Qual é a tua vocação?
Critérios para fazer um discernimento vocacional
Há uma tirania da nossa “modernidade líquida, relativista e subjectivista” que ilude a nossa juventude vendendo a liberdade ao preço da solidão. O resultado é o estresse, a depressão e uma incrível indecisão. O que fazer da tua vida? Qual a tua vocação? Neste momento, temos que colocar alguns pontos nos “is” e deixar claros, alguns conceitos para que esta ponte quebrada seja atravessada com segurança.
É preciso dizer que a vocação, antes de ser uma resposta, uma opção, é um chamado de Deus. E Ele chama a todos indistintamente para a “vida”. Sobre esta vocação, não precisamos de ter qualquer dúvida. Um dia fomos chamados a ser quem somos e onde somos. Não escolhemos os nossos pais. Não escolhemos a nossa cor, a cultura, a origem, o povo, a raça e a nação. Quando tomámos consciência da vida, já estávamos aí. Esta vocação de raiz não exige nenhum discernimento. Exige aceitação, cultivo e gratidão.
Depois, fomos chamados à vida cristã. Quem foi batizado na infância teve o sacramento do Crisma para confirmar a sua decisão de pertencer ao povo de Deus na Igreja Católica. Aqui, já é preciso discernimento. Não basta receber a fé dos pais. É preciso fazer a sua própria experiência de fé. Hoje em dia, quem nasce católico só permanecerá católico se se converter a partir de uma experiência pessoal de Deus na Igreja Católica. Mas ainda aqui, neste nível, não me parece que as pessoas tenham muitos problemas vocacionais. O problema vem quando é necessário escolher o seu estado de vida dentro da comunidade cristã.
No Cristianismo católico ocidental, temos três estados de vida. O cristão pode ser um fiel leigo, um religioso(a) consagrado(a) ou um ministro ordenado (diácono ou sacerdote). São estes os três estados de vida. Muitos jovens cristãos católicos entram em crise na hora de discernir a sua vocação.
Basicamente todo o cristão é leigo, pois esta palavra significa “povo de Deus” (laós em grego). Então, a coisa fica mais fácil. Todos nós somos povo de Deus. A menos que o próprio Deus nos chame para uma “consagração” ou nos dê uma “ordem”. Mas Deus não nos chama uma vez só. Ele é insistente com os que escolhe. Mas se estiveres em dúvida, dou-te uma dica prática. Se achas que estás a ouvir a voz de Deus para ser padre, entra num seminário. Não significa que serás sacerdote, mas ali terás as condições de ouvir melhor o chamado. A mesma coisa em relação à vida consagrada. Tem coragem de entrar num processo de discernimento. Em questão de vocação, a pior coisa é ficar parado. Dá um passo, sem medo que seja errado. Se fores sincero, Deus te colocará no rumo certo.
Discernimento vocacional
Agora, o conselho contrário. Mesmo que sintas um certo chamamento à vida consagrada ou sacerdotal, não dês esse passo por falta de opção. Todos os que Jesus chamou estavam ocupados e deixaram tudo para segui-Lo.
Mesmo que tu tenhas namorado(a) e um ótimo emprego, isso será mais uma confirmação vocacional se tu deixares tudo para seguir o Senhor. Os desocupados ficarão sempre na incerteza ou na indecisão. Quem deixa tudo para seguir o Mestre tem o sinal da confirmação vocacional no seu coração.