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Sínodo dos Bispos (Cap. I)

CAPÍTULO I
Revelação, Palavra de Deus, Igreja

“Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo” (Heb 1,1-2).
Deus tem a iniciativa. A Revelação divina manifesta-se como Palavra de Deus
6. “Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-Se a Si mesmo e tornar conhecido o mistério da sua vontade” .[10] Perante o risco de manietar o mistério de Deus em esquemas meramente humanos e numa relação fria e arbitrária, o Concílio Vaticano II, na Dei Verbum, faz uma síntese da fé plurissecular da Igreja, indicando as linhas mestras de uma correcta reflexão. Deus manifesta-Se de forma tão gratuita quanto directa para estabelecer uma relação inter-pessoal de verdade e de amor com o homem e com o mundo que criou. Revela-Se a Si mesmo na realidade visível do cosmo e da história “por meio de palavras e acções intimamente conexas” ,[11] mostrando assim uma “economia da Revelação” , ou seja, um
projecto que tem em vista a salvação do homem e, com ele, a de toda a criação. É-nos assim revelada, ao mesmo tempo, a verdade sobre Deus uno e trino e a verdade sobre o homem que Deus ama e quer fazer feliz, verdade que atinge o máximo esplendor em Jesus Cristo, que “é simultaneamente o mediador e a plenitude de toda a Revelação” [12]
Esta relação de comunicação gratuita, que supõe uma profunda comunhão, análoga à da comunicação humana, é qualificada pelo próprio Deus como sua Palavra, 'Palavra de Deus'. Esta tem, portanto, de ser sempre radicalmente compreendida como um acto pessoal de Deus uno e trino que ama e que, por isso, fala, e fala ao homem, para que reconheça o seu amor e lhe corresponda.[13] Prova-o uma leitura atenta da Bíblia desde o Génesis ao Apocalipse. Quando se lê e, sobretudo, se proclama a Palavra de Deus, como acontece na Eucaristia, “sacramento por excelência” [14], e nos outros sacramentos, o próprio Senhor nos convida a 'realizar' um evento inter-pessoal, singular e profundo, de comunhão entre Ele e nós, e entre nós. A Palavra de Deus é, de facto, eficaz e realiza o que afirma (cf. Heb 4,12).
A pessoa humana tem necessidade de Revelação
7. O homem tem a capacidade de conhecer Deus com os meios que Ele mesmo lhe deu (cf. Rom 1, 20), nomeadamente o mundo da criação (liber naturae). Todavia, nas condições históricas em que se encontra, esse conhecimento tornou-se, por causa do pecado, obscuro e incerto e negado por não poucos. Mas Deus não abandona a sua criatura, infundindo nela um íntimo desejo de luz, de salvação e de paz, embora nem sempre consciente. A manter vivo um tal anseio contribuiu o anúncio do Evangelho a todo o mundo, produzindo valores religiosos e culturais. Tais valores ajudam hoje muitos a procurar o Deus de Jesus Cristo.
Na própria vida do povo de Deus nota-se uma profunda aspiração – mais do que necessidade – a saborear uma fé pura e fascinante, que afaste o véu da ignorância, da confusão e da desconfiança em relação a Deus e ao homem, e leve assim a discernir e a reforçar com a verdade de Deus as muitas conquistas do progresso. Pode-se, portanto, falar de uma necessidade profunda e difusa que, à maneira de uma invocação, abre existencialmente à verdade da Revelação, feita pelo próprio Deus em favor da humanidade, ou seja, à escuta da sua Palavra. Interessar-se por ela constitui o fundamento dos objectivos do Sínodo, pelas repercussões de âmbito pastoral, enquanto autentifica e encoraja o processo da nova evangelização e, ao mesmo tempo, permite colher preciosas indicações para o diálogo ecuménico, inter-religioso e cultural.
