Os hebreus, enquanto peregrinavam pelo deserto, foram sustentados por Deus com um alimento celeste: o maná. Era a "figura" do alimento verdadeiro, divino, com o qual o Redentor haveria de alimentar e sustentar os fiéis na fatigante viagem pelo deserto da vida: a EUCARISTIA.
"Eu sou o Pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Mas este é o pão que desceu do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desci do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente; e o pão que eu darei é a minha carne que será sacrificada para a salvação do mundo" . (João 6,48-52).
Na véspera de sua morte, enquanto os homens tramavam a traição, Jesus reuniu seus Apóstolos num último convívio de amor e instituiu o Sacramento que é o supremo Dom de seu Coração cheio de amor por nós.
"Tomai e comei, isto é o meu corpo; tomai e bebei, este é o cálice do meu sangue, que será derramado por vós e por muitos, em remissão dos pecados".
Está realizado o grande prodígio. Na Encarnação, Jesus escondeu a sua divindade, para q pudéssemos vê-lo como um de nós. Na Eucaristia esconde não só a sua divindade, mas também a sua humanidade, debaixo das aparências de pão e vinho, para assim poder ser nosso alimento.
QUANDO É QUE O PÃO E O VINHO SE TORNAM CORPO E SANGUE DE JESUS?
Na Santa Missa, no momento da consagração, inclinado sobre o altar, o sacerdote repete as mesmas e misteriosas palavras que Jesus pronunciou na última Ceia: "Isto é o meu corpo, este é o cálice do meu sangue".
Assim como na última ceia e em virtude destas palavras, toda a substância do pão e toda a substância do vinho convertem-se no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A Igreja chama a esta maravilhosa conversão de "transubstanciação", isto é, mudança total de substância. Antes da consagração, a hóstia e o vinho não eram mais que elementos naturais. Depois da Consagração, o pão tornou-se o Corpo do Senhor e o Vinho o Sangue preciosíssimo de Jesus. Todos os dias, inúmeras vezes e em todas as partes do mundo, renova-se o milagre da última Ceia, que antecipou o sacrifício da cruz: "Fazei isto em memória de mim", disse Jesus aos Apóstolos.
"Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mateus 28,30)
Depois da consagração, não fica nada do pão e do vinho, somente as "aparências". E quando, na hora da Sagrada Comunhão, se divide a hóstia em várias partes, não se divide o Corpo de Jesus Cristo, mas somente as espécies do pão e do vinho. O Sacramento da Eucaristia encerra o maior milagre de nossa fé.
Pelas divinas palavras da Consagração Jesus está sobre os Altares, está nos nossos Sacrários, está nas cândidas Hóstias. Mas como?!
"Como é possível - perguntou um estudioso maometano a um Bispo - como é possível que o pão e vinho se tornem Carne e Sangue de Cristo?"
O Bispo respondeu: "Quando nascestes, tu eras pequeno; e, cresceste depois, porque o teu corpo foi transformando em carne e sangue os alimentos que ias tomando. Pois bem; se o corpo do homem é capaz de transformar em carne e sangue o pão e o vinho, com quanta maior facilidade Deus o poderá fazer!" O maometano tomou a perguntar-lhe: "
Como é possível que numa Hóstia tão pequena esteja presente Jesus Cristo todo inteiro?"
O Bispo respondeu: "Olha a paisagem que está na tua frente, e considera quanto o teu olho é pequeno em comparação com ela. Pois bem; se no teu olho tão pequeno cabe a figura de um campo tão vasto, por que é que Deus não haveria de poder fazer em realidade na sua Pessoa o que em nós existe em figura? O maometano, perguntou-lhe ainda: "Como é possível que o mesmo Corpo se ache, ao mesmo tempo, presente em todas as vossas igrejas, e em todas as Hóstias Consagradas?" E o Bispo disse: "Para Deus nada é impossível. Esta resposta já poderia bastar. Mas a própria natureza se encarrega de dar uma resposta a esta tua pergunta. Aqui está um espelho. Atira-o ao chão e quebra-o em muitos pedaços. Cada pedacinho pequeno vai-te mostrar a mesma imagem que te era mostrada pelo espelho, quando estava inteiro. Deste modo, é o mesmo e idêntico Jesus que se apresenta, não só em figura, mas na realidade, em todas as Hóstias Consagradas. Ele está verdadeiramente em todas elas".
O QUE É NECESSÁRIO PARA FAZER UMA COMUNHÃO BEM FEITA?
