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Astrologia, ciência e fé

Astrologia, ciência e fé – O que os especialistas dizem

A astrologia pretende prever o comportamento e o destino das pessoas a partir da posição ocupada pelos astros no momento do seu nascimento. Antigamente, os babilónios, assírios, caldeus (2.500 anos a.C.), e outros povos, acreditavam que os astros eram deuses ou demónios, e por isso, eles influiriam na vida das pessoas. Os homens, por ignorância, julgavam-se totalmente dependentes das forças da natureza. Os antigos transferiam aos planetas os poderes dos deuses do Panteon grego. Por exemplo, o planeta mais belo foi identificado como Vénus e considerado bom, e assim por diante; de modo que Mercúrio, Júpiter, entre outros, eram considerados deuses.
Na época em que a astrologia começou a ser cultivada, os homens sabiam muito pouco a respeito do sistema solar e dos astros em geral. Imaginavam a existência do Zodíaco, que seria uma faixa ou anel que cercaria a Terra; onde se moviam o Sol, a Lua e os planetas maiores e menores; e a circunferência deste anel imaginário de 360º estaria dividida em doze segmentos de 30º cada um. E em cada um desses segmentos existiria um compartimento chamado “casa do horóscopo”, cada um tendo um símbolo (sinais do zodíaco), denominados: Carneiro, Touro, Gémeos (irmãos), Câncer (caranguejo), Leão, Virgem, Balança, Escorpião, Arqueiro (Sagitário), Capricórnio (cabra ou cauda de peixe), Aquário, Peixes.
Evidentemente, trata-se de uma idolatria, proibida pela Palavra de Deus (cf. Dt 18,10-12), e sem qualquer fundamentação científica; é pura superstição. A astrologia é maléfica porque incute nas pessoas uma mentalidade fatalista e alienante, que é nociva ao homem e destruidora da personalidade; supõe uma mentalidade mitológica e uma realidade cósmica superada. Isto nega a liberdade do homem e a soberana omnipotência de Deus. Esta crença pode gerar até perturbações mentais, depressões nervosas, inimizades, e até suicídios. Por isso, a Sociedade Americana de Estudos Psicológicos e Sociais publicou a seguinte declaração oficial: “Os psicólogos não vêem indício de que a astrologia tenha valor como indicação do passado ou do futuro para a vida de alguém. Por conseguinte, esta Sociedade lamenta a adesão de grande parte do público a uma prática mágica que não consta com o mínimo apoio de factos científicos”. (Revista PR, Nº. 266; Ano 1983 – Pág. 49.)
A revista Science et Vie, de Janeiro 1994, pp. 60s, apresentou um artigo de Gérald Messadié, intitulado “Les Preuves que les horoscopes abrègent la vie” (As Provas de que os Horóscopos abreviam a Vida). Esta afirmação, por mais surpreendente que seja, resulta de uma pesquisa feita em San Diego (Califórnia, USA) junto a 28.000 cidadãos de origem chinesa. Essa importante pesquisa realizada entre a população de origem chinesa residente na Califórnia (USA) levou à conclusão de que os chineses, que crêem nas sentenças do horóscopo chinês (um pouco diferente da astrologia ocidental), têm a sua vida abreviada por causa das suas suposições e sugestionabilidades. (Revista PR, n. º 384; Ano 1994; pág. 207)
As incoerências científicas da astrologia são claras. Ela baseia-se na astronomia de Ptolomeu, do Egipto, século II, que acreditava que a Terra era o centro do sistema solar (erro grave) e que este contava com apenas sete planetas, entre eles o Sol. Quando sabemos que há mais planetas. Os pressupostos científicos da astrologia e do horóscopo estão todos ultrapassados. As análises baseiam-se na existência das “casas do horóscopo” ou dos “compartimentos do zodíaco”, que é algo arbitrário e irreal. Os sinais do Zodíaco não são unidades cosmológicas. As figuras, os sinais, as casas e os ângulos dos mapas da astrologia não existem na realidade, são imaginários. O tal rectângulo “Grande Urso” também não existe no espaço. E assim há muitos erros de astronomia e de astrofísica os quais qualquer estudante destas matérias sabe mostrar.
Além disso, a astrologia leva em conta apenas uma constelação de astros, sendo que no universo há uma infinidade de outros astros. Por que se desprezam os demais? Só uma pequena quantidade de astros influi na vida das pessoas? Às vezes, as previsões dos astrólogos ocorrem por mera coincidência; e na maioria delas, falham, como a imprensa já exibiu muitas vezes. Quantas previsões foram totalmente falsas!
Se a astrologia fosse verdadeira, não haveria desigualdade de “sorte” de crianças nascidas no mesmo lugar e no mesmo instante, especialmente os gémeos. Um exemplo clássico é o dos gémeos da Bíblia, Esaú e Jacob, filhos de Isaac e Rebeca (Gn 25,19ss), que tiveram vidas completamente diferentes.