A Palavra de Deus entrelaça-se com a história do homem e guia o seu caminho
8. Nalgumas culturas, o homem contemporâneo sente-se artífice e, portanto, senhor da sua história, encontrando dificuldade em aceitar que alguém se insira no seu mundo sem dialogar com ele e sem lhe dar as razões da sua presença. Tal atitude pode verificar-se, também em relação a Deus, de uma maneira muitas vezes errada, mas sempre duvidosa. Deus, porém, não podendo calar a verdade da sua Palavra, assegura ao homem que se trata sempre de uma Palavra de amigo, para o seu bem e no respeito da sua liberdade, pedindo-lhe, ao mesmo tempo, uma escuta leal que o leve a meditar. De facto, a Palavra de Deus “tem de aparecer a todo o homem como abertura para os seus próprios problemas, como resposta às suas perguntas, um alargamento aos seus valores e simultaneamente uma satisfação das próprias aspirações” .[15] Ainda à luz da Dei Verbum, é-nos dado saber que a sua Palavra, enquanto pronunciada por Deus, se precede toda a iniciativa e palavra humana, é para abrir ao homem impensáveis horizontes de verdade e de sentido, como atestam Gen 1; Jo 1,1ss; Heb 1,1; Rom 1,19-20; Gál 4,4; Col 1,15-17. Diz São Gregório Magno: “Quando a Escritura se abaixa para usar as nossas pobres palavras, é para que das coisas que nos parecem perto nos faça subir aos poucos, como que por degraus, até à sua sublimidade”.[16]
Desde as origens, Deus quis “abrir o caminho da salvação sobrenatural” .[17] À luz da Escritura, podemos compreender como a sua poderosa Palavra iniciou um diálogo vivo, por vezes dramático, mas por fim vitorioso, com a humanidade, já desde o seu início e, mais tarde, na história do seu povo Israel, chegando à Revelação suprema na história de Jesus Cristo, a sua Palavra eterna feita carne (cf. Jo 1,14). Canta Santo Efrém: “Contemplava eu então o Verbo Criador e comparava-o ao Rochedo que peregrinava com o povo no meio do deserto. Sem recolher nem acumular águas, esse derramava ele sobre o povo torrentes maravilhosas. Não havia nele nenhuma água, mas dele brotavam oceanos; assim, do nada, o Verbo criou as suas obras. Feliz de quem merecer herdar o teu Paraíso! Moisés, no seu Livro, descreve a criação de toda a Natureza, para que a Natureza e o Livro dêem testemunho do seu Criador; a Natureza mediante o uso, o Livro mediante a leitura. São estes os testemunhos que vêm de todo o lado. Encontram-se em todos os tempos, estão presentes em toda a hora, mostrando ao infiel como é ingrato com o Criador”.[18]
Relevante é a incidência pastoral desta visão da Palavra de Deus. Esta entrelaça a sua história com a história humana, faz-se história humana, pelo que a nossa história de homens não é, portanto, composta exclusivamente de pensamentos, palavras e iniciativas humanas. A Palavra de Deus deixa traços vivos na natureza e na cultura, ilumina as ciências do homem para que assumam o seu justo valor, mas por estas ela também é ajudada a pôr em evidência a sua identidade e, ao mesmo tempo, a irradiar o original humanismo que lhe pertence. É sobretudo uma Palavra que escolheu um povo para com ele partilhar o caminho de liberdade e salvação, mostrando a seriedade tenaz e paciente de Deus, de ser um “Emanuel” (Is 7,14), Deus-connosco (Is 8,10; cf. Rom 8,31; Ap 21,3). Daí se explica como a Palavra de Deus, graças ao testemunho da Bíblia, tenha encontrado eco nos pensamentos e expressões do homem através dos séculos, por vezes de forma distorcida e sofredora, como um grito de ajuda, no meio das vicissitudes obscuras da história, produzindo extraordinários efeitos que se manifestam de modo fascinante nos santos. Vivendo os carismas particulares como dom do Espírito Santo, estes mostraram as potencialidades enormes e originais da Palavra de Deus levada a sério.
Hoje é de particular relevância ajudar a compreender a justa relação entre a Revelação pública e constitutiva do Credo cristão e as revelações privadas, discernindo a correspondência destas com a fé genuína.
Jesus Cristo é a Palavra de Deus feita carne, a plenitude da Revelação
9. “Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho” (Heb 1,1s).
Os cristãos em geral se apercebem da centralidade da pessoa de Jesus Cristo na Revelação de Deus, mas nem sempre sabem colher as razões dessa importância e compreender em que sentido Jesus é o coração da Palavra de Deus; daí que, também na leitura da Bíblia, não lhes seja fácil fazer dela uma leitura cristã.
No entanto e sempre à luz da Dei Verbum, recorde-se que Deus quis uma iniciativa de todo imprevisível, mas que se realizou: “Mandou o seu Filho, ou seja, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para morar no meio deles e explicar-lhes os segredos de Deus (cf. Jo 1,1-18). Jesus Cristo, portanto, Verbo feito carne, mandado como homem aos homens, 'diz palavras de Deus' (Jo 3,34) e realiza a obra de salvação que Lhe é confiada pelo Pai (cf. Jo 5,36; 17,4)”.[19] Deste modo, Jesus, na sua vida terrena e agora na celeste, assume e realiza todo o fim, o sentido, a história e o projecto que a Palavra de Deus contém, porque, como diz Santo Ireneu: “Cristo trouxe-nos a novidade inteira, ao trazer-nos a Si mesmo”.[20]
É pastoralmente importante, à luz de Jesus Cristo, saber colher, por analogia, a valência múltipla que tem a Palavra de Deus na fé da Igreja, segundo o testemunho da própria Bíblia. Manifesta-se, de facto, como Palavra eterna em Deus, irradia na criação, assume perfil histórico nos profetas, manifesta-se na pessoa de Jesus, ecoa na voz dos apóstolos, e hoje é proclamada na Igreja. Forma um conjunto, cuja chave de interpretação, pela inspiração do Espírito Santo, é Cristo-Palavra. “A Palavra de Deus, que no princípio estava junto de Deus, não é, na sua plenitude, uma multiplicidade de palavras; não são muitas palavras, mas uma só Palavra que abarca um grande número de ideias, de que cada ideia é uma parte da Palavra na sua totalidade (...). E se Cristo apela para as 'Escrituras', como as que d'Ele dão testemunho, considera os livros da Escritura um único rolo, porque tudo o que foi escrito sobre Ele é recapitulado num só todo” [21] Vê-se assim uma continuidade na diferença.
