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Muitos darão a vida pela Eucaristia
- 09-06-2015
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MUITOS DARÃO A VIDA PELA EUCARISTIA
O verdadeiro valor e zelo que devemos ter pela Eucaristia
O Bispo Fulton J. Sheen foi entrevistado pela televisão: "Bispo Sheen, milhares de pessoas em todo o mundo inspiram-se em si. Em quem é que você se inspirou? Foi nalgum Papa?"
A minha maior inspiração não foi um Papa, um Cardeal, ou outro Bispo, nem sequer um sacerdote ou freira. Foi uma menina chinesa de onze anos de idade.
Quando os comunistas se apoderaram da China, prenderam um sacerdote na sua própria residência, próximo da Igreja. O sacerdote viu, assustado, da sua janela, como os comunistas invadiram o templo e se dirigiram ao santuário. Cheios de ódio profanaram o tabernáculo, pegaram no cálice e atiraram-no ao chão, espalhando as hóstias consagradas.
Eram tempos de perseguição e o sacerdote sabia exatamente quantas hóstias havia no cálice: trinta e duas.
Quando os comunistas se retiraram, talvez não tivessem percebido, ou não prestaram atenção a uma menina que rezando na parte detrás da igreja, viu tudo o que ocorreu. À noite, a pequena voltou e, escapando da guarda posta na reitoria, entrou no templo. Ali, fez uma hora santa de oração, um acto de amor para reparar o acto de ódio. Depois da sua hora santa, entrou no santuário, ajoelhou-se, e inclinando-se para a frente, com a sua língua recebeu Jesus na Sagrada Comunhão. (Naquele tempo não era permitido os leigos tocar na Eucaristia com as mãos).
A pequena voltou ali cada noite, fazendo a hora santa e recebendo Jesus Eucarístico na língua. Na trigésima noite, depois de ter consumido a última hóstia, acidentalmente fez um barulho que despertou o guarda. Este correu atrás dela, agarrou-a, e golpeou-a até a matar com a parte posterior da sua arma.
Este acto de martírio heróico foi presenciado pelo sacerdote enquanto, profundamente abatido, olhava da janela do seu quarto.
Quando o Bispo Sheen escutou o relato, inspirou-se de tal maneira que prometeu a Deus que faria uma hora santa de oração diante de Jesus Sacramentado todos os dias, no resto da sua vida. Se aquela pequena pôde dar testemunho com a sua vida da real e bela Presença do seu Salvador no Santíssimo Sacramento então, o bispo via-se obrigado ao mesmo. O seu único desejo desde então seria atrair o mundo ao Coração ardente de Jesus no Santíssimo Sacramento.
A pequena ensinou ao Bispo o verdadeiro valor e zelo que se deve ter pela Eucaristia; como a fé pode sobrepor-se a todo o medo e como o verdadeiro amor a Jesus na Eucaristia deve transcender a própria vida.
O que se esconde na Hóstia Sagrada é a glória do Seu amor. O sol no céu é apenas um símbolo do filho de Deus no Santíssimo Sacramento. É por isso que muitos sacrários imitam os raios de sol. Como o sol é a fonte natural de toda a energia, o Santíssimo Sacramento é a fonte sobrenatural de toda a graça.
Gertrudes Comensoli, santa da Eucaristia e da solidariedade
A Irmã Gertrudes Comensoli morreu enquanto contemplava o Santíssimo Sacramento exposto. Na sua doença terminal, pediu que abrissem uma janela do seu quarto ao lado da capela da sua comunidade, para poder olhar para a Eucaristia no seu leito de morte.
O Papa Bento XVI canonizou-a em 26 de Abril de 2011.
Hoje o seu corpo jaz incorrupto na capela da casa central da comunidade das Irmãs do Santíssimo Sacramento, localizada na cidade de Bérgamo, no norte da Itália. A sua cabeça conserva a posição na qual morreu, contemplando a Eucaristia.
O seu nome era Catarina. Nasceu em 1847. Cresceu numa família simples e profundamente crente.
«Desde menina, era muito sensível à contínua presença de Deus no meio dos homens através da Eucaristia e viveu o desejo do Senhor de cumprir o serviço do louvor para a salvação dos humanos.
Em 1862, entrou no instituto Filhas da Caridade, que teve de abandonar por problemas de saúde. Depois consagrou-se à Companhia de Santa Ângela, como noviça.
Buscando sempre o serviço aos mais necessitados, ela se converteu mais adiante na promotora da Guarda de Honra, uma associação que nasceu para difundir o culto ao Sagrado Coração.
Os desafios de uma sociedade industrializada
Catarina tinha uma grande preocupação: a tradicional sociedade camponesa da Itália de fins do século XIX transformava-se numa sociedade industrial. As famílias tinham de enfrentar novas exigências trabalhistas. Dava-se uma grande degradação moral no ambiente. O que mais inquietava Catarina era que as excessivas horas de trabalho «não deixavam espaço para a alma».
Vendo esta situação, Catarina assistiu em Roma a uma audiência privada com o Papa Leão XIII, que a alentou a que fizesse algo pela difícil situação social e moral que tanto estava a afetar o mundo dos trabalhadores.
Catarina não pôde conter o clamor do seu coração: «Era uma voz potente a que me chamava. Eu sentia uma grande pena por não tender a Deus e à prática das virtudes; provava como uma espécie de agonia nas conversas da noite», testemunha a santa na sua breve autobiografia.
Assim fundou o Instituto de Adoração e Educação em 15 de dezembro de 1882.
O primeiro objetivo era o da adoração perpétua, para que, graças à oração profunda, as religiosas pudessem projetar-se na ação de caridade para com os mais necessitados. Dois anos mais tarde, Catarina vestiu o hábito e tomou o nome de Irmã Maria Gertrudes do Santíssimo Sacramento.
«As irmãs comprometeram-se em fazer que os empregos não constituíssem um risco para a salvação da alma e não fossem em abandono ou em detrimento daqueles valores sobrenaturais que pertenciam ao tecido cristão e social da Itália daquele tempo».
Mas, sete anos depois, uma grande crise açoitou a sua comunidade, quando o tribunal de Bérgamo declarou o instituto em quebra. «Meu Jesus, daqui a qualquer minuto virão recolher tudo. Os homens recolherão as nossas coisas. Tu, recolhe o meu coração no teu dulcíssimo e amável coração», escrevia a Irmã Gertrudes.
O bispo daquela época, Dom Giambattista Rota, estendeu-lhe a mão e ela recebeu assim uma nova casa central. Desta maneira, a congregação teve os recursos para retomar o seu caminho.
Em 1900, o Instituto das irmãs do Santíssimo Sacramento recebeu o primeiro reconhecimento pontifício por parte de Leão XIII.
Hoje são 90 comunidades presentes na Itália, Brasil, Equador, Quénia, Maláui, Bolívia e Croácia. Nutridas do amor pela Eucaristia, desenvolvem o seu serviço quotidiano nas obras assistenciais, educativas e litúrgicas. A futura santa morreu em 1903. João Paulo II beatificou-a em 1989.
«Jesus Cristo vive no meio de nós para estar sempre perto, disposto a ajudar-nos. O amor o faz prisioneiro numa hóstia, escondido dia e noite no santo tabernáculo. Ele tem as suas delícias na luz inacessível do Pai e, contudo, encontra a sua delícia em estar com os homens», escreveu a futura santa.