Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

O Demónio existe

Orações de Libertação

Acerca da natureza e utilidade das Orações de Libertação

1. Os demónios existem?

Sim, existem. “A existência dos seres espirituais, não-corporais, a que a Sagrada Escritura habitualmente chama anjos, é uma verdade de fé”2. Alguns desses anjos, criados bons por Deus, liderados por satanás, também chamado Diabo, “radical irrevogavelmente recusaram Deus e o seu Reino”3, e portanto deve-se afirmar que “de facto, o Diabo e os outros demónios foram por Deus criados naturalmente bons; mas eles, por si próprios, é que se fizeram maus”4.

2. Satanás pode causar todos os males que quer?

Não. «O poder de Satanás não é infinito. Satanás é uma simples criatura, poderosa pelo facto de ser um puro espírito»5, isto um anjo que tal como todos os anjos «excedem em perfeição todas as criaturas visíveis» 6.

3. Qual é o maior mal que podem causar os dem6nios?

Os demónios «esforçam-se por associar o homem à sua rebelião contra Deus»7 por induzir o homem ao pecado mortal o que «tem como consequência a perda da caridade e a privação da graça santificante, ou seja, do estado de graça. E se não for resgatado pelo arrependimento e pelo perdão de Deus, originará a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no Inferno» 8.

4. O demónio é o instigador de todos os nossos pecados e a causa de todos os males?

Não. Como ensina Jesus na parábola do semeador, às vezes somos levados a pecar movidos pelas seduções do mundo ou pelas nossas próprias más inclinações. «Não se deve acusar o diabo em todas as coisas que acontecem, de facto, às vezes, o próprio homem faz de diabo para si mesmo»10.

5. Jesus Cristo já venceu o Diabo e os seus anjos?

Sim. «Foi para destruir as obras do Diabo que apareceu o Filho de Deus»11. «Cristo, pelo mistério pascal da sua morte ressurreição, livrou-nos da escravidão do Diabo e do pecado, derrubando o seu domínio e livrando todas as coisas dos contágios malignos»12. Porém, o Diabo embora já definitivamente vencido por Cristo na cruz ainda continua a exercer a sua acção maléfica no mundo e «essa acção é permitida pela divina Providência»13, que do mal sabe tirar bens maioresl4. «Um duro combate contra os poderes das trevas atravessa. Com efeito, toda a história humana; começou no princípio do mundo e, segundo a palavra do Senhor, durará até ao último dia» 15.

6. Que tipos de acção exercem os demónios sobre este mundo?

«A maléfica e adversa acção do Diabo e dos demónios afecta pessoas, coisas e lugares, manifestando-se de diversos modos»16.

7. Que tipo de capacidades naturais têm os anjos e os demónios?

Têm um certo domínio sobre as realidades materiais, por exemplo, mover objectos17 e têm a capacidade de actuar sobre os nossos sentidos externos ou internos18.

8. Os demónios podem fazer verdadeiros milagres?

Não, só Deus pode fazer milagres propriamente ditos, mas os demónios pelas suas capacidades naturais podem fazer coisas prodigiosas e extraordinárias que parecem aos homens milagres. De facto, por vezes, «quando os demónios realizam algo pelo seu poder natural, nós o chamamos de milagre, não de modo absoluto mas relativamente à nossa capacidade, e é assim que os bruxos realizam milagres graças aos demónios»19.

9. Os demónios podem possuir as pessoas?

Normalmente aos demónios é apenas permitido pela Providência divina tentar os homens ao pecado, mas por vezes encontram-se casos de ataques diabólicos que vão muito para além das simples tentações. A maior parte destes distúrbios menos comuns.