A Igreja dá o seu essencial anúncio desta riqueza da Palavra. A comunidade cristã sente-se gerada e renovada da Palavra de Deus, quando sabe compreendê-la em Jesus Cristo. Mas também é verdade que a Palavra de Jesus (que é Jesus) deve ser compreendida, como Ele mesmo dizia, segundo as Escrituras (cf. Lc 24, 44-49), ou seja, na história do povo de Deus do Antigo Testamento, que O esperou como Messias, e agora na história da comunidade cristã, que O anuncia com a pregação, medita n'Ele com a Bíblia, experimenta a sua amizade e a sua guia na vida. São Bernardo afirma que, no plano da Encarnação da Palavra, Cristo é o centro de todas as Escrituras. A Palavra de Deus, que já se ouvia no Antigo Testamento, tornou-se visível em Cristo.[22]
A Palavra de Deus como uma sinfonia
10. As indicações acima dadas permitem agora delinear o sentido q a Igreja, à luz da Revelação, dá à Palavra de Deus. É como uma sinfonia tocada por uma variedade de instrumentos, enquanto Deus comunica a sua Palavra de muitas formas e de muitos modos (cf Heb 1,1), dentro de uma longa história e com uma diversidade de anunciadores, mas onde aparece uma hierarquia de significados e de funções. É correcto falar de sentido análogo da Palavra.
a – À luz da Revelação, a Palavra de Deus é o Verbo eterno de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, o Filho do Pai, fundamento da comunicação intra-trinitária e ad extra: “No princípio era o Verbo, o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava, ao princípio, junto de Deus. Tudo se fez por meio d'Ele, e, sem Ele, nada se fez” (Jo 1,1-3; cf. Col 1,16).
b – Por isso, o mundo criado “narra a glória de Deus” (Sal 19,1); tudo é sua voz (cf. Sir 46,17; Sal 68,34). No princípio do tempo, com a sua Palavra, Deus cria o cosmo, pondo na criação a marca da sua sabedoria, de que o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, é o intérprete natural (cf. Gen 1,26-27; Rom 1,19-20). Da Palavra, com efeito, o homem recebe a palavra para entrar em diálogo com Deus e com a criação. Assim, Deus fez da criação inteira, e do homem in primis, “um testemunho perene de Si mesmo” .[23]
c – “O Verbo fez-Se carne” (Jo 1,14): a Palavra por excelência de Deus, a Palavra última e definitiva, é Jesus Cristo, a sua pessoa, a sua missão, a sua história intimamente unidas, segundo o plano do Pai, que culmina na Páscoa e tem a sua realização definitiva quando Jesus entregar o Reino ao Pai (cf. 1Cor 15,24). Ele é o Evangelho de Deus para o homem (cf. Mc 1,1).
d – Em vista da Palavra, que é o Filho encarnado, o Pai falou nos tempos antigos aos pais por meio dos profetas (cf. Heb 1,1) e, em força do Espírito, os Apóstolos continuam a anunciar Jesus e o seu Evangelho. Assim, ao serviço da única Palavra de Deus, as palavras do homem são assumidas como palavras de Deus, q ressoam no anúncio dos profetas e dos Apóstolos.
e
– A Sagrada Escritura, fixando por divina inspiração a Palavra de Jesus com as palavras dos profetas e dos Apóstolos, atesta-o de forma autêntica, e assim ela contém a Palavra de Deus e, enquanto inspirada, é verdadeiramente Palavra de Deus,[24] totalmente orientada à Palavra, que é Jesus, porque “as Escrituras, precisamente elas, dão testemunho de Mim” (Jo 5,39). Pelo carisma da inspiração, os livros da Sagrada Escritura têm uma força de apelo directo e concreto que outros textos e intervenções eclesiásticas não têm.
f – Mas a Palavra de Deus não fica bloqueada na escrita. Se, na verdade, o acto da Revelação terminou com a morte do último apóstolo,[25] a Palavra revelada continua a ser anunciada e escutada na história da Igreja, que se empenha a proclamá-la ao mundo para responder às suas expectativas. Assim, a Palavra continua o seu curso na pregação viva e nas muitas outras formas de serviço de evangelização, pelo que a pregação é Palavra de Deus, comunicada pelo Deus vivo a pessoas vivas em Jesus Cristo, através da Igreja. De um tal quadro pode-se compreender que, quando se prega a revelação de Deus, dá-se na Igreja um acontecimento que se pode chamar verdadeiramente Palavra de Deus.
