Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

O Demónio existe

Como vencer o Maligno

COMO VENCER O MALIGNO

A palavra de Deus instrui como vencer todas as insídias de satanás. Força particular de perdão aos inimigos.
João Paulo II dizia: «chamemos pelo nome o verdadeiro inimigo»

 

Comecemos por recordar as acções do maligno (é este o termo referido do Novo Testamento, para indicar o demónio) que tem dois aspectos: acção ordináriaà qual estamos sujeitos. Também Jesus querendo ser em tudo semelhante a nós, excepto no pecado, aceitou sofrer a acção ordinária do demónio, ou seja, as tentações.

Como vencê-lo?

O próprio Jesus nos indica os dois meios indispensáveis: Vigiar e rezar, para não cair em tentação» (Mt, 26.4).

Existe também uma acção extraordináriado demónio. Além de nos encher de tentações, o maligno tem poderes, por permissão divina, de causar tormentos particulares. São habitualmente elementos em cinco formas: tormentos exteriores, possessões, vexações, obsessões, infestações. Não bastam, muitas vezes, a oração e a vigilância: o Senhor pede-nos mais. Pede-nos o jejum e sobretudo o exercício de virtudes, em particular, a humildade e a caridade.
Estas duas virtudes, tipicamente cristãs, desconcertam satanás, incomodam-no completamente. O maligno é todo orgulho, rebelião a Deus, arrogância. E não há dúvida de que o orgulho é o mais forte dos defeitos, tanto que no Salmo (18) é chamado «o grande pecado». Frente a uma alma humilde, o demónio não pode nada. Note-se que a humildade tem dois aspectos complementares: sentir-se nada, porque reconhece a sua fragilidade e confiança em Deus, que nos ama e daí vem todo o bem. O demónio sabe muito bem estas coisas e ataca-nos com a nossa complacência e com todas as formas de divisão.

A caridadeé, pois, a rainha das virtudes, com muitos aspectos:
dar, dar-se, ser clemente e compassivo... e é incompreensível ao demónio porque todo ele é ódio. Mas há um aspecto particular da caridade que é verdadeiramente heróico (é talvez o preceito mais difícil do Evangelho) que tem uma força particularíssima contra os assaltos do demónio e que vão além das vitórias que satanás pode ter obtido sobre nós: é perdoar de coração e amar os inimigos (ou seja, os que habitualmente nos querem mal e até os que continuam a fazê-lo).
Foi-me dado compreender por frequentes exorcismos feitos a pessoas possuídas pelo demónio ou feridas por distúrbios maléficos menores, porque os meus exorcismos não produziam nenhum efeito. Então, procurei individualizar, com a ajuda de pessoas atingidas. Interroguei a fim de saber se na alma daquela pessoa havia ódio, ou até só rancor, se faltava o perdão do coração, que Jesus exige para conceder-nos o Seu perdão. E interroguei sobre o amor: se havia qualquer pessoa que não era sinceramente amada. Juntamente, procurava entre os familiares mais próximos, entre os amigos, os colegas de trabalho, os vivos e também os defuntos. E quase sempre encontrei carências e logo pude dizer claramente que era inútil continuar com o exorcismo sem que aquele obstáculo estivesse removido. Vi casos de perdão dados de coração, reconciliações heróicas, oração e celebrações de Missas a favor de pessoas de quem se continuava a receber o mal. Remorsos, obstáculos, a Graça de Deus descia com abundância.
Fiquei bem esclarecido que não se pode libertar de satanás só com a Palavra de Deus, as orações, os Sacramentos, o perdão, o amor sincero, sem exorcismos. Mas os exorcismos não produzem efeito se faltam estes exercícios.
Quero recordar uma verdade: quem são os mais assaltados, os mais feridos por satanás? São os jovens. Pelo que a sua vitória é duplamente meritória. Recorda-nos S. João quando exclama: «Escrevo a vós jovens, porque sois fortes, porque vencestes o maligno (1Jo 2,14).
Em relação a esta frase, o Santo Padre, João Paulo II, quando estava na ilha de S. Miguel, nos Açores (11.5.91), disse: «Sede fortes para a luta. Não para a luta contra o homem, mas contra o mal, ou melhor, chamando-o pelo nome, contra o primeiro artífice do mal. Sede fortes contra o maligno.
A táctica deste último consiste em não se revelar aparentemente, a fim de que o mal, por ele inserido, receba o seu crescimento pelo próprio homem....
É necessário ir constantemente às raízes do mal e do pecado:
juntar os seus mecanismos escondidos. - S. João: vós sois fortes e vencereis o maligno se a Palavra de Deus permanecer em vós.

