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O que é o voto íntimo ou o voto secreto

 

O que é o voto íntimo ou o voto secreto? 

 

O que seriam os votos íntimos que fazemos ao longo da vida

 

Muitos de nós já vivemos a realidade de termos feito algum tipo de voto íntimo ou o que muitos chamam voto secreto, ao longo da nossa vida. “Se,​ ​portanto,​ ​o​ ​Filho​ ​vos​ ​libertar,​ ​sereis​ ​verdadeiramente​ ​livres”.​ ​(Jo​ ​8,36).

A primeira coisa importante a saber é de que, de facto, se trata a realidade de um voto íntimo ou voto secreto. Todo o voto é um tipo de compromisso, uma aliança, um pacto que estabelecemos diante de uma situação ou até mesmo de uma pessoa. Uma vez estabelecido esse compromisso, essa aliança, acabamos por nos deixar influenciar por eles de alguma forma.

Em geral, os votos íntimos estão sempre relacionados a acontecimentos traumáticos da nossa história ou a situações de sofrimentos que vivemos. Por causa desses acontecimentos dolorosos, estabelecemos, conscientemente ou não, uma aliança com aquela situação de dor. Essas situações, de certa forma, deixaram-nos marcas interiores, e, conforme o tempo foi passando, pode parecer até que deixamos esses traumas para trás, que nos esquecemos deles, mas se eles não foram resolvidos interiormente em nós, não conseguiremos ser homens e mulheres plenamente livres.

Memórias do passado

Viveremos o tempo presente, mas com um passado vivo, ferido e permanente dentro de nós. Um passado que, ao ser relembrado, nos traz ainda a mesma dor dos sentimentos e das emoções do tempo em que fomos feridos.

Para nós, que trabalhamos com a realidade da oração de cura e libertação, sabemos que os acontecimentos dolorosos, os sentimentos e emoções são tão reais, hoje, nessas pessoas, como foram no passado quando ocorreram. E isso as faz, de certo modo, escravas do passado.

Estas situações de dor não resolvidas vão nos descaracterizando, ferindo a nossa real identidade. Nesses momentos é que estabelecemos os votos íntimos, os quais permanecem dentro do nosso subconsciente. Mesmo guardados ali, estão vivos.

Quando, por algum motivo, no momento presente, vivemos alguma realidade que seja parecida com a situação de dor que vivemos no passado, é como se abríssemos aquela gaveta e experimentássemos tudo de novo, com a mesma intensidade.

Há pessoas que, quando criança ou adolescente, por exemplo, experimentaram, em casa, a traumática experiência de ver o casamento do pai e da mãe ser destruído pelo álcool e pela violência. Aquele adolescente, ao ver a sua mãe a apanhar do seu pai, disse para si mesmo: “Eu​ ​não​ ​acredito​ ​no​ ​casamento!​ ​Eu​ ​nunca ​quero​ ​​​casar!”

Isto foi, na verdade, um voto íntimo, pois a pessoa experimentou toda a dor da violência dos seus pais e aquilo feriu-a interiormente e não foi resolvido; ficou uma ferida. Pode acontecer que, quando esta pessoa crescer e começar a relacionar-se afectivamente com outra, iniciar um namoro, possa perceber que, até determinado ponto do relacionamento, tudo vai bem, mas, quando o relacionamento se tornar mais sério e começarem a conversar sobre um possível casamento, essa pessoa não conseguirá ir para frente com o namoro. Poderá dizer até mesmo que, por algum motivo, deixou de gostar da (o) namorada (o). Na verdade, o que está a acontecer, dentro dela, é que aquela situação de dor não resolvida e guardada, juntamente com aquele voto íntimo que ela fez, dizendo que “nunca​ ​se​ ​casaria”​, está a vir para fora novamente. Ela abriu a gaveta da situação dolorosa que a marcou, e agora, de maneira inconsciente, precisa de cumprir o voto, o pacto que fez consigo mesma. Para isso, precisa de terminar o namoro, senão, ele a colocará frente a frente com o matrimónio.