Devem reconhecer-se na Palavra de Deus todas as qualidades de uma verdadeira comunicação inter-pessoal, como, por exemplo, uma função informativa, enquanto Deus comunica a sua verdade; uma função expressiva, enquanto Deus faz transparecer a sua maneira de pensar, de amar e de agir; uma função apeladora, enquanto Deus interpela e chama a uma escuta e a uma resposta de fé.
Caberá aos pastores ajudar os fiéis a ter essa visão harmónica da Palavra, evitando formas erradas ou redutivas ou de compreensão ambígua, metendo em realce a sua ligação intrínseca com o mistério de Deus uno e trino e a sua revelação, a sua manifestação no mundo criado e a sua presença germinal na vida e na história do homem, a sua suprema expressão em Jesus Cristo, a sua atestação infalível na Sagrada Escritura, a sua transmissão na Tradição viva. Em relação ao mistério de Palavra de Deus, convertida em linguagem humana, ter-se-á em conta a investigação das ciências sobre a linguagem e a sua comunicação.
À Palavra de Deus corresponde a fé do homem. A fé manifesta-se na escuta
11. “A Deus que Se revela deve prestar-se a obediência da fé”.[26] A Ele que, ao falar, Se doa, o homem, ao escutar, “entrega-se (...) livre e totalmente”.[27] Isso implica da parte da comunidade e de cada crente uma resposta plena a uma proposta de total comunhão com Deus e de adesão à sua vontade.[28] Esta atitude de fé comunional manifestar-se-á, em cada encontro com a Palavra, na pregação viva e na leitura da Bíblia. Não é por acaso que a Dei Verbum propõe para o encontro com o Livro Sagrado quanto globalmente afirma para a Palavra de Deus: “Deus (...) fala aos homens como a amigos (...) para os convidar e os receber em comunhão com Ele” .[29] “Nos Livros Sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro dos seus filhos e conversa com eles”.[30] Revelação é comunhão de amor, que a Escritura frequentemente exprime com o termo “aliança” (Gen 9,9; 15,18; Ex 24,1-18; Mc 14,24).
Aborda-se aqui um aspecto de notável incidência pastoral: a fé diz respeito à Palavra de Deus em todos os seus sinais e linguagens. É uma fé que, em virtude da acção do Espírito Santo, recebe da Palavra uma comunicação de verdade, através da narração ou da fórmula doutrinal; uma fé que reconhece à Palavra a prerrogativa de ser estímulo primário para uma conversão eficaz, luz para responder às muitas perguntas da vida do crente, guia para um recto discernimento sapiencial da realidade, solicitação para 'praticar' a Palavra (cf. Lc 8,21), e não só para a ler ou proferir, e finalmente fonte permanente de consolação e de esperança. Daí deriva, como sólida lógica da fé, o dever de reconhecer e garantir o primado da Palavra de Deus na própria vida de crentes, recebendo-a como a Igreja a anuncia, compreende, explica e vive.
