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A santa que foi vítima de abuso sexual
- 13-07-2020
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A Cova de Iria, onde Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos
de Fátima, é uma homenagem a esta mártir
Em Outubro, quando lembramos o Milagre do Sol de Fátima e o
Santo Rosário, podemos também dar uma olhada na história de uma santa da cidade
vizinha a Fátima, Tomar. O nome dela é Santa Irene de Tomar (ou Santa Iria) e que
foi martirizada em 653.
Diz a lenda que Irene nasceu num lugar chamado Nabancia, hoje
conhecido como Tomar, Portugal. Era de família rica e influente. Seus pais
conseguiram um professor particular para Irene e enviaram-na para uma escola do
convento.
Irene era bastante bonita, e os poucos homens que realmente
tinham a chance de a ver ficavam sempre apaixonados pela sua beleza. Na região,
havia um homem chamado Britald. Ele começou a segui-la no caminho para a
igreja.
O homem ficou apaixonado por ela e um dia aproximou-se de
Irene, pedindo que ela se casasse com ele. Ela recusou, dizendo que tinha feito
voto de celibato e se entregado a Deus.
Mas, havia outro homem apaixonado pela Irene. Era o tutor
dela, Remígio. Ele era um monge encarregado pelos pais da moça não apenas de
ensinar a filha, mas também de a proteger. Com o passar do tempo, Remígio
cresceu em luxúria, e, um dia, cercou Irene com avanços irracionais e impuros.
Ela afastou-o com a maior força possível, mas Remígio não foi embora. E ficou
furioso, deixou o cargo de tutor e planeou vingança.
As pessoas começaram a perguntar a Remígio por que é que ele já
não ensinava Irene. Ele começou a dizer que descobrira que ela estava grávida e
enviou uma mensagem à Irene, perguntando se poderia encontrá-la por alguns
momentos para lhe dar algum material para estudar.
Como os rumores da sua gravidez continuaram a espalhar-se,
Irene concordou em se encontrar com Remígio. Ele ofereceu-lhe uma bebida e ela
aceitou. A lenda conta que Remígio tinha inventado um veneno que faria o abdómen
inchar. Quando as pessoas viram Irene com a barriga inchada, acreditaram na
mentira de Remígio.
A notícia chegou ao primeiro pretendente rejeitado de Irene,
Britald. Ele estava absolutamente lívido por Irene lhe ter mentido e ter sido
promíscua.
Britald, então, contratou um mercenário para matar a moça.
Irene voltava da oração da tarde quando o assassino a atacou. Ele esgueirou-se
por trás dela e cortou-lhe a garganta. O criminoso atirou o corpo para o rio
Tejo.
Depois disto, toda a população começou a perguntar sobre a
moça, que desaparecera da Missa e das orações.
Neste ponto, a lenda volta-se para o tio de Irene, o abade
Celius, que recebeu uma revelação mística sobre a verdade da morte de Irene e a
localização do seu corpo. O tio reuniu uma procissão de pessoas e fez uma
peregrinação até ao local onde ele sabia que o corpo seria encontrado. As
correntes da água levaram o corpo de Irene às margens de Scalabis (hoje
conhecida como Santarém, que significa Santa Irene).
Quando a procissão chegou ao local, as águas recuaram e os
restos intactos de Irene foram encontrados. Observou-se também que ela não
estava grávida e que tinha sido vítima de mentiras e calúnias. Os monges
fizeram um enterro formal, e a história de Santa Irene (Santa Iria) começou a espalhar-se.
A Cova da Iria, onde Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos de Fátima, recebeu
este nome em homenagem a ela.
Hoje, Santa Irene de Tomar é homenageada como santa e mártir
em Portugal e na Igreja Católica. Ela é a santa padroeira de Tomar e Santarém,
e o dia da sua festa é 20 de Outubro.