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Maria ensina-nos a conservar um coração fiel a Jesus Cristo
- 21-05-2020
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O que é a guarda do
coração?
“Sede perfeitos como
perfeito é o vosso Pai Celestial”. O modo de operar divino deve ser o critério,
a regra da nossa vida interior e exterior. Sabemos que Deus é naturalmente bom,
e a experiência mostra o facto de Ele, neste mundo, espalhar com profusão os
seus benefícios sobre todos os seres, e ainda mais especialmente sobre a
criatura humana. Deus, por Jesus no Calvário, constituiu-nos filhos de Maria
para que ela nos ajudasse a conservar o coração unido, mediante Jesus à
Santíssima Trindade. A devoção a Maria, cada invocação, visam, sobretudo, a
guarda do coração.
É a solicitude habitual de se preservar de toda a mancha e de
se unir, cada vez mais, ao coração de Jesus em tudo aquilo que fazemos:
ocupações, trabalhos, conversações, recreação, etc. A guarda do coração é buscada
para que a minha vida interior transborde em todas as minhas acções. Permite
àquele que caminha manter-se firme em todas as suas boas disposições. É um
trabalho do meu coração e da minha vontade, muito mais do que do meu espírito,
para o cumprimento das minhas obrigações.
Longe de perturbar a minha acção, a guarda do coração a
aperfeiçoa, pois que a regula (acção) segundo o espírito de Deus e adapta aos
meus deveres de estado, para cada acção presente uma acção moderada. Como
vigilante sentinela, a minha alma há-de exercer a sua solicitude para todos os
movimentos do meu coração, para tudo quanto se passa no meu interior:
impressões, intenções, paixões, inclinações, numa palavra, para todos os meus actos
interiores e exteriores, pensamentos, palavras e acções.
Maria ensina a caminhar no autodomínio
Quando eu sentir a inclinação de ir até Jesus por Maria, esta
guarda do coração tomará um carácter ainda muito mais fácil e afectivo.
Recorrer a esta boa Mãe, aos poucos, será como que uma necessidade constante
para o meu coração. Deste modo, realizar-se-á o “Para onde vou e por quê?”
Maria é aquela que se preocupa connosco e que, com amor maternal, sempre nos
tem dirigido este aviso: “Detém-te, meu filho, rectifica o teu coração”. Ter
sempre diante de si estas perguntas: “Para quem é a acção presente? Como procederia
Jesus no meu lugar?” É esta interrogação íntima, passada ao estado de hábito,
que constitui a guarda do coração. Ela fará que eu, nas mínimas
particularidades, conserve as minhas faculdades e as suas tendências numa
dependência habitual, cada dia mais perfeito, a respeito do Deus que vive em
mim.
“Ninguém se salva
senão por vós, Mãe de Deus. Ninguém recebe o dom de Deus senão por Vós, ó cheia
de graça. A santidade cresce em razão da devoção que se professa por Maria”.
Com Maria, fazem-se mais progressos no amor de Jesus num mês do que em vários
anos vivendo menos unidos à boa Mãe. É ela que nos ensina a caminhar no
autodomínio, no equilíbrio.
Se os ventos das tentações se desencadearem, se fordes de
encontro aos escolhos das tribulações, olhai para a estrela, invocai Maria. Se
vos virdes sacudidos pelas ondas do orgulho, da ambição, da maledicência, da
inveja, olhai para a estrela, invocai Maria. Se a cólera ou a avareza ou a
cobiça assaltarem a frágil barquinha da vossa alma, erguei os olhos para Maria.
Se, acabrunhado pela enormidade das vossas faltas, confundido pelas hediondas
chagas da vossa consciência, horrorizado pelo pavor do juízo, começardes a ser
absorvido pelo abismo da tristeza e da desesperança, pensai em Maria. Nos
perigos, nas angústias e dúvidas, pensai em Maria, invocai-a.
Nunca saia Maria dos vossos lábios, nunca fique ela longe do
vosso coração. Seguindo-a, não vos transviareis; invocando-a, não
desesperareis; contemplando-a, não errareis. Por ela amparado, nunca caireis;
sob a sua protecção, nada vos causará temor; guiados por ela, nunca vos
cansareis; se ela for propícia, chegareis por certo ao porto.
Unidos Àquela, cuja invocação fazemos de Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos, nunca correremos o risco de desvirtuar as nossas obras, e desta sorte cada vez mais intimamente nos uniremos Àquela que há-de assegurar-nos a posse de seu Filho durante a eternidade.
Nossa Senhora, rogai por nós!