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Como ser santo nos dias de hoje?

 

Como posso ser santo nos dias de hoje?

 

Deus me quer santo

 

Já paraste para pensar que Deus, por meio do Espírito Santo, derrama a santidade sobre o Seu povo fiel, porque Ele próprio quer salvar e santificar os homens? Sim, esta é uma verdade que acontece. Portanto, podemo-nos ajudar, porque Deus não nos quer salvar sozinhos, mas quer, comunitariamente, levar em conta as nossas relações, e, assim, a santidade acontece nas coisas simples.

Não precisamos de almejar realidades grandiosas, mas podemos buscar a santidade no quotidiano da nossa vida. O Papa traz o exemplo dos pais que criam os seus filhos, nos homens e mulheres que trabalham para trazer o pão para dentro de casa, nos doentes e idosos que continuam a sorrir. Estes são “os santos ao pé da porta”. Pessoas que, nos afazeres diários, buscam realizá-los com amor. O segredo está em viver com alegria, honestidade e competência o seu trabalho, ou melhor, a sua vocação. Por isso, utiliza os momentos ordinários para viver de forma extraordinária. Assim seremos santos!

 

Configurado a Cristo

 

Alcançaremos a santidade à medida que nos formos configurando e identificando com Cristo. Esta mudança a realizará o Espírito Santo, à medida que Lhe dermos abertura, para que nos transforme. Como já aprendemos, este é o desejo de Deus: a nossa santidade. Sendo assim, o próprio Deus nos apresentará situações e pessoas para que possamos crescer em santidade.

 

A fuga nunca será capaz de modelar santos; pelo contrário, somente enfrentando a nós mesmos e os que vêm ao nosso encontro teremos a possibilidade de sermos transformados em pessoas melhores. Da mesma forma que o silêncio e a oração geram em nós o homem novo, o encontro com o outro dá-nos a capacidade de agirmos como novo homem.

 

Um dos desafios para os que querem ser santos nos dias de hoje: Não cair num ativismo nem ocupação excessiva com as coisas, esquecendo o autor das coisas nem tão pouco fugindo dos encontros e obrigações próprias de qualquer pessoa comum. O Papa Francisco exorta-nos: “Precisamos de um espírito de santidade que impregne tanto a solidão como o serviço, tanto a intimidade como a tarefa evangelizadora, para que cada instante seja expressão do amor doado sob o olhar do Senhor” (n. 31).

 

Cada vez mais humanos

 

A santidade, como já deu para perceber, realiza-se na vida, no quotidiano e nas coisas simples que cada pessoa realiza. Colocar amor naquilo que fazemos dá um sentido totalmente evangélico nos afazeres da vida. Por isso, podemo-nos lançar sem medo de sermos santos, pois nada nos será tirado, nem as forças nem a alegria, porque, afinal de contas, foi Deus quem desejou isto para nós, e esta é a nossa vocação primeira, a santidade.

 

Tornar-se humano nada mais é do que fazer as coisas normais do nosso dia, mas, como acima mencionado, com amor. Eis o segredo! Contudo, um amor de facto e não um amor de teorias. Um amor traduzido em actos com aqueles que estão mais próximos de nós. Comecemos por esses. Tenhamos quase a certeza de que, durante o dia, estamos rodeados de pessoas que nos são caras ao coração, e muitas dessas pessoas podemos dizer que as amamos. Eis que temos um campo repleto de pessoas para amar, e assim nos tornarmos testemunhas de uma santidade humana, sem deixar de reconhecer a graça de Deus nas nossas atitudes.

Vamos ser o que Deus quer de nós. Santos! Por assim dizer, sermos cada vez mais humanizados e solícitos com aqueles que mais necessitam. O Papa Francisco exorta: “Não tenhas medo de apontar para mais alto, de te deixares amar e libertar por Deus. Não tenhas medo de te deixares guiar pelo Espírito Santo. A santidade não te torna menos humano, porque é o encontro com a tua fragilidade e com a força da graça” (n. 34).

 

“[…] existe apenas uma tristeza: a de não ser santo” (León Bloy)

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