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Judas Iscariotes foi condenado ao inferno?
- 03-04-2018
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Judas Iscariotes foi condenado ao inferno?
"A envergadura do pecado não o torna irremissível"
Jesus disse que seria melhor que Judas não tivesse nascido. Ele se tornou-se exemplo de traição, de suicida irredento. A Divina Comédia coloca-o no último círculo do inferno. Mas ele foi condenado “oficialmente” pela Igreja?
A primeira coisa que é preciso dizer é que a Igreja proclamou de modo solene a santidade – e, portanto, a salvação eterna – de muitas pessoas, mas nunca declarou oficialmente a condenação de ninguém. Nem de Judas. Por quê? A resposta é simples: Deus dá a todos uma última oportunidade de arrependimento no momento da morte. E não sabemos a resposta de cada um.
Portanto, a explicação que damos aqui não é propriamente a doutrina ou a posição da Igreja, mas o que os cristãos têm pensado sobre o tema. É preciso levar em conta que o fim de Judas foi marcado mais pelo desespero do que pela traição. A narrativa evangélica é clara ao assinalar que ele estava arrependido da traição. Mas, o seu desespero levou-o ao suicídio.
Entretanto, lembremos que a envergadura do pecado não o torna irremissível; o que é verdadeira irremissível é a falta de arrependimento final.
As revelações privadas, embora os seus conteúdos não são propriamente partes da fé da Igreja, podem contribuir de alguma forma neste caso. Mas também não encontramos nelas uma resposta totalmente conclusiva sobre o caso em questão. Santa Catarina de Siena, Doutora da Igreja, diz:
“Este é o pecado que nunca é perdoado, nem agora nem nunca: o abandono, o desprezo da minha misericórdia. Pois me ofende mais que todos os outros pecados cometidos. Por isso, o desespero de Judas desagradou-me e era um insulto maior ao meu Filho do que a sua traição. Assim, os que agem dessa forma são reprovados, por este falso juízo de considerar o seu pecado maior do que a minha misericórdia. Não te direi o que fiz com Judas para ninguém abuse da minha misericórdia. Podes pensar como quiseres”.
Obviamente, como dito anteriormente, não resta em nenhum caso a gravidade do foi que feito. Com razão, o nome de Judas ficou e ficará sendo sinónimo de traidor.