Maria, modelo de acolhimento da Palavra para o crente
12. No caminho de penetração do mistério da Palavra de Deus, Maria de Nazaré, a partir do acontecimento da Anunciação, torna-se mestra e mãe da Igreja e modelo vivo de todo o encontro pessoal e comunitário com a Palavra, que ela acolhe na fé, medita, interioriza e vive (cf. Lc 1,38; 2,19.51; Act 17,11). Maria, com efeito, escutava e meditava nas Escrituras, associando-as às palavras de Jesus e aos acontecimentos que ia descobrindo na sua história. Diz Isaac de l'Etoile: “Nas Escrituras, divinamente inspiradas, o que é dito em geral da virgem mãe Igreja, é entendido singularmente da virgem mãe Maria. Herança do Senhor são de modo universal a Igreja, de modo especial Maria, de modo particular toda a alma fiel. No tabernáculo do seio de Maria, Cristo morou nove meses; no tabernáculo da fé da Igreja, até ao fim do mundo; no conhecimento e no amor da alma fiel, por toda a eternidade”.[31]
A Virgem Maria sabe olhar à sua volta e vive as urgências do quotidiano, ciente de que o que recebe do Filho como dom é um dom para todos. Ela ensina a não ser alheios espectadores de uma Palavra de vida, mas a tornar-se participantes, deixando-se guiar pelo Espírito Santo que habita no crente. Ela 'glorifica' o Senhor, ao descobrir na sua vida a misericórdia de Deus, que a faz 'bem-aventurada', porque “acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor” (Lc 1,45). Convida, além disso, todo o crente a fazer próprias as palavras de Jesus: “Felizes os que acreditam sem ter visto” (Jo 20,29). Maria é a imagem do verdadeiro orante da Palavra, que sabe guardar com amor a Palavra de Deus, transformando-a em serviço de caridade, memória permanente, para manter acesa a lâmpada da fé no quotidiano da existência. Diz Santo Ambrósio que todo o cristão que crê concebe e gera o Verbo de Deus. Se há só uma mãe de Cristo segundo a carne, já, segundo a fé, Cristo é o fruto de todos.[32]
A Palavra de Deus, confiada à Igreja, transmite-se a todas as gerações
13. “Dispôs Deus, em toda a sua benignidade, que tudo quanto revelara para a salvação de todos permanecesse íntegro para sempre e fosse transmitido a todas as gerações” .[33]
Amigo e Pai dos homens, Deus ainda fala. De certo modo, a Revelação, embora concluída, continua a comunicar, pelo que a Palavra de Deus é para nós sempre contemporânea e actual. Antes, pode manifestar ainda mais o seu contributo de luz e fazer crescer a nossa compreensão. Isso acontece porque o Pai, dando o Espírito de Jesus à Igreja, confia a esta o tesouro da revelação,[34] torna-a primeira destinatária e testemunha privilegiada da Palavra amorosa e salvífica de Deus.
Por isso, na Igreja a Palavra não é depósito inerte, mas, tornando-se “norma suprema da fé” e potência de vida, “progride sob a assistência do Espírito Santo” e “cresce” com a “reflexão e estudo dos crentes” , com a experiência pessoal de vida espiritual e a pregação dos Bispos.[35] Testemunham-no de modo especial os homens de Deus, que 'habitaram' a Palavra.[36] É evidente que a verdadeira e primária missão da Igreja é transmitir a divina Palavra a todos os homens, em todos os tempos e em todos os lugares, segundo o mandato de Jesus (cf. Mt 28,18-20). A história atesta como isso se deu e continua a dar também agora, depois de tantos séculos, no meio de diversos obstáculos, mas também com tanta vitalidade e fecundidade.
Tradição e Escritura na Igreja, um só depósito sagrado da Palavra de Deus
14. A este respeito, é fundamental recordar que a Palavra de Deus, em Jesus Cristo convertida em Evangelho ou feliz notícia e, como tal, entregue à pregação apostólica, continua o seu curso através de dois pontos de referência, reconhecíveis e estreitamente interligados: por um lado, o fluxo vital da Tradição viva, manifestada por “tudo o que ela é e por tudo aquilo em que ela acredita” [37]e, portanto, pelo culto, pela doutrina e pela vida da Igreja e, por outro lado, a Sagrada Escritura, que desta Tradição viva, por inspiração do Espírito Santo, conserva, precisamente na imutabilidade da escrita, os elementos constitutivos e originários. “Portanto, a Sagrada Tradição e a Escritura Sagrada de um e outro Testamento são como que um espelho, no qual a Igreja, peregrinando na terra, contempla a Deus, de Quem tudo recebe, até que seja conduzida a vê-l'O face a face, tal qual Ele é (cf. 1Jo 3,2)” .[38] Ao Magistério da Igreja, que não está acima da Palavra de Deus, cabe o múnus de “interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida”
O Concílio Vaticano II insiste sobre a unidade de origem e sobre as múltiplas conexões entre Tradição e Escritura: a Igreja acolhe-as “com igual afecto de piedade e reverência” Um insubstituível dever de serviço é prestado pelo Magistério, quando, garantindo uma interpre-tação autêntica da Palavra de Deus, a “ouve piamente, guarda santamente e fielmente expõe”
Do ponto de vista pastoral, seguindo a doutrina da Igreja, devem ser esclarecidas conceptualmente e traduzidas em experiência de vida as relações entre Tradição e Escritura, como, por exemplo, o facto de a Tradição preceder originariamente a Escritura, e ser sempre como que o seu húmus vital, que “permite compreender mais profundamente e tornar incessantemente mais operantes as próprias Sagradas Letras” .[42] Como, por outro lado, “se deve aplicar por excelência à Sagrada Escritura o que foi dito: 'a Palavra de Deus é viva e eficaz (Heb 4,12), e tem poder de edificar e dar herança a todos os santificados' (Act 30,32; cf. 1 Tes 2,13)”.[43] A Sagrada Escritura e a Tradição são ambas canais que comunicam a Palavra de Deus, a qual, por conseguinte, possui a sua plenitude de sentido e de graça na experiência de ambas, 'uma dentro da outra', pelo q, nesta óptica, se podem chamar e são Palavra de Deus.
