Página Eucarística
ADORAÇÃO AO SANTÍSSIMO SACRAMENTO
- 29-12-2007
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A adoração é o primeiro acto da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Mestre de tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso. "Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele prestarás culto" (Lc, 4,8), diz Jesus, citando o Deuteronómio (6,13)
"Adorar a Deus é, no respeito e na submissão absoluta, reconhecer 'o nada da criatura', que não existe a não ser por Deus. Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão que ele fez grandes coisas e que seu nome é santo. Adoração do Deus único liberta o homem de se fechar em si mesmo, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo." (CIC 2096, 2097).
Quando o Anjo do Senhor apareceu em Fátima aos três pastorinhos, trazendo na mão um cálice com a Sagrada Eucaristia, prostrou-se de joelhos com o rosto em terra e convidou as crianças a repetir com ele esta oração:
"Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam" (3 vezes)
O anjo ainda lhes ensinou:
"Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu vos adoro profundamente e Vos ofereço o preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido e pelos merecimentos infinitos de Seu Santíssimo Coração e pela intercessão do Imaculado Coração de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores."
Depois, levantando-se, tomando o cálice, disse:
"Tomai e comei o corpo de Jesus horrivelmente ultrajado pelos homens ingratos. Reparai seus delitos e consolai o Coração de Vosso Deus."
Procuremos atender às queixas do Anjo, feitas com tanta ternura e insistência, recebendo Jesus frequentemente com a alma pura, visitando-O e fazendo-Lhe companhia, pois Jesus sacramentado encontra-se em muitas Igrejas sozinho e abandonado como no horto das Oliveiras.
A Adoração Eucarística na vida da Igreja
A celebração da Eucaristia é o centro de toda a vida cristã. Mas as formas de piedade eucarística não se esgotam na celebração.
De entre essas formas destaca-se a adoração eucarística como uma das mais importantes e significativas. Nos primeiros séculos da Igreja, a “reserva eucarística” destinava-se a guardar de maneira digna a Eucaristia, para ser levada aos doentes e aos moribundos. Contudo, no decurso dos séculos, “pelo aprofundamento da fé na presença real de Cristo na sua Eucaristia, a Igreja tomou consciência do sentido da adoração silenciosa do Senhor, presente sob as espécies eucarísticas” (Catecismo da Igreja Católica, n. 1379).
O Papa João Paulo II, na Encíclica «A Igreja vive da Eucaristia», diz-nos que “o culto prestado à Eucaristia fora da Missa é um valor inestimável na vida da Igreja”. E convida-nos a demorar-nos com Cristo presente na Eucaristia, inclinando a cabeça sobre o seu peito, como o discípulo amado na última ceia, deixando-nos tocar pelo amor infinito do seu coração (n. 25).
Também o Papa Bento XVI, na Exortação pós-sinodal «Sacramento da Caridade”, alerta para o significado e importância da adoração eucarística: “Na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se connosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior acto de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d’Aquele que comungamos. Precisamente assim, e apenas assim, é que nos tornamos um só com Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da liturgia celeste. O acto de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez na própria celebração litúrgica” (n.° 66).
A mensagem de Fátima tem uma dimensão profundamente eucarística. Se as aparições do Anjo, em 1916, foram o “prelúdio eucarístico» da mensagem de Fátima, a aparição de Tuy em 1929, constitui o seu «epílogo eucarístico»: «As aparições do Anjo e a última aparição em Tuy constituem, respectivamente, o pórtico de entrada e a chave de abóbada, à luz das quais deve ser enquadrada e perspectivada toda a mensagem» (D. António Marto).
A esta luz, as atitudes de adoração e reparação aparecem-nos como as mais típicas de uma espiritualidade eucarística da mensagem de Fátima, como testemunhou sobretudo o pequeno Francisco, com o seu amor e devoção a “Jesus Escondido”.A mensagem de Fátima recorda-nos constantemente o apelo do Papa João Paulo II: “A Igreja e o mundo têm grande necessidade do culto eucarístico... Não cesse nunca a nossa adoração” (Carta Dominicae Cenae’, n. 3).
A quem tens adorado?
Jesus convida-nos para sermos adoradores e também nos cumula de muitas graças com isso. Ele quer convencer-nos de que a transformação das nossas vidas acontece também pela adoração Eucarística. É projecto de esperança e felicidade que Ele tem para nós.
Parece até impossível, mas é por meio da adoração que seremos transformados e curados. Cristo quer transformar pela adoração o teu temperamento, as tuas fraquezas, o teu comportamento doentio gerado por traumas. O Senhor chama-nos mas vai-nos preparando enquanto caminhamos, pelo caminho, assim como fez com os discípulos e tantos outros.Lembremos: Ele chamou os pecadores como Maria Madalena, a samaritana, Zaqueu... A adoração é o primeiro acto da virtude da religião. Adorar ao Senhor é reconhecê-Lo como Deus, como o Criador e o Salvador, o Senhor e o Mestre de tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso. "Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele prestarás culto" (Lc 4,8), afirma o Messias citando o livro do Deuteronómio, capítulo 6, capítulo 13.
Adorar a Deus no respeito e na submissão absoluta, reconhecendo os direitos soberanos que Ele tem sobre nós, reconhecer "o nada da criatura", que não existe a não ser por Ele. Adorar ao Todo-poderoso reconhecendo o Seu senhorio sobre as nossas vidas, louvá-Lo, exaltá-Lo, humilhando-se a si mesmo e confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e santo é o Seu nome.
O Senhor chama-te para seres um adorador. Quando começamos a adorar, as curas começam a acontecer. A transformação do teu temperamento está na adoração.
Rezemos como o anjo ensinou aos Pastorinhos em Fátima:
"Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam".