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Julho, mês do Preciosíssimo Sangue de Cristo
- 01-07-2024
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O mês de Julho é dedicado à devoção ao
Preciosíssimo Sangue de Cristo, derramado pelo perdão dos nossos pecados. São
João Baptista apresentou Jesus ao mundo, dizendo: “Eis o cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Sem o Sangue deste Cordeiro não há
salvação.
O Papa São João Paulo II, na Carta
Apostólica Angelus Domini, como São João XXIII, disse: uma
só gota pode salvar o mundo inteiro de qualquer culpa”.
O Sangue de Cristo representa a Sua
vida humana e divina, de valor infinito, oferecida à Justiça Divina para o
perdão dos pecados de todos os homens de todos os tempos e lugares. “Isto é meu
sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos
pecados” (Mt 26, 28).
Em cada Santa Missa, a Igreja renova,
presentifica, actualiza e eterniza este sacrifício expiatório pela redenção da
humanidade.
O Catecismo da Igreja ensina que “nenhum
homem, mesmo o mais santo, tinha condições de tomar sobre si os pecados de
todos os homens e de se oferecer em sacrifício por todos” (n.
616); para isso, era preciso um sacrifício humano, mas de valor infinito. Só
Deus poderia oferecer este sacrifício; então, o Verbo Divino dignou-se assumir
a nossa natureza humana para oferecer a Deus um sacrifício de valor infinito. A
majestade de Deus é infinita; e foi ofendida pelos pecados dos homens. Logo, só
um sacrifício de valor infinito poderia restabelecer a paz entre a humanidade e
Deus.
Assim, o Sangue do Senhor nos libertou
do pecado, da morte eterna e da escravidão do demónio. São Paulo diz:
“Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu sangue, seremos
por ele salvos da ira” (Rm 5,9). Pelo Seu Sangue, Cristo reconciliou-nos com
Deus: “Por seu intermédio, reconciliou consigo todas as criaturas, por
intermédio daquele que, ao preço do próprio sangue na cruz, restabeleceu a paz
a tudo quanto existe na terra e nos céus” (Cl 1,20).
Com o Seu Sangue, Cristo resgatou-nos,
fez de nós um povo Seu: “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual
o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a Igreja de Deus, que
ele adquiriu com o seu próprio sangue” (At 20,29). “Por este motivo, irmãos,
temos ampla confiança de poder entrar no santuário eterno, em virtude do Sangue
de Jesus” (Hb 10,19).
Hoje, esse Sangue redentor de Cristo
está à nossa disposição de muitas maneiras. Em primeiro lugar, pela fé. Somos
justificados por esse Sangue, ensina São Paulo: “Mas eis aqui uma prova
brilhante de amor de Deus por nós: quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu
por nós. Portanto, muito mais agora, que estamos justificados pelo seu Sangue,
seremos por ele salvos da ira” (Rm 5, 8-9). “Nesse Filho, pelo seu sangue,
temos a Redenção, a remissão dos pecados, segundo as riquezas da sua graça” (Ef
1,7).
Este Sangue redentor está à nossa
disposição também no sacramento da confissão. Pelo ministério da Igreja e dos
sacerdotes, Cristo perdoa-nos dos pecados e lava a nossa alma com o Seu
precioso Sangue. Infelizmente, muitos católicos ainda não entenderam a
profundidade deste sacramento e fogem dele por falta de fé ou de humildade. O
Sangue de Cristo perdoa os nossos pecados na confissão e cura as nossas
enfermidades espirituais e psicológicas.
O Catecismo ensina que, pelo Sangue de
Cristo, a Igreja pode perdoar qualquer pecado: “Não há pecado algum, por
mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. Não
há ninguém, por mais culpado que seja, que não deva esperar com segurança o seu
perdão, desde que o seu arrependimento seja sincero. Cristo,
que morreu por todos os homens, quer que, na sua Igreja, as portas do perdão
estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado” (cf. n. 982).
Este Sangue está presente na
Eucaristia: Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus. “O cálice de bênção, que
benzemos, não é a comunhão do Sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a
comunhão do corpo de Cristo? Do mesmo modo, depois de ter ceado, tomou também o
cálice, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que
o beberdes, fazei-o em memória de mim. Portanto, todo aquele que comer o pão ou
beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do
Senhor ” (1 Cor 10,16-27).
“Em verdade, em verdade vos digo: se
não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis
a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a
vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é
verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo
6,53-56).
É pelo Sangue de Cristo que os santos e
os mártires deram testemunho da sua fé e chegaram ao céu: “Meu
Senhor, tu o sabes. E ele me disse: Estes são os sobreviventes da grande
tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro”
(Ap 7,14). “Estes venceram-no por causa do sangue do Cordeiro e do seu
eloquente testemunho. Desprezaram a vida até aceitar a morte” (Ap 12, 11).
É pelo Sangue derramado que Ele venceu
e se tornou Rei e Senhor: “Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu
nome é Verbo de Deus. Um nome está escrito sobre o seu manto: Rei dos reis e Senhor
dos Senhores” (Ap 19,13-16).