São várias as consequências de uma notável incidência no âmbito pastoral. Não pode haver uma 'sola Scriptura' isolada: a Escritura está ligada à Igreja, isto é, ao sujeito que acolhe e compreende tanto a Tradição como a Escritura. A Escritura desempenha um papel essencial para ter acesso à Palavra na sua genuinidade fontal, tornando-se assim critério para a recta compreensão da Tradição.
Deve-se, portanto, considerar nos seus efeitos práticos a distinção entre a Tradição apostólica constitutiva, a tradição posterior que interpreta e actualiza e as demais tradições eclesiásticas; como também deverá avaliar-se o alcance decisivo do reconhecimento canónico que a Igreja operou relativamente às Escrituras, garantindo a sua autenticidade (73 livros: 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento), [44] perante a proliferação de livros não autênticos ou apócrifos, de ontem, de hoje e de sempre.
Permanecem, por fim, e sempre como pano de fundo, o confronto e o diálogo delicado, necessário e apaixonado entre Escritura e Tradição com os sinais da Palavra de Deus no mundo criado, nomeadamente com o homem e a sua história.[45]
No sulco da Tradição viva e, portanto, como serviço genuíno à Palavra de Deus, deve também atender-se à forma do Catecismo, desde o primeiro Símbolo da fé, núcleo de todo o Catecismo, até às diversas exposições feitas no decorrer dos séculos, cujas expressões mais recentes são, na Igreja universal, o Catecismo da Igreja Católica e, nas Igrejas locais, os respectivos Catecismos.
Sagrada Escritura, Palavra de Deus inspirada
15. “ Sagrada Escritura é Palavra de Deus enquanto consignada por escrito sob a inspiração do Espírito Santo”.[46] É qualificada sobretudo com dois nomes: Escritura (sagrada) e Bíblia, títulos por si já significativos, como sendo o Texto e o Livro por excelência, com uma difusão que supera os confins da Igreja.
Em linha de princípio, pela sua incidência operativa na leitura da Bíblia, devem ser considerados os seguintes pontos: no quadro teológico de referência acima acenado, a Escritura e a Tradição comunicam de forma imutável a Palavra de Deus e fazem ressoar “a voz do Espírito Santo”;[47] o significado do carisma da inspiração, com que o Espírito Santo faz dos livros bíblicos Palavra de Deus e os confia à Igreja, para serem, portanto, acolhidos na obediência da fé; a unidade do Cânone como critério de interpretação da Sagrada Escritura; a compreensão da verdade da Bíblia, antes de mais, como “a verdade que Deus, para a nossa salvação, quis consignar nas Sagradas Letras”;[48] o sentido e o alcance da identidade da Bíblia como Palavra de Deus em linguagem humana, pelo que a interpretação da Bíblia se faz de forma unitária, sob a guia da fé, com critérios filosóficos e teológicos, à luz sobretudo da Nota da Pontifícia Comissão Bíblica, A interpretação da Bíblia na Igreja.[49]
Hoje, cada vez mais se nota no povo de Deus, como já observava Amós, uma fome e sede da Palavra de Deus (cf. Am 8,11-12). É uma necessidade vital a não minimizar, porque é o próprio Senhor que está a suscitá-la. Por outro lado, também se nota com tristeza como essa
necessidade não seja sentida por toda a parte, porque a Palavra de Deus circula pouco e ainda não se favorece de modo adequado o encontro com o Livro Sagrado. Ajudar os fiéis a compreender o que é a Bíblia, porque existe, o que ela dá à fé, como se a usa, é uma exigência importante a que a Igreja deu sempre resposta, e ainda hoje responde de modo especial em quatro capítulos da Dei Verbum.[50] Conhecê-los adequadamente, servindo-se de outros contributos do Magistério e de uma séria investigação, torna-se uma tarefa imprescindível nas nossas comunidades.
