Rezar pela conversão dos pecadores
As orações que fazemos pelos outros, mormente pelos pecadores, são muito agradáveis a Deus.
O Senhor queixa-se de seus servos que não rezam pelos pecadores.
Um dia, lamentava-se Nosso Senhor a Santa Maria Madalena de Pazzi, a quem disse: “Vede, minha filha, como caem os cristãos nas mãos do demónio; se os meus escolhidos não os livrassem pelas suas orações, seriam tragados por ele”.
De modo todo especial, porém, Nosso Senhor deseja e exige isto dos sacerdotes e religiosos.
Por isso, dizia muitas vezes a Santa às suas religiosas:
“Irmãs, Deus separou-nos do mundo, não somente para fazermos bem a nós mesmas,
mas também para procurarmos aplacar a sua ira contra os pecadores”.
Um dia disse-lhe o Senhor:
“Eu vos dei, a vós, esposas escolhidas, a cidade de refúgio, (isto é, a Paixão de Jesus Cristo), para que tenhais onde recorrer para ajudar minhas criaturas;
Por isso, recorrei a ela e ali oferecei auxílio às minhas criaturas que perecem; sacrificai mesmo a vossa vida por elas”.
Pelo que a Santa, inflamada de santo zelo, oferecia a Deus, cinquenta vezes por dia, o sangue do Redentor pelos pecadores e se consumia em desejos pela sua conversão, dizendo:
“Que pena, Senhor! Como sinto ver que posso ajudar às tuas criaturas com o sacrifício de minha vida e, contudo, não poder realizá-lo!”
Ela, em todos os exercícios de piedade, recomendava os pecadores a Deus; e em
sua vida se conta que não passava uma hora do dia em que não pedisse por eles.
Frequentemente se levantava à meia noite e dirigia-se à Igreja, onde estava o
Santíssimo Sacramento, para rezar pelos pecadores.
Apesar de tudo, foi encontrada, uma vez, a chorar e, interrogada do motivo das lágrimas, respondeu: “Porque me parece que nada faço pela conversão dos pecadores”.
Chegou até a oferecer-se para padecer as penas do inferno pela conversão deles,
contanto que lá não tivesse de odiar a Deus.
Frequentes vezes conseguiu ser atormentada de graves dores e enfermidades pela salvação dos pecadores.
Rezava especialmente pelos sacerdotes, vendo que estes, com uma vida exemplar,
seriam causa da salvação de muitos e com uma vida má levariam número à ruína e
perdição.
Pedia a Nosso Senhor que a castigasse pelas culpas deles e dizia: “Senhor, fazei-me morrer tantas vezes e tornar à vida, até satisfazer por eles a Vossa justiça”…
Conta-se que a Santa, pelas suas orações, libertou de facto muitas almas das garras de Satanás.
Fonte: retirado do livro “A Oração” de Santo Afonso de Ligório.