1 Estas breves questões foram preparadas pelo Pe. Duarte Sousa Lara (www.santidade.net), exorcista e doutorado em teologia.
2 Catecismo da Igreja Católica, n. 328.
3 Catecismo da Igreja Católica, n. 391.
4 CONCÍLIO DE LATRÃO IV, cap. I, Defide catholica: DH 800.
5 Catecismo da Igreja Católica, n. 395.
6 Catecismo da Igreja Católica, n. 329.
7 Ritual Romano. Rito dos exorcismos, Proémio.
8 Catecismo da Igreja Católica, n. 1861.
9 Cf. Mt 13,3-8.18-23; Mc 4,3-9.13-20; Lc 8,5-8.11-15.
10 AGOSTINHO DE HIPONA (santo), Senn. 163/B,5.
11 lJo 3,8.
12 Ritual Romano. Rito dos exorcismos, Proémio.
13 Catecismo da Igreja Católica, n. 395.
14 Cf. Rom 8,28: «Ora nós sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus».
15 CONCÍLIO VATICANO II, Gaudium et spes, n. 37.
16 Ritual Romano. Rito dos exorcismos, Proémio.
17 Cf. At 12,7-10: «De repente apareceu um anjo do Senhor, e uma luz resplandeceu no recinto. O anjo, batendo no lado de Pedro, despertou-o, dizendo: "Levanta-te depressa!". E caíram as correntes das suas mãos. O anjo disse-lhe: 'Toma o teu cinto e calça as tuas sandálias!". E ele assim fez. E disse-lhe: "Põe sobre ti a tua capa e segue-me!". Ele, saindo, seguia-o sem dar conta de que era realidade o que se fazia por intervenção do anjo, antes julgava ter uma visão. Depois de passarem a primeira e a segunda guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se abriu por si mesma. Saindo, passaram uma rua, e imediatamente o anjo afastou-se dele»; TOMÁS DE AQUINO (santo), Summa theologiae, I, q. 110, ao 3, ad 3: «a potência motora da alma limita ao corpo a ela unido, que ela vivifica, e mediante o qual pode mover outros corpos. No entanto, a potência do anjo não é limitada a um corpo, podendo as mover localmente corpos aos quais não está unida».
18 Cf. TOMÁS DE AQUINO (santo), Summa theologiae, 1, q. 111, ao 3, c.: «O anjo, bom ou mau, pode, em virtude da sua natureza, mover a imaginação homem»; lbidem, a. 4, c.: «O anjo pode agir sobre os sentidos do homem».
19 TOMÁS DE AQUINO (santo), Summa theologiae, l, q. 110, a. 4,ad 2.

www.santidade.net), exorcista e doutorado em teologia.
2 Catecismo da Igreja Católica, n. 328.
3 Catecismo da Igreja Católica, n. 391.
4 CONCÍLIO DE LATRÃO IV, cap. I, Defide catholica: DH 800.
5 Catecismo da Igreja Católica, n. 395.
6 Catecismo da Igreja Católica, n. 329.
7 Ritual Romano. Rito dos exorcismos, Proémio.
8 Catecismo da Igreja Católica, n. 1861.
9 Cf. Mt 13,3-8.18-23; Mc 4,3-9.13-20; Lc 8,5-8.11-15.
10 AGOSTINHO DE HIPONA (santo), Senn. 163/B,5.
11 lJo 3,8.
12 Ritual Romano. Rito dos exorcismos, Proémio.
13 Catecismo da Igreja Católica, n. 395.
14 Cf. Rom 8,28: «Ora nós sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus».
15 CONCÍLIO VATICANO II, Gaudium et spes, n. 37.
16 Ritual Romano. Rito dos exorcismos, Proémio.
17 Cf. At 12,7-10: «De repente apareceu um anjo do Senhor, e uma luz resplandeceu no recinto. O anjo, batendo no lado de Pedro, despertou-o, dizendo: "Levanta-te depressa!". E caíram as correntes das suas mãos. O anjo disse-lhe: 'Toma o teu cinto e calça as tuas sandálias!". E ele assim fez. E disse-lhe: "Põe sobre ti a tua capa e segue-me!". Ele, saindo, seguia-o sem dar conta de que era realidade o que se fazia por intervenção do anjo, antes julgava ter uma visão. Depois de passarem a primeira e a segunda guarda, chegaram à porta de ferro que dá para a cidade, a qual se abriu por si mesma. Saindo, passaram uma rua, e imediatamente o anjo afastou-se dele»; TOMÁS DE AQUINO (santo), Summa theologiae, I, q. 110, ao 3, ad 3: «a potência motora da alma limita ao corpo a ela unido, que ela vivifica, e mediante o qual pode mover outros corpos. No entanto, a potência do anjo não é limitada a um corpo, podendo as mover localmente corpos aos quais não está unida».
18 Cf. TOMÁS DE AQUINO (santo), Summa theologiae, 1, q. 111, ao 3, c.: «O anjo, bom ou mau, pode, em virtude da sua natureza, mover a imaginação homem»; lbidem, a. 4, c.: «O anjo pode agir sobre os sentidos do homem».
19 TOMÁS DE AQUINO (santo), Summa theologiae, l, q. 110, a. 4,ad 2.