São três as exigências básicas para se receber dignamente a Sagrada Eucaristia:
1º - Estar em estado de graça santificante: Não ter na alma pecado grave
2º - Saber a quem se vai receber, na Comunhão: É Jesus nosso alimento
3º - Guardar o jejum prescrito pela Igreja: 1 hora antes da Comunhão
A Comunhão aumenta na alma a graça santificante, purifica-a, une-a a Deus e se torna alimento que leva à vida eterna. Infeliz de quem recebesse a Sagrada Comunhão em pecado mortal! Não se pode esquecer as palavras do Apóstolo São Paulo, na 1 Carta aos Coríntios, 11,28-29: "...que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele q come e bebe, sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação."
A Eucaristia é o mais augusto dos sacramentos.
Nos outros sacramentos, recebe-se a graça. Na Eucaristia recebe-se o autor da graça.
Pelo respeito devido à Eucaristia, a Igreja estabeleceu o jejum eucarístico de 1 hora antes da Comunhão.
Devemos comungar sempre, todos os domingos, todos os dias até, se possível, mas nunca indignamente!
COMUNGAR COM NOSSA SENHORA
Que consolação é para Jesus ser recebido por uma alma purificada e revestida pelo seu Divino Sangue! E que alegria de amor para Ele, quando se trata de uma alma virgem, porque “a Eucaristia veio do céu pela virgindade” (Santo Alberto Magno) e não encontra o seu céu senão na virgindade.
Ninguém como a virgem pode repetir com a esposa dos Cânticos a cada Comunhão: “O meu Dilecto é meu, e eu sou toda do meu Dilecto, que se apascenta entre os lírios e a mim dirige todo o seu amor” (Ct 2,16).
Um modo delicado de nos prepararmos para a Comunhão é invocando a Virgem Imaculada e entregando-nos a Ela para que nos faça receber a Jesus com a sua humildade, com a sua pureza, com o seu amor, e até que venha Ela mesma recebê-lo em nós. Esta piedosa prática foi recomendada por muitos Santos, especialmente por São Luís Grignion de Montfort, por São Pedro Julião Eymard, por Santo Afonso de Ligório e por São Maximiliano Maria Kolbe.
“A melhor preparação para a Santa Comunhão é a que se faz com Maria”, escreveu São Pedro Julião Eymard. Uma descrição muito graciosa é-nos oferecida por Santa Teresinha: ela imagina ver a sua alma como uma menina de três para quatro anos, com os cabelos e as vestes em desordem e com vergonha de se aproximar do altar para receber Jesus.
Mas ela recorre a Nossa Senhora e “de repente – escreve a Santa – a Virgem acerca-se de mim, e tira-me num instante o meu aventalzinho sujo, amarra de novo os meus cabelos com uma bela fita, ou põe neles simplesmente uma flor... E isto basta para me fazer aparecer mais graciosa e poder sentar-me, sem ficar envergonhada, á mesa do banquete dos Anjos”.
Experimentemos isso também nós. Não ficaremos decepcionados. Pelo contrário, poderemos, então, também nós exclamar com Santa Gema:
“Como é bela a Comunhão feita com a nossa Mãe do Céu!”
A ACÇÃO DE GRAÇAS DEPOIS DA COMUNHÃO
O tempo para Acção de Graças depois da Comunhão é o tempo mais real do amor mais íntimo com Jesus. Amor de direitos perfeitamente recíprocos: não dois, mas um só, na alma e no corpo. Amor de compenetração e de fusão: Ele em mim, e eu nele, para nos consumirmos na unidade e na unicidade do amor. “És a minha presa de amor, como eu sou a presa da tua imensa caridade” - dizia Santa Gema a Jesus, com ternura. “Felizes os convidados para a Ceia Nupcial do Cordeiro”, lê-se no Apocalipse (19, 9). Pois bem; na Comunhão Eucarística a alma realiza verdadeiramente, numa celeste e virginal união, o amor nupcial ao Esposo Jesus.
A Acção de Graças depois da Comunhão é uma pequena experiência do amor do céu nesta terra: no Céu, de facto, como é que vamos amar a Jesus? Não há-de ser sendo eternamente unidos a Ele?
Querido Jesus, doce Jesus, como devemos agradecer-te por toda a Comunhão que nos concedes! Não é que tinha mesmo razão Santa Gema, quando dizia que no Céu te iria agradecer pela Eucaristia, mais do que por qualquer outra coisa? Que milagre de amor, este de estar inteiramente e intimamente unido a ti, Jesus.