O PODER DE SATANÁS


O Senhor não proíbe o maligno de fazer o mal, mas também sabe extrair deste mal o bem. 

 Há um princípio geral: Deus nunca renega as Suas criaturas. Criou-as livres e deixa-as agir. Depois, por fim, dará a cada um, segundo as suas obras. Mas, contudo, espera, como nos é dito muito bem na parábola do trigo e da cizânia. Por isso permite que satanás actue, os anjos actuem, que os bons e os maus cumpram as suas obras. Porque é que não mandou um acidente a Hitler ou a Staline? Porque é que deixa que os poderosos oprimam os fracos? Porque é que não intervém a defender os inocentes perseguidos Deus espera. Ele quer só o bem, a vida, a felicidade, a saúde, mas permite todo o mal que deriva do pecado, da rebelião a Ele. Mas é também verdade que sabe tirar do mal o bem: deixa mão livre aos persecutores e exalta os mártires.
É por isso que a Sagrada Escritura chama beato «o homem que supera as tentações» (Jo 1,12) e chama beato ao homem que podia transgredir e não transgride, que podia fazer o mal e não faz. No juízo final triunfam a Misericórdia de Deus e a Sua Justiça. Triunfa também a liberdade bem usada e é punida a liberdade mal usada.
Deus não renega, tão-pouco, as Suas criaturas que são demónios e permite que actuem como tal. A sua acção ordinária é a tentação e temos visto como Deus nos traz ao bem. Deus tira o bem até das acções extraordinárias do demónio, que raramente pode ser culpado ou não.
Então vejamos em que acção extraordinária o demónio tem o poder, seja para casos particulares, de cumprir o nosso mal. Reassume-o de modo sistemático, em cinco pontos.

1- Distúrbios externos. O demónio pode causar sofrimentos externos (ou seja, permanecendo fora da pessoa ferida) até muito graves. É o que aconteceu a muitos santos: S. Paulo da Cruz, Santo Cura d’Ars, S. Pio de Pietrelcina (Padre Pio)... Trata-se de agressões físicas, feridas de flagelo, pancadas em todas as partes do corpo. Às vezes deita a vítima por terra ou atira-a contra muros ou fá-la rolar pelas escadas. São factos raros, ocorridos não só com santos.

2 - Possessões diabólicas. É o distúrbio mais grave quando o demónio se estabiliza num corpo humano e o constringe a dizer coisas ou a fazer coisas das quais as pessoas nem têm responsabilidade, nem talvez capacidade. É neste caso que se verificam fenómenos vistosos, como falar línguas totalmente ignoradas pela vítima, demonstrar uma força sobre-humana, conhecer factos longínquos e segredos. O Evangelho apresenta-nos um típico exemplo do endemoninhado de Genezaré. Mas o Evangelho apresenta-nos também muitos outros exemplos. Os casos de possessões podem ser muito variados, às vezes com sintomas vistosos e outras vezes não.

3- Vexação diabólica.Trata-se de distúrbios menores, que não comportam possessão. Por exemplo, Job foi ferido na saúde, nos afectos, nos bens materiais, sem por isso ser possuído. Pessoas feridas na saúde (com males rebeldes sem que os medicamentos receitados por médicos consigam curar), nos afectos, nos bens e no trabalho, com fenómenos estranhos sobre a pessoa e sobre as próprias coisas, sem que por isso seja possessão diabólica.