O problema é que há diversos tipos de votos íntimos que vamos fazendo e que podem, realmente, influenciar a nossa vida, mas nem percebemos que uma coisa está ligada a outra. Vamos criando pactos íntimos e carregando-os como jugo na nossa vida, como se tivéssemos o compromisso com tal ato!

Nunca diga nunca!

De certa forma, todo o voto íntimo pode trazer algum tipo de consequência, principalmente quando está ligado a uma situação de dor, mágoa, tristeza ou decepção. Isto pode reflectir-se mais claramente na nossa vida, por exemplo, quando dizemos:

“Nunca mais vou amar ninguém”

 “Nunca mais vou confiar em homem/mulher algum”

 “Nunca vou conseguir engravidar”

 “Nunca serei feliz com esta pessoa”

“Não vou conseguir nunca dirigir um carro!”

 “Eu não presto para nada”

 “Eu sou muito burro!”

Um outro exemplo é de uma jovem apaixonada por um rapaz e quer muito casar com ele, mas, por situações adversas, o relacionamento acaba por ser rompido. Esta jovem, ainda apaixonada, diz: “Se​ ​eu​ ​não​ ​me​ ​casar​ ​com​ ​ele,​ ​​não​ ​me​ ​casarei​ ​com​ ​mais​ ​ninguém”.

Nesta afirmação, ela fez um pacto consigo mesma, estabelecendo o seu voto íntimo. Depois disso, é possível perceber que esta moça somente consegue relacionar-se e apaixonar-se por pessoas erradas ou com rapazes que não queiram casar com ela. Isto porque, no seu subconsciente, relacionar-se com pessoas erradas é uma forma de não conseguir casar, cumprindo, assim, aquilo que ela determinou para a sua vida, que só se casaria com aquele antigo namorado.

Deu para entender? Ficou claro?

Acabamos por assumir estes votos como verdades, que ficam guardadas no nosso subconsciente, e, de uma hora para outra, poderão vir à tona, causando-nos grandes prejuízos! Há pessoas que acabam por determinar toda a sua vida em cima desses votos íntimos que fizeram; e, às vezes, vêem-se sem forças para sair dessas situações.

Qual é o caminho para a libertação dos votos íntimos?

O primeiro passo importante é fazermos uma averiguação e identificarmos se, na nossa história de vida, houve momentos de dores, sofrimentos, raivas, mágoas ou tristezas, que nos fizeram intimamente estabelecer um pacto com aquilo que afirmamos contra nós mesmos.

Uma vez que conseguirmos identificar isto, é necessário, agora, que o nosso passado, ainda vivo, seja re-significado dentro de nós, reescrito. Isto acontece sempre pela luz do Espírito Santo, que nos ajuda a reconciliarmo-nos com a nossa própria história, a perdoarmos a nós mesmos, perdoar às pessoas e até mesmo a necessidade de perdoar ao próprio Deus. Este caminho de reconciliação com a nossa própria história é um passo fundamental para a libertação completa.

Após essa reconciliação, é necessário que a oração coloque tudo no seu devido lugar novamente. É preciso, por meio da oração, pedir que o Senhor quebre toda a força que essas palavras possam ter tido sobre a nossa vida, pedir que tudo aquilo que nos prendia à força dessas palavras caiam por terra. Será necessário também uma Oração de Renúncia contra esses votos, para que isso seja desvinculado da nossa vida. Assim como, pessoalmente, por causa de situações dolorosas e por meio de palavras, fazemos os votos íntimos, será também por conta da ação do amor de Deus e por meio das nossas palavras que esses votos serão desfeitos.

Depois destes passos, é necessário que tenhamos, agora, a força e a determinação de superarmos o que antes, para nós, seria impossível. Começamos a perceber que, sobre determinadas situações que nos paralisavam, e talvez nos deixem em pânico, temos outros sentimentos e reacções. É claro que pode surgir o medo ou receio de não conseguirmos, mas podemos ver que haverá uma força para enfrentarmos e superarmos tal situação. Força essa que, antes, achávamos que não tínhamos.

Este, portanto, é o caminho que precisamos de trilhar para a nossa completa libertação dos votos íntimos. Que o Espírito Santo o ilumine e inspire.

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