Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

O Carnaval

Os valores cristãos e o Carnaval

Os valores cristãos e o Carnaval 
 
Os valores cristãos e o CarnavalO Carnaval é uma realidade. Ele aí está e entra pelos olhos. Todo o indivíduo sente necessidade de alegria. Sem ela, a existência torna-se insuportável. A própria saúde física se ressente. Diz a Sagrada Escritura, no livro Eclesiastes (9, 15): “Por isso louvei a alegria, visto não haver nada de melhor para o homem (...) é isto que o acompanha no seu trabalho, durante os dias que Deus lhe outorgar debaixo do sol”.

Os festejos carnavalescos têm remota e obscura origem eclesiástica. Tanto assim que dependem de uma data móvel do calendário litúrgico. Antecedem sempre o início da Quaresma. Terminam – quando terminam – com as cinzas da quarta-feira. E a Igreja, no seu ritual, recorda ao homem a fragilidade da sua condição: “Lembra-te, ó homem, que és pó e ao pó hás-de tornar”.

O Carnaval perde, aos poucos, o seu sentido original de diversão simples do próprio povo. Vem a ser mais um espectáculo para turistas, e oportunidade aos menos escrupulosos de extravasar baixos instintos, esperando contar com certa cumplicidade do meio ambiente. Aumentam os crimes, os atentados ao pudor, as violências e o excesso de álcool. Cresce o consumo das drogas, que geram os “dependentes”, porque usaram abusivamente a sua “independência”.
 
O corpo humano tem uma dignidade inalienável. Não pode ser profanado pelo exibicionismo desregrado. Aviltar desta maneira a beleza, é atingir o próprio Deus, de onde emana tudo o que temos de positivo. São Paulo ensina:
"Fugi da fornicação. Todo o pecado, que o homem comete, é exterior ao seu corpo; aquele, porém, que se entrega à fornicação, peca contra o próprio corpo! Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo?" (I Cor 6, 18-19). E o Apóstolo é incisivo: "Se alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá" (Idem 3,17).

Não pretendemos reviver padrões de comportamento de um passado que não volta. Mas há formas nobres, simples e sadias de lazer. Elas irradiam a alegria autêntica, que refaz as forças do corpo e aumenta as energias do espírito. Igualmente, não nego aspectos positivos nesses festejos. Contudo, tomados como um todo, merecem restrições ditadas pelo mais elementar bom senso.

Que fazer, então? Reflectir, durante esses dias, sobre as consequências que poderão advir. Isto conduz-nos a uma indispensável moderação, distinguindo, do que há de aceitável, aquilo que encerra condenáveis manifestações de baixos instintos. Afinal, somos seres racionais e não simples animais, destituídos de razão. Isto possibilita-nos seleccionar, o que é saudável, neste período que antecede a Quaresma e rejeitar o que fere uma consciência cristã. Assim evitamos desgraças irrecuperáveis.

Por uma submissão generosa, o homem prudente orienta o seu procedimento, discernindo o aceitável e repudiando tudo aquilo que contraria frontalmente a nossa qualidade de filhos de Deus. Temos que compreender a nossa época, inseridos que somos no mundo, mas é preciso coragem para reprovar o que se opõe à dignidade humana, fundamentada no Evangelho de Cristo. Muitos são severos nos julgamentos, aliás justos, da corrupção pública. Costumam, entretanto, omitir-se neste outro tipo de devassidão colectiva, igualmente consequência de uma sociedade impregnada de critérios materialistas.

O Carnaval constitui um desafio. Deve-nos impulsionar a alguma atitude positiva, distinguindo o direito ao lazer dos abusos oriundos dos desvios morais, os quais tentam obscurecer a nobreza do espírito. Os excessos – e aí está o que há de condenável nestes festejos – em vez de deixarem o ânimo abatido no cristão, estimulam a nossa confiança no Salvador, possibilidade de recuperação, sempre latente no íntimo dos nossos irmãos. Condenemos o mal, mas confiemos no poder de Deus.
 
 
 
 


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