estão directamente relacionados com formas de adivinhação20 ou magia21 em que explícita ou implicitamente os homens pedem à ajuda dos demónios22. Tais pactos, muitas vezes, conferem aos demónios a possibilidade de causar distúrbios que vão para além das simples tentações.
10. Que sinais podem indiciar a presença de distúrbios de origem diabólica?
Conhecer línguas desconhecidas à pessoa, bem como factos ocultos, manifestar uma força acima do normal e ter aversão às coisas sagradas23. Ver, ouvir, sentir, cheirar e imaginar coisas inexplicáveis à luz das ciências psicológicas. Ter doenças ou distúrbios físicos inexplicáveis à luz das ciências médicas24. Acontecimentos com objectos e animais inexplicáveis à luz da ciência, por exemplo, coisas que se movem do lugar sozinhas, electrodomésticos que se acendem e desligam sozinhos, etc.
11. O que é um exorcismo?
O exorcismo é uma celebração litúrgica em que «a Igreja pede publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objecto seja protegido contra a acção do Maligno e subtraído ao seu domínio [...]. Sob uma forma simples, faz-se o exorcismo na celebração do Baptismo. O exorcismo solene, chamado "grande exorcismo", só pode ser feito por um presbítero e com licença do bispo»25.
12. O que é uma oração de libertação?
É uma oração dirigida a Deus, em que, tal como na última petição do Pai Nosso, pedimos para ser libertados do influxo diabólico. «Ao pedirmos para sermos libertados do Maligno, pedimos igualmente para sermos livres de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instigador»26.
13. Nos casos de pessoas que apresentem distúrbios diabólicos leves um sacerdote deve rezar orações de libertação mesmo não sendo exorcista?
Sim, deve. O Cardeal Schõnborn num retiro internacional para sacerdotes em Ars afirmou: «É preciso distinguir bem o Grande Exorcismo, reservado ao bispo ou àquele em quem o bispo delegou - porque um exorcista não se improvisa - da oração de libertação que deveria ser normal para todos nós, padres. Trata-se de uma oração pronunciada com a autoridade de Jesus, dos Santos e dos Anjos, com o fim de interceder por uma pessoa, não possessa, mas infestada, perturbada por ataques do Maligno. É preciso prestar este serviço aos nossos fiéis, pois ele faz parte do nosso ministério de padre»27.
14. Qualquer fiel pode rezar uma oração de libertação?
Sim, pode. O Senhor Jesus quer que todos os 'seus discípulos rezem o Pai Nosso e que portanto que peçam ao Pai que está nos céus a libertação «do poder do Maligno»28. Na última petição do Pai Nosso «o Mal não é uma abstracção, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus»29.
15. Qual a utilidade e eficácia de uma oração de libertação?
É eficaz como qualquer outra oração de petição a Deus30. Deve ser feita com as devidas disposições31 e estar de acordo com o plano divino de amor e salvação para cada um de nós32. Concretamente, alcançam a graça que pedem, ou seja, a efectiva libertação do domínio diabólico e de todos os males causados pelos demónios. Além disso, ajudam a discernir eventuais casos de possessão, obsessão, vexação e infestação diabólica.
