O Demónio existe
Satanás não tem a última palavra
- 13-01-2009
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- O maior triunfo de Satanás é...?
- Padre Fortea: É fazer-nos crer que não existe: Efectivamente, depois dos anos setenta, muitos teólogos disseram que era um símbolo, e este foi um grande êxito porque desde então todo o ministério do exorcismo desapareceu da Europa praticamente de forma total. Somente em Roma permaneceu de maneira continuada e inclusive diária.
- O que provocou esta atitude?
Fez-nos muito dano. O povo deixou de confiar na Palavra de Deus como autoridade perfeita na qual não cabe o erro. Já dizem: «não sabemos o que é símbolo ou o que é realidade». Mas o tema do demónio, que foi o primeiro a ser varrido pela teologia mais modernista, é um dos que mais se está a recuperar porque a realidade prevalece.
- O tentador... tenta sempre?
O demónio tenta, mas não sempre, somente algumas vezes. Não está sempre ao nosso lado ainda que pode tentar coisas muito más e demoníacas. Por exemplo, na carne. Nela vemos simbolizados muitos pecados que procedem da nossa própria pessoa. Sobretudo, o que mais se ressaltam são os pecados de luxúria, pois são nos que de maneira mais fácil cai o ser humano porque são os que menos malícia têm, são mais de debilidade. Esta classe de pecados abre a porta a pecados piores, e cada vez vamos descendo se não mudamos o caminho.
- Estamos na sociedade da perda da consciência do pecado?
Há males muito de moda, como a homossexualidade e as uniões de facto. Trata-se de fenómenos que, sobretudo, se dão em sociedades urbanas. No campo é mais difícil que ocorram de um modo generalizado, mas só como actos isolados. A sociedade do campo é mais sã, mais apegada à natureza, e tem uma consciência mais clara da lei natural. Mas num meio urbano, completamente artificial, que perdeu o conceito das leis cristãs, ali o homem é dono e senhor da lei moral. Ele faz e desfaz como quer, e isto leva-o a esquecer-se totalmente do Criador. A ser um ser autónomo e a decidir com completa independência. Frente a isto, só pode opor-se a fé, a religião como a consecução dos mais altos valores. Eu creio que isto é a única coisa que podemos opor frente a toda acção moral desviada. A única resistência é a da luz da fé no amor de Deus.
- Separação Igreja-Estado é o mesmo que separação Deus-Sociedade?
A divisão de Igreja e Estado chega a tergiversar. Que o Estado não possa dar favoritismo a uma religião concreta não significa que a sociedade, o Estado, tenha que estar separado de Deus. Por exemplo, os Estados Unidos estão consagrados pela Constituição. É somente a separação entre a Igreja e o Estado, não entre Deus e a sociedade. O Estado não favorecerá uma religião concreta, mas se dá conta de que a fé em Deus é algo bom para a sociedade e pode favorecer toda a religião e a união dos cidadãos com Deus. Há, portanto, uma diferença muito grande entre Estados Unidos e Europa. A Deus, que é Pai, não lhe dá o mesmo que apareça ou que não apareça, não lhe dá o mesmo que os seus filhos o mencionem respeitosamente ou que o esqueçam completamente.
- Só é satânico quem adora Satanás?
Com efeito. Contudo, a descristianização não é sinónimo de satanismo. Pecador não é igual a satânico. Não vejo satanismo em fenómenos morais desviados. O satanismo é algo muito grave. Ainda que se tenha uma família e se leve uma vida extremamente irrepreensível pode-se ser satanista e, ao contrário, por mais que se viva de maneira rejeitável e libertina não se é forçosamente satanista. Mas há meios que o demónio sempre aproveita para influenciar, possuir ou afectar a alma humana; coisas tão simples como os actos esotéricos: espiritismo, ritos da Nova Era... tudo o que seja invocar espíritos desconhecidos.
- Como é que Satanás actua sobre a nossa inteligência?
A resposta pastoral da Igreja frente a este mal com respeito à curiosidade dos jovens é exortá-los a que se afastem totalmente do ocultismo e da magia, que se distanciem de querer romper este véu que nos separa do mais além por meios que não sejam os que a tradição católica ensinou. Satanás infunde na inteligência espécies inteligíveis que nos parecem nossos pensamentos quando na realidade é ele quem influi derramando na nossa mente imagens que a ele interessam.
- No mundo há um espectáculo em meio ao tema do exorcismo...
A pouca informação é o tabu que se criou em torno a isto. O demónio sabe bem: quanto menos se saiba de si mesmo ou do trabalho da Igreja contra ele, muito melhor. É o que lhe interessa. A mim o que interessa é que os seus planos fiquem descobertos. Um exorcista, antes de tudo, deve saber que existe o demónio e que existe a possibilidade do exorcismo.