Interpretar a Palavra de Deus na Igreja, uma tarefa necessária e delicada
16. A visão de tantos cristãos que, em comunidade ou individualmente, perscrutam de forma muito tão intensa a Palavra de Deus no Livro Sagrado, é para a Igreja uma preciosa possibilidade de habilitar os fiéis a uma sua correcta compreensão e actualização. De certo modo, isso mais se impõe hoje, que se abre um novo confronto entre a Palavra de Deus e as ciências do homem, nomeadamente no âmbito da investigação filosófica, científica e histórica. Reconhece-se a riqueza em termos de verdade e de valores sobre Deus, o homem e as coisas, que provém desse contacto entre Palavra e cultura, como também se propõe um constante confronto sobre problemas inéditos. A razão, portanto, interpela a fé e é por esta instigada a colaborar para uma verdade e vida que sejam conformes à revelação de Deus e às expectativas da humanidade.[51]
Não faltam, porém, também os riscos de uma interpretação arbitrária e redutiva, como é o fundamentalismo: por um lado, pode manifestar o desejo de ser fiéis ao texto, mas, por outro, despreza a própria natureza dos textos, caindo em graves erros e gerando mesmo conflitos inúteis.[52] Outros riscos provêm das leituras “ideológicas” ou simplesmente humanas, sem o suporte da fé (cf. 2Pe 1,19-20; 3,16), que chegam a configurar-se na contraposição e separação entre forma escrita atestada antes de mais na Bíblia, forma viva do anúncio e experiência de vida dos crentes. Torna-se igualmente difícil reconhecer o papel q cabe ao Magistério no serviço da Palavra de Deus, tanto em relação à Bíblia como à Tradição. Em geral, nota-se um fraco ou impreciso conhecimento das regras hermenêuticas relativas à identidade da Palavra, feitas de critérios humanos e revelados, no contexto da Tradição eclesial e em obséquio ao Magistério.
À luz do Vaticano II e do Magistério sucessivo, alguns aspectos parecem carecer hoje de uma atenção e reflexão específicas, em vista de uma adequada comunicação pastoral; ou seja, a Bíblia, livro de Deus e do homem, deve ser lida unificando de modo correcto o sentido histórico-literal com o sentido teológico-espiritual. Isso significa q, para uma correcta exegese, é necessário o método histórico-crítico, convenientemente enriquecido com outras formas de abordagem. Há que enfrentar o problema interpretativo da Escritura, mas, para se chegar ao seu sentido total, é necessário recorrer a critérios teológicos, repropostos pela Dei Verbum: “conteúdo e unidade de toda a Sagrada Escritura, Tradição viva de toda a Igreja, e analogia da fé”. Sente-se hoje a necessidade de uma aprofundada reflexão teológica e pastoral para formar as comunidades a uma inteligência recta e frutuosa da Sagrada Escritura como Palavra de Deus, compreendida no mistério da cruz e ressurreição de Jesus Cristo, vivo na Igreja.
“Por outras palavras – afirma o Papa Bento XVI – é meu grande desejo que os teólogos aprendam a ler e a amar a Escritura do modo como, segundo a Dei Verbum, o Concílio quis: que vejam a unidade interior da Escritura uma coisa hoje ajudada pela 'exegese canónica' (que sem dúvida ainda se encontra num tímido estádio inicial) e que depois façamos dela uma leitura espiritual, que não é algo exterior, de carácter edificante, mas ao contrário, um imerger-se interiormente na presença da Palavra. Parece-me uma tarefa muito importante fazer algo neste sentido, contribuir para que, paralelamente à exegese histórico-científica seja feita deveras uma introdução à Escritura viva, como Palavra de Deus actual”.
Numa tal perspectiva, há que ter cuidadosamente em conta o contributo do Catecismo da Igreja Católica, as diversas ressonâncias e tradições que a Bíblia suscita na vida do povo de Deus e o contributo das ciências teológicas e humanas.
A par de todo este empenho, não se pode esquecer a interpretação da Palavra de Deus, que se realiza todas as vezes que a Igreja se reúne para celebrar os divinos mistérios. A esse respeito, recorda a Introdução ao Leccionário proclamado na Eucaristia: “Já que, por vontade do próprio Cristo, o novo povo de Deus é distinto na admirável variedade dos seus membros, assim também são diferentes as tarefas e os encargos que pertencem a cada um no que diz respeito à Palavra de Deus: aos fiéis cabe ouvi-la e meditá-la; já o expô-la pertence apenas àqueles que, em força da Sagrada Ordenação, têm a função magisterial, ou àqueles a quem foi
confiado o exercício deste ministério. Assim, na doutrina, na vida e no culto, a Igreja perpetua e transmite a todas as gerações tudo o que ela mesma é, tudo aquilo em que ela crê, para assim tender sem cessar, ao longo dos séculos, à plenitude da verdade divina, até que nela se realize a Palavra de Deus”.