Água, fermento, cera
São Cirilo de Alexandria, um dos Padres da Igreja, serve-se de três imagens para ilustrar a nossa fusão de amor com Jesus na Santa Comunhão: “Quem comunga é santificado, divinizado no seu corpo e na sua alma de modo semelhante àquele pelo qual a água, ao ser colocada sobre o fogo, se põe a ferver...
A Comunhão opera como fermento colocado na farinha: fermenta toda a massa... Do mesmo modo que derretendo juntas duas velas de cera, a cera delas torna-se uma só, assim, penso eu, quem se alimenta da Carne e do Sangue de Jesus, funde-se com Ele por meio dessa participação, de modo tal, que a pessoa passa a estar em Cristo, e Cristo nela”. Por isso, Santa Gema Galgani falava com assombro da União Eucarística entre “Jesus tudo e Gema nada”, e exclamava: “Quanta doçura, Jesus, na Comunhão! Abraçada contigo, quero viver; contigo abraçada, quero morrer!” E o Beato Contardo Ferrini escrevia: “A Comunhão! Oh, doces amplexos do Criador com a sua criatura! Oh! elevação inefável do espírito humano! Que haverá no mundo que se possa comparar com estas puríssimas alegrias do céu, com estas amostras da glória eterna?” Pensemos também no valor trinitário da Santa Comunhão.
Um dia, Santa Maria Madalena de Pazzi, depois da Comunhão, ajoelhada no meio das noviças, com os braços em cruz, levantou os olhos para o céu e disse: “Irmãs, se compreendêssemos que, no tempo em que permanecem em nós as Espécies Eucarísticas, Jesus está presente e opera em nós, sem se separar do Pai e do Espírito Santo, e que em nós está toda a Santíssima Trindade...”, e não pôde acabar de falar, porque foi arrebatada em sublime êxtase.
Pelo menos um quarto de hora
Por isso os Santos, quando podiam, não punham limites ao tempo da Acção de Graças, que durava até mais de uma hora. Santa Teresa de Jesus recomendava às suas filhas: “Entretenhamo-nos amorosamente com Jesus, e não deixemos passar a hora que vem depois da Comunhão: é um tempo excelente para nos entretermos com Deus e para Lhe falar dos interesses da nossa alma... Pois sabemos que o bom Jesus fica em nós, enquanto o calor natural não consumir os acidentes do Pão. Devemos tomar muito cuidado para não perdermos tão bela ocasião de nos entretermos com Ele e Lhe apresentar as nossas necessidades.”
São Francisco de Assis, Santa Juliana Falconieri, Santa Catarina, São Pascoal, Santa Verónica, São José de Copertino, Santa Gema e muitos outros, logo depois da Comunhão entravam quase sempre em êxtase de amor; e o tempo, então, só mesmo os Anjos é que o podiam medir! Santa Teresa de Jesus quase sempre entrava em êxtase logo depois da Comunhão, e, às vezes, era preciso que a fossem tirar do pequeno genuflexório em que as freiras iam comungar! São João de Ávila, Santo Inácio de Loyola, São Luís Gonzaga davam Acções de Graças de joelhos, durante duas horas. Santa Maria Madalena de Pazzi nunca queria interromper as suas Acções de Graças, e era preciso obrigá-la a isso, para que pudesse alimentar-se um pouco.
“Os minutos que vêm depois da Comunhão – dizia a Santa – são os mais preciosos que temos na nossa vida; os mais apropriados da nossa parte para nos entretermos com Deus, e da parte de Deus, para nos comunicar o seu amor”. São Luís Grignion de Montfort, depois da Missa, ficava pelo menos meia hora em Acção de Graças, e não havia ocupação ou trabalho que a pudesse fazê-lo omitir, pois, como ele dizia: “Eu não trocaria esta hora de Acção de Graças nem mesmo por uma hora de Céu!” Tomemos também nós um propósito: logo depois da Comunhão, devemos fazer o possível para que a Acção de Graças dure pelo menos um quarto de hora, e nada venha tomar o tempo dela. Estes minutos nos quais Jesus está fisicamente presente na nossa alma e no nosso corpo, são minutos do Céu, que não devemos desperdiçar de modo algum.