20 Cf. At 16,16-19: «Aconteceu que, um dia, indo nós à oração, nos veio ao encontro uma jovem escrava que tinha um espírito pitónico, e que com as suas adivinhações dava muito lucro aos seus amos. Ela, seguindo-nos a Paulo e a nós, gritava, dizendo: "Estes homens são servos do Deus excelso e vos anunciam o caminho da salvação". E fez isto muitos dias. Paulo, porém, enfadado, tenda-se voltado para ela, disse ao espírito: "Ordena-te, em nome de Jesus Cristo, que saias dessa mulher". E ele na mesma hora saiu. Mas, vendo seus amos que se lhes tinha acabado a esperança do lucro, pegando em Paulo e em Silas, os levaram ao foro, às autoridades»; AGOSTINHO DE HIPONA (santo), De divinatione daemonum liber unus: PL 40; TOMÁS DE AQUINO (santo), Summa theologiae, II-II, q. 95, a. 2, c.: «toda a adivinhação é obra dos demónios».
21 Cf. At 19,18-19: «Muitos dos que tinham acreditado iam confessar e declarar as suas práticas. Muitos também daqueles que se tinham dedicado à magia, trouxeram os seus livros e queimaram-nos diante de todos»; AGOSTINHO DE HIPONA (santo), De Trinitate, 3,7,12: «os anjos prevaricadores [...] que conferem à magia todo o poder que essa tem».
22 Cf. TOMÁS DE AQUINO (santo), Summa theologiae. II-II, q. 95, a. 2, ad 2: «esse modo de adivinhação é culto aos demónios, enquanto com eles se fazem pactos implícitos ou explícitos».
23 Cf. Ritual Romano. Rito dos exorcismos. Preliminares, n. 16.
24 Cf. Lc 13, 11: «Estava lá uma mulher possessa de um espírito que a tinha doente havia dezoito anos; andava encurvada, e não podia levantar a cabeça».
25 Catecismo da Igreja Católica, n. 1673.
26 Catecismo da Igreja Católica, n. 2854.
27 CHRISTOPH SCHÕNBORN (cardeal), Lajoie d'être prêtre. A ta suite du Curé d~rs, ouverture par le pape Benoit XVI, Éditions des Béatitudes, Nouan-le-Fuzelier 2009, p. 90: «Il faut bien distinguer le Grand Exorcisme, réservé à 1'évêque ou à celui que 1'évêque a délégué parce qu'on ne s'improvise pás exorciste, de Ia priere de délivrance qui devrait être le commun de nous tous, prêtres. C' est une priere prononcée avec l' autorité de Jésus, des saints et des anges, afin d'intercéder pour une personne qui est, non pas possédée, mais infestée, troublée par des attaques du Malin. n faut rendre à nos fideles ce service, cela fait partie de notre ministêre de prêtre».
28 1Jo 5,19
29 Catecismo da Igreja Católica, n. 2851.
30 Cf. Jo 16,24: «pedi e recebereis»; Mt 7,7-8: «Pedi, e vos será dado; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque todo aquele que pede, recebe, e quem busca, encontra; e a quem bate, abrir-se-á».
31 Feita em nome de Jesus (cf. Jo 16,23: «se pedirdes a Meu Pai alguma coisa em Meu nome, Ele vo-la dará»), com fé (Mt 21,22: «tudo o que pedirdes com fé na oração aicançá-Io-eis»; Tg 1,6: «peça-a com fé. sem nada hesitar»), com humildade (Lc 18,10-14; Catecismo da Igreja Católica, n. 2559: «A humildade é o fundamento da oração»), perseverança (cf. Rom 12,12: «perseverantes na oração») e de preferência em grupo (cf. Mt 18,19: «se dois de vós se unirem entre si sobre a terra a pedir qualquer coisa, esta lhes será concedida por Meu Pai que está nos céus»).
32 Cf. Lc 22,42: «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice; não se faça, contudo, a Minha vontade, mas a Tua»; 2Cor 12,8-9: «roguei três vezes ao Senhor que o apartasse de mim, mas Ele disse-me: "Basta-te a Minha graça, porque é na fraqueza que o Meu poder se manifesta por completo"».

Regressar