Antigo e Novo Testamento, uma só economia da salvação
17. Não se pode estar completamente satisfeitos com o conhecimento e a prática que tantos têm das Escrituras. Também por dificuldades não resolvidas, assiste-se por vezes a uma certa resistência perante certas páginas do Antigo Testamento que se afiguram difíceis, sujeitas a serem postas de lado, a uma selecção arbitrária, a uma recusa. Segundo a fé da Igreja, o Antigo Testamento deve ser tido como parte da única Bíblia dos cristãos, reconhecendo os seus valores permanentes, a relação que liga os dois Testamentos. De tudo isto nasce a necessidade de uma urgente formação à leitura cristã do Antigo Testamento. Neste ponto, vem em nossa ajuda a praxe litúrgica, que sempre proclama o Antigo Testamento como página essencial para uma compreensão plena do Novo Testamento, como atesta o próprio Jesus no episódio de Emaús, onde o Mestre “começando a falar de Moisés e de todos os profetas lhes explicou em todas as Escrituras o que a Ele se referia” (Lc 24,27). As Leituras litúrgicas do Antigo Testamento oferecem, pois, um precioso itinerário para o encontro orgânico e articulado com o Texto Sagrado. Fá-lo, quer no uso do Salmo Responsorial que convida a rezar e a meditar quanto foi anunciado, quer na aproximação temática entre a primeira Leitura e o Evangelho na perspectiva de síntese do mistério de Cristo. Com efeito, reza o antigo ditado que o Novo Testamento está oculto no Antigo, e o Antigo é desvelado no Novo Testamento: Novum in Vetere latet et in Novo Vetus patet.
Diz São Gregório Magno: “O que o Antigo Testamento prometeu, o Novo Testamento o mostrou; o que aquele anuncia de forma velada, este proclama-o abertamente como sendo presente. Por isso, o Antigo Testamento é profecia do Novo Testamento; e o melhor comentário do Antigo Testamento é o Novo Testamento” .
Quanto ao Novo Testamento, hoje certamente mais familiar na prática bíblica, graças também à riqueza dos Leccionários e da Liturgia das Horas, há que recordar o valor central dos Evangelhos, por isso proclamados de forma completa nos três anos do ciclo litúrgico festivo e cada ano nos dias feriais, não esquecendo, todavia, o grande ensinamento de Paulo e dos outros Apóstolos.

PERGUNTAS
Capítulo I

1. Conhecimento da Palavra de Deus na história da salvação
Entre os fiéis (paróquias, comunidades religiosas, movimentos), q ideia se tem de Revelação, Palavra de Deus, Bíblia, Tradição, Magistério? Colhem-se os diversos níveis de significado de Palavra de Deus? Jesus Cristo é visto como centro da Palavra de Deus? Qual a relação entre Palavra de Deus e Bíblia? Quais os aspectos menos compreendidos? Por que razões?
2. Palavra de Deus e Igreja
Em que medida a abordagem da Palavra de Deus incrementa a consciência viva de pertencer à Igreja, Corpo de Cristo, e mobiliza para a autêntica missão eclesial? Como é compreendida a relação entre Palavra de Deus e Igreja? Entre Bíblia e Tradição, mantém-se uma correcta relação no estudo exegético e teológico e nos encontros com o Livro Sagrado? A catequese é guiada pela Palavra de Deus? Esta valoriza bem a Sagrada Escritura? Como se colhe a importância e a responsabilidade do Magistério na proclamação da Palavra de Deus? Existe uma genuína escuta de fé da Palavra de Deus? Quais os aspectos a esclarecer e a reforçar?
3. Indicações de fé da Igreja sobre a Palavra de Deus
Que acolhimento teve a Dei Verbum? E o Catecismo da Igreja Católica? Qual o específico papel magisterial dos Bispos no apostolado da Palavra de Deus? Qual o papel dos ministros ordenados, presbíteros e diáconos, na proclamação da Palavra (cf. LG 25.28)? Que relação deve existir entre a Palavra de Deus e a vida consagrada? Como intervém a Palavra de Deus na formação dos futuros presbíteros? De que orientações tem hoje necessidade o povo de Deus no tocante a Palavra de Deus, e nomeadamente os presbíteros, os diáconos, as pessoas consagradas e os leigos?
4. A Bíblia como Palavra de Deus
Quais as razões que hoje levam os cristãos a desejar a Bíblia? Que contributo esta dá à vida de fé? Como é acolhida no mundo não cristão? E entre as pessoas de cultura? Pode-se falar de uma abordagem sempre correcta da Escritura? Quais os defeitos mais comuns? Como é compreendido o carisma da inspiração e da verdade da Escritura? Tem-se em conta o sentido espiritual da Escritura como sentido último querido por Deus? Como é acolhido o Antigo Testamento? Se os Evangelhos são os mais usados, podem considerar-se suficientes o seu conhecimento e a sua leitura? Quais são as 'páginas difíceis' da Bíblia hoje mais problemáticas e que se devem enfrentar?
5. A fé na Palavra de Deus
Quais são as atitudes dos crentes perante a Palavra de Deus? A sua escuta é feita numa fé intensa e tem em vista gerar a fé? Quais são as razões que levam à leitura da Bíblia? Podem-se indicar critérios de discernimento sobre o acolhimento crente da Palavra?
6. Maria e a Palavra de Deus
Porq é q Maria é mestra e mãe na escuta da Palavra de Deus? Como é q ela a acolheu e viveu? De q modo Maria pode ser modelo do cristão q escuta, medita e vive a Palavra de Deus?

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