São Felipe e as velas
O Apóstolo escreveu: “Glorificai e trazei Deus no vosso corpo” (1 Cor 6,20). Ora, não há outro tempo em que estas palavras se realizem mais exactamente do que no tempo logo depois da Santa Comunhão. Que coisa mais feia, pois, o comportamento daquele que recebe a Comunhão e, em seguida, sai da igreja, não logo que acaba a Missa, mas imediatamente, logo depois de ter recebido a Comunhão! Lembremo-nos do exemplo de São Felipe Neri, que mandou a dois acólitos que saíssem com duas velas acesas acompanhando a alguém que estava a sair da igreja logo depois de ter comungado. Que bela lição! Quando recebemos um hóspede, pelo menos por educação, entretemo-nos com ele, interessamo-nos por ele! Mas, se esse hóspede é Jesus, então o que deveremos é somente lamentar-nos diante dEle de que a sua presença em nós não dure mais do que um quarto de hora, ou pouco mais.
A este propósito, São José Cottolengo vigiava pessoalmente a confecção das Hóstias para a Missa e para as Comunhões, e à irmã encarregada disso ele tinha dado esta ordem expressa:
“Para mim a Senhora faça Hóstias mais grossas, porque eu preciso de me entreter mais tempo com Jesus, e não quero que as Sagradas Espécies se consumam depressa!”Santo Afonso de Ligório para que é que enchia de vinho o cálice? Somente para ter por mais tempo a Jesus no seu corpo.
Não seremos nós talvez o oposto dos Santos, nós quando achamos que a Acção de Graças é muito longa, e não vemos a hora em que ela acabe? Mas, cuidado e atenção! Porque, se é verdade que em cada Comunhão Jesus “dá em troca o cêntuplo pelo acolhimento que Lhe damos”, como diz Santa Teresa de Jesus, é também verdade que seremos responsáveis ao cêntuplo pelas nossas faltas de acolhimento. Um coirmão de São Pio de Pietrelcina contou que um dia se foi confessar com o Santo Frade, acusando-se, entre outras coisas, de algumas omissões da Acção de Graças, depois da Santa Missa, por motivos pastorais.
Ainda que benigno em julgar as outras faltas, São Pio, quando ouviu falar naquelas omissões, ficou sério, fechou o rosto, e disse com voz firme: “Tomemos cuidado para que o não-poder não se torne um não-querer. A Acção de Graças terás que fazê-la sempre, se não terás de a pagar caro!”Pensemos e reflictamos seriamente. Para uma coisa tão preciosa, como é a Acção de Graças, consideremos como feita a nós a advertência do Espírito Santo: “Não percas nem a mais pequena parte de um tão grande bem”. (Eclo 14,14). O Beato Contardo Femni entregava-se de tal modo à preparação e à Acção de Graças depois da Comunhão, que marcava cada dia os seus pontos para a reflexão, sobre os quais se ia deter todo absorto e feliz.
Acção de Graças com Nossa Senhora
Particularmente bela é a Acção de Graças feita em íntima união com Maria, na sua Anunciação. Logo depois da Comunhão, nós também trazemos Jesus nas nossas almas e no nosso corpo, de modo semelhante ao de Maria na sua Anunciação; e não poderemos adorar a Jesus, nem O amar melhor, do que unindo-nos à Divina Mãe, fazendo nossos os sentimentos de adoração e de amor que Ela nutriu para com Jesus, Deus encerrado no seu Seio Imaculado. Nossa Senhora é o celeste vínculo que une Jesus a nós; Ela é até mesmo o laço de amor entre Jesus e a criatura. Nossa Senhora, dizia o Santo Cura d’Ars, está sempre “entre o seu Filho e nós”.
Quando oramos a Jesus na companhia dEla, quando O adoramos e O amamos com o Coração de Maria, tornamos qualquer das nossas orações pura e preciosa, e puro todo o nosso acto de adoração e de amor. São Maximiliano Maria Kolbe dizia que, quando confiamos uma coisa à Imaculada, Ela, antes de a entregar a Jesus, a purifica de todos os defeitos, a torna Imaculada. O Santo Cura d’Ars afirmava: “Quando as nossas mãos tocaram em perfumes, vão depois perfumando tudo aquilo em que tocam; façamos passar as nossas orações pelas mãos de Nossa Senhora, e Ela as perfumará”.Façamos passar a nossa Acção de Graças depois da Comunhão pelo Coração da Imaculada: e Ela a transformará num cântico puríssimo de adoração e de amor.
Para tal fim pode ser útil a recitação meditada do Terço, especialmente dos mistérios gozosos, como nos ensinam vários Santos.
