e não sou capaz de resistir às tentações. Ainda vejo pornografia e ainda me masturbo. O que é que não consigo compreender, ou qual minha motivação por trás desse desejo, e por que não consigo parar?

 

Já ouviste o ditado: “Com um amigo destes, tu não precisas de inimigos”. Olha, com um padre como este que encontraste, tu não precisas de demónios que tentam perder a tua alma. Jesus Cristo disse a Pedro: “Alimentai as minhas ovelhas” (João 21, 15-19). No entanto, padres como este estão a alimentar as suas ovelhas entregando-as aos lobos!

 

Ponto de vista teológico

 

Este padre está errado teologicamente porque (a) o próprio Jesus Cristo disse que a luxúria – mesmo a luxúria apenas no coração – é um pecado mortal (1), segundo Mateus 5, 28. Ele também está errado porque (b) a Tradição da Igreja Católica preservou o ensinamento de Cristo através das gerações, e porque (c) o Catecismo da Igreja Católica (parágrafos 2351 a 2354) continua a confirmar este ensinamento.

 

Ponto de vista psicológico

 

Além disso, este padre está errado psicologicamente, porque ele não entende o que é, realmente, o amor.

 

Auto-estimulação autística (ou seja, masturbação), não é uma questão de amor, é uma degradação do amor. O verdadeiro amor não busca nada para si próprio; ao invés, o verdadeiro amor é um ato de auto-sacrifício em prol da salvação das outras almas. A masturbação quer tudo para si; é uma forma subtil de vingança por não ter recebido o amor dos seus pais – especialmente o amor do pai.

 

Quando eras criança, sentiste-te sozinho e abandonado, e tiveste que resolver as coisas com as próprias mãos. Tu, basicamente, tiveste que crescer por ti mesmo, sem a orientação dos pais. Então agora, já adulto, quando te sentes incapaz, sozinho, e abandonado, o que fazes? Resolves as coisas com as próprias mãos – literalmente.

 

A pornografia surge da necessidade de depreciar uma “outra” pessoa. Na superfície, parece que a pornografia é apenas uma questão de prazer erótico. Mas quando o corpo humano se torna um brinquedo biológico, ele perde toda a dignidade humana, e a sua degradação é um ato de agressão. A hostilidade pode ser inconsciente, ou pode ser abertamente violenta, mas, seja qual for o caso, tem a sua raiz no ressentimento. E a quem este ressentimento é dirigido? Como em todas as coisas psicológicas, o ressentimento volta-se contra os pais. Lá no fundo, debaixo de toda a aparente excitação, e apesar da atracção pelo que está a ser visto, há, escondida no escuro, uma necessidade de ofender e insultar – “voltar a” – o que está por trás das cenas: uma mãe que devorou, rejeitou, ou abandonou, em vez de cuidar; ou um pai que deixou de ensinar, guiar e proteger.

 

O erro nos factos

 

Finalmente, este padre está errado na própria realidade dos factos, porque o seu conselho não te ajudou em nada, além de te confundir.

 

Então, por que é que te masturbas?

 

O desejo de te masturbares

 

A ânsia em te masturbares começa porque, de algum modo, tu tens-te sentido incapaz, sem esperança, ou desfavorecido. Ela cresce em ti por causa da (a) raiva inconsciente dos pais por eles não terem cuidado de ti com amor verdadeiro, e (b) raiva inconsciente de ti mesmo por te sentires tão incompetente devido à falta de amor verdadeiro. Estes sentimentos de desesperança e vazio variam nos seus detalhes, de pessoa para pessoa e de situação para situação. Mas a questão é que, em vez de te voltares para Deus na hora da tua dor emocional, deixas-te levar pelo desejo de resolver as coisas com as próprias mãos e aliviar-te a ti mesmo do próprio desespero. Literalmente.

 

Onde está o amor nisto tudo? Este tipo de comportamento não te leva ao amor, ele arrasta-te directo para o hedonismo sado-masoquista do inferno.

 

O processo de cura

 

Para ficar curado desta escravidão, primeiro aprende a reconhecer estes sentimentos de desesperança e vazio, logo quando começam a aparecer. Percebe como eles se manifestam nas suas circunstâncias particulares. Será que eles surgem porque estás sobrecarregado de obrigações, sem assistência e orientação adequada, de modo que te sentes fatigado e solitário? Será que eles são uma questão de te sentires ofuscado pelos outros, de te sentir insultado e esquecido? Será que eles surgem a partir da tua própria confusão interior e da tua falta de confiança, de modo que te sentes preso e frustrado? Ou será que o problema está noutra questão?

 

Então, transforma os sentimentos em linguagem; ou seja, explica conscientemente para ti mesmo como estes sentimentos se conectam a sentimentos similares da tua infância. Lembra-te dos verdadeiros eventos da tua infância que fizeram surgir estes sentimentos, e descreve-os em detalhe.

 

Por fim, junta tudo isto e leva à presença de Jesus Cristo, em oração. Pede que Ele te dê coragem e força para seguir em frente no meio destes sentimentos dolorosos, até alcançares a confiança na protecção divina. Procura a humildade da confiança, e não a satisfação de competir com os outros para fazer-te sentir mais forte. Admite a tua miséria, e pede a graça para amar e para rezar por todos – mesmo pelos teus inimigos – apesar do tratamento errado que recebeste dos teus pais na infância, e que continuas a receber, mesmo agora, de outras pessoas. E pede a Deus que o desejo de ter e sentir o verdadeiro amor cresça em ti, e se sobreponha a todos os outros desejos.

Faz isto e tu não apenas vais compreender o amor, tu vais começar a vivê-lo.

 

Por Raymond Lloyd Richmond, Ph.D.

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(1) Imagens eróticas passageiras que surgem espontaneamente na tua mente, entretanto, não necessariamente são pecados mortais, a não ser que insistas neles para obter prazer. Todas as fantasias passageiras são produtos intelectuais, e não actos da vontade; ou seja, eles são produtos da psicologia defensiva do inconsciente. Através de um cuidadoso exame podes usar a ocorrência de tais fantasias para te ajudar a compreender as tuas dificuldades emocionais actuais.

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