Página Eucarística
Actualização do Mistério da Fé
- 15-03-2020
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Um dia antes da sua morte na cruz, Jesus quis celebrar uma
Ceia de despedida com os apóstolos. Depois de lavar os pés aos discípulos,
celebrou a primeira Missa. Pegou num pão e disse: “Tomai e comei todos vós:
isto é o meu corpo”. Partiu o pão e distribuiu-o a cada apóstolo. Depois pegou
num cálice com vinho e disse: “Tomai e bebei. Este é o cálice do meu sangue,
sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós”. E completou:
“Fazei isto em memória de mim”. Foi assim que os apóstolos receberam pela
primeira vez a Eucaristia. E foi assim também que Jesus deu aos apóstolos o
poder para celebrarem a Missa em sua memória (cf Lc 22,14-20).
A Missa, portanto, é o louvor mais importante que prestamos a
Deus, por isso devemos participar desta celebração com muito amor, respeito e
devoção.
Assistir à Missa apenas não basta para que nos alimentemos
com o "Pão do Céu" que nos é oferecido. É preciso que participemos
deste banquete, que nos aproximemos de Jesus e aprendamos com Ele a realizar a
parte que nos cabe na concretização do Reino de Deus ainda nesta terra. Foi
para isto que Jesus veio ao mundo: para nos ensinar a colaborar com Ele na
construção de um mundo melhor - o Reino de Deus. A salvação foi-nos dada, mas
Deus conta com a nossa colaboração. Por isso precisamos de nos alimentar deste
banquete sagrado, para bem realizarmos a nossa tarefa.
Muita gente diz que não tem necessidade de ir à Missa, porque
já reza em casa e louva ali o Senhor. Rezar em casa é excelente, mas para
complementar a oração que fazemos em comunidade. Jesus diz: “onde dois ou mais
estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles” (Mt 28,20). Assim, em
torno da mesa eucarística encontra-se toda uma comunidade reunida para
professar a fé no Salvador de todos nós.
Durante muito tempo o povo implorava a Deus que mandasse ao
mundo um Salvador que tornasse a vida melhor. Quando um doente sofre dores
agudas necessita da ajuda de terceiros para amenizar de alguma forma o seu
sofrimento. Essa ajuda tanto pode vir de longe, quando alguém telefona,
estimulando o doente com palavras confortadoras, ou então enviando dinheiro; ou
vir de perto, quando alguém chega à presença do doente e lhe presta
pessoalmente os cuidados necessários à recuperação da sua saúde.
Deus poderia muito bem ter operado a salvação de outra forma.
Mas, o Pai amou tanto a humanidade, que não quis salvá-la de longe, mas enviou
Jesus para amenizar bem de perto o sofrimento humano. O povo naquela época
esperava por um Messias dominador, mas Deus enviou ao mundo um Messias humilde
e servidor. Jesus é o Messias que se coloca ao serviço do povo para salvar,
redimir, ensinar o caminho da vida através do amor que dá sentido a tudo o que
acontece, inclusive aos sofrimentos que fazem parte da vida humana.
Para amenizar as nossas dores, Jesus fez-se humano como nós,
entrou na nossa humanidade para nos salvar de perto. Foi solidário connosco,
experimentando sofrimentos que Ele não merecia, pois nunca cometeu pecado. O
sofrimento de cada um de nós é meramente humano, mas o sofrimento de Jesus além
de humano é divino. Ele é o Filho de Deus que sofre e nos pode salvar, porque
compreende a dimensão da nossa miséria. Fazendo-se servo, Jesus por amor a nós
ofereceu-se para morrer em nosso lugar.
A Eucaristia é o memorial da Paixão, Morte e Ressurreição do
nosso Salvador. A cada celebração deste Mistério da Fé, nós o actualizamos e
aumentamos a nossa fé. Sem esta actualização constante, a nossa fé pode
diminuir. A participação na Eucaristia, se não nos aumenta a fé, ao menos
conserva a que já temos. É assim que somos alimentados com o “Pão descido do
Céu” e adquirimos força para continuarmos a caminhar, sem desanimarmos diante
das adversidades do nosso tempo.
O Filho de Deus fez-se humano como cada um de nós. Conheceu
bem de perto os nossos anseios, necessidades, dificuldades, dúvidas, medos.
Sofreu e morreu por nós, mas para continuar sempre ao nosso lado, ressuscitou e
faz-se presente no Sacramento da Eucaristia. Não deixemos de prestar a Jesus
todo o louvor que Ele merece. Reunamo-nos com frequência em torno da mesa
eucarística e habituemo-nos também a adora o Santíssimo Sacramento, para
agradecer a Deus os benefícios recebidos, implorar o perdão dos pecados, pedir
graças e favores.