Pois quem, de facto, poderá conhecer perfeitamente a Divindade de Jesus, para a adorar, amar e deixar-se divinizar, como Nossa Senhora, quando lhe foi feita a Anunciação do Anjo?
Quem poderá trazer Jesus vivo dentro de si, e ficar profundamente unido a Ele em adoração e em amor, como Nossa Senhora no mistério da Visitação? Quem poderá estar cheio de Jesus, e gerá-lo e dá-lo aos outros, como Maria na gruta de Belém?
Experimentemos também nós. Só teremos a ganhar em estarmos unidos a Nossa Senhora para amar a Jesus com o seu coração no Céu.
“Âmbula cheia, sacos vazios!”
Não nos façamos rogados para fazer uma coisa tão santa como é a Comunhão diária, com a qual podemos alcançar todos os bens para a alma e para o corpo.
Para a alma. São Cirilo de Jerusalém, Padre e Doutor da Igreja, escreve: “Se o veneno do orgulho te está inchando, recorre à Eucaristia, e o Pão, sob cujas aparências se aniquilou o teu próprio Deus, te ensinará a humildade. Se em ti arde a febre da avareza, alimenta-te deste Pão, e aprenderás a ser generoso. Se o vento gelado da avareza é o que te entristece, recorre ao Pão dos Anjos, e no teu coração despontará viçosa a Caridade. Se te sentes impelido pela intemperança, alimenta-te com a Carne e o Sangue de Cristo, que nesta vida terrena praticou tanto a sobriedade, e te tornarás moderado e sóbrio. Se és preguiçoso e indolente nas coisas espirituais, procura adquirir força com este alimento celeste, e te tornarás fervoroso. Se, enfim, sentes o ardor da febre da impureza, aproxima-te do banquete dos Anjos, e a Carne Imaculada de Cristo te tornará puro e casto”.
Quando se quer saber como teria feito São Carlos Borromeu para se conservar puro e delicado entre os jovens dissipados e frívolos do seu tempo, descobriu-se o seu segredo: a Comunhão frequente. E foi o mesmo São Carlos que recomendou a Comunhão frequente ao jovem Luís Gonzaga que se tornou o Santo todo angélico e puro. Verdadeiramente a Eucaristia revela-se como o “Trigo dos eleitos e o Vinho que faz germinar as virgens” (Zc 9,17). E são Felipe Neri, conhecedor profundo dos jovens, dizia: “A devoção ao Santíssimo Sacramento e a devoção à SS.mª Virgem são, não o melhor, mas o único meio para se conservar a pureza. Somente a Comunhão é capaz de conservar puro um coração aos 20 anos. Não pode haver castidade sem a Eucaristia”. E é bem verdade.
Para o corpo. Quantas vezes, em Lurdes, já se tem repetido, por meio da Eucaristia, aquilo que o Evangelho diz de Jesus: “Saía dele uma virtude que curava a todos” (Lc 8,46)?Quantos corpos já foram curados pelo doce Senhor que está envolvido em cândidos véus? Quantos pobres e sofredores não receberam, com o Pão Eucarístico, também o Pão da saúde, do sustento, o Pão da Providência? São José Cottolengo um dia percebeu que muitos dos abrigados na “Casa da Providência” não tinham ido receber a Santa Comunhão. A âmbula tinha ficado cheia. Justamente naquele dia faltava o pão em casa. Então o Santo pôs a âmbula sobre o altar, virou-se para eles, e disse estas palavras bem significativas:
Para o corpo. Quantas vezes, em Lurdes, já se tem repetido, por meio da Eucaristia, aquilo que o Evangelho diz de Jesus: “Saía dele uma virtude que curava a todos” (Lc 8,46)?Quantos corpos já foram curados pelo doce Senhor que está envolvido em cândidos véus? Quantos pobres e sofredores não receberam, com o Pão Eucarístico, também o Pão da saúde, do sustento, o Pão da Providência? São José Cottolengo um dia percebeu que muitos dos abrigados na “Casa da Providência” não tinham ido receber a Santa Comunhão. A âmbula tinha ficado cheia. Justamente naquele dia faltava o pão em casa. Então o Santo pôs a âmbula sobre o altar, virou-se para eles, e disse estas palavras bem significativas:“Âmbula cheia, sacos vazios!”E é verdade. Jesus é a plenitude da vida e de amor pela minha alma. Sem Ele fico vazio e árido. Com Ele, ao contrário, possuo cada dia as reservas infinitas de todo o bem, pureza e alegria.