A astrologia é anticientífica, fantasiosa, primitiva; e, por isso, não é aceita pelos astrónomos e astrofísicos sérios.
A revista francesa "Science et Avenir”, Janeiro 1998, pp. 52s, publicou um artigo de Gilles Moine intitulado (“Para acabar com a Astrologia...”). Um conteúdo de alto nível científico que mostra sete erros científicos crassos da astrologia. (PR 139/1971, pp. 308-318.; PR 116/1969, pp. 329-341)
O Professor Marcelo Gleiser, que lecciona Física Teórica no Dartmouth College (EUA), escreveu um artigo a 26 de Julho de 2002, no qual ele faz um histórico da astrologia e mostra que esta não pode ser tida como ciência nem ser regulamentada para dar suporte à pretensa profissão de astrólogo.
O Professor Dr. Fernando de Mello Gomide, ex-docente do ITA de São José dos Campos (SP) e pesquisador do Instituto de Ciências Exactas e Naturais da Universidade Católica de Petrópolis (RJ), num artigo publicado na Revista Pergunte e Responderemos (Nº 374; Ano 1993; pág. 290) também revela os erros graves da astrologia. Alguns exemplos:
- Andrew Fraknoi, da “Astronomical Society of the Pacific”, relata investigações estatísticas realizadas que negam a existência de efeitos causais entre os astros e os factos humanos.
- Bernar Silverman, psicólogo da Universidade do Estado de Michigan (USA), analisou as datas de nascimento de 2.978 casais em vias de casamento e outros 478 a caminho do divórcio. Ele comparou as predições astrológicas com os dados reais e não achou confirmação alguma.
- John McGervey, físico da “Case Western Reserve University”, analisou aniversários e biografias de 6.000 políticos e de 17.000 cientistas, a fim de ver se estas profissões se agrupavam em torno de certos signos, conforme as predições dos astrólogos. Mcgervey verificou que ambos os grupos se distribuíam em torno dos signos, de modo completamente aleatório.
- Michel Gauquelin, estatístico francês, enviou o horóscopo de um dos piores assassinos da França a 150 pessoas, perguntando como é que elas se encaixavam no dito horóscopo, não revelando obviamente a origem dele. Resultado: 94% das pessoas reconheciam-se ali descritas.
- Roger Culver e Philip lanna, ambos astrónomos, analisaram 3.000 predições astrológicas publicadas por conhecidos astrólogos e organizações astrológicas durante cinco anos. Essas profecias referiam-se a personagens famosos, como artistas de cinema e políticos. Os astrónomos verificaram que apenas 10% das previsões podiam ser aceitas.
A Tradição da Igreja, especialmente dos Santos Padres, refuta fortemente a crença na astrologia.
Tertuliano (†220) – Diz que a astrologia tende à idolatria, sendo uma invenção dos demónios. (”Da Idolatria”, IX).
São Gregório Nazianzeno († 390) – Diz que a astrologia é perigosa para muitos e condena os horóscopos (Em Louvor do Irmão Cesário).
São Cirilo de Jerusalém, doutor da Igreja (†386): “Nós não vivemos segundo os horóscopos e a conjunção dos astros, como os astrólogos delirantemente acreditam”. “Não devemos dar crédito aos astrólogos, pois deles disse a Sagrada Escritura” [cf. Is 47: 13] (Sobre a Penitência).
São Gregório de Nissa, doutor da Igreja (†394) – Defende o livre-arbítrio contra o fatalismo astrológico. Reduz ao absurdo a ideia de que a posição das estrelas no nascimento determina o destino dos homens.
São João Crisóstomo, doutor da Igreja (†407) – diz que as profecias dos astrólogos são produtos do demónio. Argumenta contra aqueles que acham as previsões astrológicas bem sucedidas nos seguintes termos: quem abandona a fé e se entrega aos astrólogos, leva os demónios a dispor dos factos para que aconteçam para o agrado dessas pessoas. Diz ainda que a astrologia é uma doutrina perversa. (Homilia 75 sobre o Evangelho de S. Mateus)
Santo Agostinho, doutor da Igreja (†430) já condenava a astrologia, ensinando que se Deus agisse pelos astros, Ele seria mau; o que é uma blasfémia: “Os astrólogos dizem: a causa inevitável do pecado vem do céu; Saturno e Marte são os responsáveis. Assim isentam o homem de toda a falta e atribuem as culpas ao Criador, Áquele que rege os céus e os astros” (“Confissões”, I, IV, c. 3). Ele afirma também que se libertou dos grilhões da astrologia após a sua conversão. E propõe argumentos contra os horóscopos tirados das experiências de amigos e cita o caso dos gémeos Esaú e Jacob (Gn 25, 19-28) (“Confissões”, L. VII).
São João Damasceno, doutor da Igreja (†749) – Nega o princípio de causalidade astrológico.

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