4- Obsessão diabólica.Também neste caso omal se apresenta de formas diferentes. Predominam pensamentos obsessivos, invencíveis, de modo a levar ao suicídio. Nestes casos, mais ainda do que nos outros, o exorcista deve estar muito atento e não confundir a acção do demónio com o mal psíquico ou com fenómenos parapsicológicos.

5 - Infestação diabólica. Infestação, é mesmo isto. Há casos em que o demónio, não actua sobre o homem, mas nas suas casas, sobre objectos, sobre animais.
Também desta forma são possíveis as acções diabólicas. São raras, mas requerem muita experiência para serem diagnosticadas, porque é muito fácil o engano, deixar-se vencer por sugestões, criar-se maneiras que dificilmente se vencem. Repetimos sempre que se trata de casos raros.
A maior prevenção é viver habitualmente na Graça de Deus. Mas também nestes casos de manifestações satânicas, Deus sabe tirar o bem, conversão, regresso a uma vida intensa de fé e de intensa de oração, abertura à caridade, perdão das ofensas, reconciliação, humildade e progresso espiritual.

S. João Crisóstomo, considera o maligno um instrumento de santificação, não para frasear um mérito, mas para glorificar a sabedoria de Deus que de tudo se serve para o nosso bem
D. Gabriel Amorth

Evangelho segundo S. Marcos 1,21-28.

Entraram em Cafarnaúm. Chegado o sábado, veio à sinagoga e começou a ensinar. E maravilhavam-se com o seu ensinamento, pois os ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da Lei. Na sinagoga deles encontrava-se um homem com um espírito maligno, que começou a gritar: «Que tens a ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar? Sei quem Tu és: o Santo de Deus.» Jesus repreendeu-o, dizendo: «Cala-te e sai desse homem.» Então, o espírito maligno, depois de o sacudir com força, saiu dele dando um grande grito. Tão assombrados ficaram que perguntavam uns aos outros: «Que é isto? Eis um novo ensinamento, e feito com tal autoridade que até manda aos espíritos malignos e eles obedecem-lhe!» E a sua fama logo se espalhou por toda a parte, em toda a região da Galileia.

Comentário ao Evangelho do dia feito por São Jerónimo (347-420), presbítero, tradutor da Bíblia, Doutor da Igreja


«Cala-te e sai desse homem»
«Jesus ameaçou o demónio dizendo: «Cala-te e sai desse homem.»». A Verdade não necessita do testemunho do Mentiroso. [...] «Não necessito do reconhecimento daquele que condeno. Cala-te! Que a Minha glória resplandeça no teu silêncio. Não quero que seja a tua voz a fazer o Meu elogio, mas o teu tormento; pois a tua condenação é o Meu triunfo. [...] Cala-te e sai desse homem!» Ele parece dizer: «Sai de Mim; que fazes sob o meu tecto? Eu desejo entrar: por isso, cala-te e sai desse homem, do homem, este ser dotado de razão. Abandona este lugar preparado para Mim. O Senhor deseja entrar em Sua casa, sai desse homem». [...]

Vede até que ponto a alma do homem é preciosa. Isto contraria os que pensam que nós, os homens, e os animais somos dotados de uma alma idêntica e animados por um mesmo espírito. Noutro momento, o demónio é expulso de um só homem e enviado para dois mil porcos (Mt 8, 32); o espírito precioso opõe-se ao espírito vil, um é salvo, o outro perde-se. «Sai desse homem, vai para os porcos, vai para onde quiseres, atira-te ao abismo. Abandona o homem, ou seja, aquilo que Me pertence por direito; não permitirei que possuas o homem, porque seria uma injúria para Mim se te estabelecesses nele em Meu lugar. Assumi um corpo humano, habito no homem: esta carne que tu possuis faz parte da Minha carne. Sai do homem.»

 

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