O Sofrimento
Por que é que Deus permite o sofrimento
- 07-10-2021
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O sofrimento de Cristo por nós.
Nosso Senhor sofreu por nós. Nunca nos devemos esquecer disto.
Do ponto de vista natural, pode-se dizer que o sofrimento decorre da própria natureza do homem.
Todo o ser dotado de sensibilidade está sujeito à dor, assim como à alegria. Quando os objectos ou as pessoas estão em harmonia com a sua sensibilidade, ela experimenta prazer;
Quando, ao contrário, ferem essa sensibilidade, ele sofre. É possível, portanto, sofrer sem culpa própria.
Mas a fé ensina que o sofrimento entrou no mundo por causa do pecado. Por um acto de bondade infinita e essencialmente gratuita, Deus tinha preservado o homem da dor.
Criado em lugar de delícias, ele devia, se fosse fiel a Deus, passar deste Paraíso terrestre directamente para o Céu, para nele gozar por toda a eternidade, de uma felicidade sem sombras.
O pecado de Adão, transmitido aos seus descendentes, veio transtornar este belo plano.
Com o pecado, a dor e a morte entraram no mundo, não somente como uma consequência natural da sensibilidade, mas também como um castigo pelo pecado.
Era justo: pois, tendo o homem pecado por um amor desordenado ao prazer, para satisfazer o seu orgulho e a sua sensualidade, era bom que ele sofresse para expiar a sua falta, e;
Para se sentir mais inclinado a evitar toda a transgressão, vendo que há uma justiça imanente e que o culpado é punido pelo seu pecado.
Assim, o sofrimento que parece ser um mal, torna-se um bem na ordem moral, uma reparação e um preventivo contra novas transgressões.
Esta ideia torna-se mais clara com o grande mérito da Redenção.
Para reparar a ofensa infinita cometida contra Deus pelos nossos primeiros pais e pela sua posteridade,
O Filho de Deus consente em fazer-se homem, e tornar-se o representante da Humanidade culpada;
Em assumir sobre si o peso das nossas iniquidades, em expiá-las durante trinta e três anos de sofrimentos e, sobretudo, pela imolação no Calvário.
Assim, o sofrimento é reabilitado, enobrecido e divinizado. Já não é somente um castigo, mas um acto de obediência aceite voluntária e generosamente por amor;
Um acto que, na pessoa de Jesus Cristo, tem um valor infinito.
Por ele, Jesus glorifica a Deus muito mais do que o pecado que O tinha ofendido, e coloca o homem, sob vários pontos de vista, a um estado superior ao de Adão inocente.
Este acto tem para nós, portanto, as mais felizes consequências. Associando o nosso sofrimento aos seus, Nosso Senhor lhe confere um valor incomensurável.
Eles tornam-se, não um castigo, mas uma reparação: nós tínhamos pecado por desobediência e por egoísmo;
Ao sofrer com Jesus e pelas suas intenções, reparamos a nossa falha por um acto de obediência e de amor.
Mas, além disso, utilizamos o sofrimento para progredir na santidade: cada dor pacientemente suportada por amor a Jesus aproxima-nos de Deus e aumenta o nosso amor por Ele.
E aumenta, ao mesmo tempo, a glória que nos caberá no Céu:
Como afirma São Paulo, as nossas tribulações são breves e fáceis de suportar, em comparação com a glória imensa e eterna que receberemos em recompensa!
Por isso o apóstolo se alegra nas suas enfermidades e se gloria nas suas tribulações, feliz por uni-las às de Cristo Jesus e completar assim a Sua Paixão, para o maior bem da Igreja e das almas.
Milhões de santos, caminhando nas pegadas do Mestre, sofreram e sofrem com alegria; dentre eles, muitos se ofereceram como vítimas, à Justiça divina para expiar as suas faltas e as dos outros; ao Amor, para serem consumidos pela Divina Caridade, para viver e morrer como mártires e assim ter uma parte maior na eterna visão e no eterno amor.