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É verdade que a nossa fé é cega?

 

É verdade que a nossa fé é cega?

 

A nossa fé católica é cega? É-nos imposta pela Igreja? Somos por acaso proibidos de investigar os fundamentos de nossa fé?

 

Primeira acusação: É cega a fé dos católicos? Pode esta cegueira ou obscuridade referir-se a duas coisas: ou ao objecto de fé, ou aos seus motivos. Se os espíritas querem dizer que é cega a nossa fé porque cremos sem motivos suficientes, então estão erradíssimos e mostram grande ignorância. Mas se pensam que a nossa fé é cega porque é obscuro o seu objecto, aí eles têm razão. Isto, todavia, de modo nenhum pode ser censurado. É essencial à fé.

 

É por isso que o crer se contrapõe ao ver. Quantas coisas nós cremos sem ver e só por testemunho humano! Irrazoável, blasfemo e pecaminoso seria não crer na palavra de Deus, apesar de saber que Deus falou e que é infinitamente sábio e veraz.

 

Segunda acusação: A fé é-nos imposta pela Igreja? Absolutamente não! A Igreja apenas continua a missão de Cristo e dos Apóstolos: “Ide, ensinai a todas as gentes a observar tudo o que vos tenho mandado” (Mt 28, 20); “quem crer e for baptizado, será salvo; quem não crer, será condenado” (Mc 16, 16).

O acto de fé deve ser sempre livre e espontâneo da parte de quem o aceita.

 

Cumprindo esta sua missão, a Igreja propõe a doutrina e os mandamentos de Cristo. O acto de fé deve ser sempre livre e espontâneo da parte de quem o aceita. Queres salvar-te? — pergunta a Igreja ao homem. — Então crê o que Cristo ensinou. Não queres crer? Não te obrigo contra a tua vontade; mas não te salvarás…  “Quem não crer será condenado”. É palavra de Cristo, do Salvador e não da Igreja. Ela apenas repete.

 

Terceira acusação: Somos proibidos de procurar os fundamentos da nossa fé?  Isto é repetido mil vezes pelos espíritas, ou porque são ignorantes, ou porque querem caluniar.

 

Dizem que nós não pensamos nem estudamos; que nós cremos sem nada examinar, sem verificar o conteúdo da nossa fé; que qualquer indagação um pouco mais aprofundada dos nossos dogmas teria como resultado uma mão cheia de verdades quebradas, desconexas, contraditórias, irracionais, etc.; que, portanto, nós aceitamos as ideias mais abstrusas, não nos preocupando nem com a lógica, nem com o bom senso, nem tendo a menor ideia das recentes descobertas feitas pelas ciências exactas; que nós nos entrincheiramos pertinazmente atrás dos dogmas, tendo um pavor imenso de qualquer pessoa que sabe pensar e cerrando obstinadamente os olhos para não ver os resultados dos estudos modernos.

 

Assim podemos ler em Leão Denis que a Igreja Romana, durante quinze séculos, sufocou o pensamento; que ela sempre se esforçou por impedir o homem de usar do direito de pensar; que ela se nos apresenta despoticamente com as palavras “crê e não raciocines; ignora e submete-te; fecha os olhos e aceita o jugo” (Cristianismo e Espiritismo, 50.ª ed., p. 126s).

 

Mas a verdade é que a Igreja, desde o princípio, tem favorecido de todos os modos o estudo sério e aprofundado das verdades da fé.

Quanto mais penetramos nas verdades que Deus se dignou nos revelar, tanto mais nos sentimos seguros de abraçar a verdade.

 

Homens houve, inteligentes, sérios e santos, em todos os tempos, que, amparados e fomentados pela Igreja, dedicaram a vida inteira ao estudo das verdades da fé. A ciência que se dedica a este estudo chama-se teologia. E só o ignorante em história pode repetir as acusações ineptas de Denis.

 

Nunca a Igreja proibiu ou impediu a investigação séria da fé. Os livros para estudar as bases da fé católica estão à disposição de todos. E a Igreja insiste mesmo nestes estudos. Pois ela bem conhece a admoestação do Príncipe dos Apóstolos: “Guardai santamente em vossos corações Cristo Senhor, sempre prontos a satisfazer a quem quer que vos peça razões da esperança que vos anima” (1Pd 3, 15).

 

E quanto mais penetramos nas verdades que Deus se dignou nos revelar, tanto mais nos sentimos seguros de abraçar a verdade; quanto mais estudamos sobre os dados da fé, tanto mais exultamos na santa alegria de filhos de Deus; quanto mais enfrentamos as objecções que a impiedade e o orgulho dos homens sem fé nos lança em rosto, tanto mais nos vemos confirmados naquilo que Deus realmente nos disse.

 

Não! Não temos motivos para nos envergonharmos da nossa fé, nem precisamos de temer os ataques da incredulidade. Não é a verdadeira ciência que conduz os homens à apostasia: é a falta de estudos sérios, é a vida desregrada, é o coração desprendido de Deus e demasiadamente apegado aos bens passageiros que leva à perda da fé e à incredulidade.

 

Nunca a Igreja proibiu ou impediu a investigação séria da fé. Os livros para estudar as bases da fé católica estão à disposição de todos.

 

A inteligência esclarecida, o coração recto e a vida imaculada só podem levar a Deus e à fé em Deus. Não, a nossa fé não é irracional nem nos proíbe o raciocínio. Não, a Igreja não impede o estudo, nem cremos que algum dos nossos amigos terá recebido semelhante proibição.

 

Se há católicos que não mostram interesse pela sua fé; se existem até intelectuais que se dizem católicos e que desconhecem as noções mais elementares da sua fé, a culpa não será da Igreja que lhes proibiu esse estudo ou lhes sonegou os necessários livros, mas a culpa será deles mesmos: o seu desinteresse pelas coisas santas e a sua negligência em se instruir é que são os únicos responsáveis.

 

Uma última acusação: A Igreja proíbe a leitura da Bíblia! Falsíssimo. Semelhante afirmação, além de implicar uma injuriosa calúnia, é outro atestado de grande ignorância. A Igreja recomenda vivamente a leitura diária da Sagrada Escritura.

 

Recomendações de alguns Papas: “Os mais preciosos serviços”, diz Bento XV, “são prestados à causa católica por aqueles que, em diferentes países, puseram e põem ainda o melhor do seu zelo em editar, sob formato cómodo e atraente, e em difundir os livros do Novo Testamento e uma selecção dos livros do Antigo”. E um pouco antes disse: “Nunca cessaremos de exortar todos os cristãos a fazerem a sua leitura quotidiana principalmente dos santíssimos Evangelhos de Nosso Senhor”.

 

E Pio XII admoesta os Bispos que “favoreçam e auxiliem as associações que têm por fim difundir entre os fiéis exemplares da Sagrada Escritura, particularmente dos Evangelhos, e procurar que nas famílias cristãs se leiam regularmente todos os dias com piedade e devoção”.

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