Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

Natal

Lenda do Natal

 

Lenda do Natal: o Menino Jesus do Espinho

 

Até os católicos mais humildes faziam um presépio.
As despidas salas de visita transformavam-se em lugares sagrados.
As casas ficavam abertas para quem se quisesse juntar aos reis, pastores e bichos.
E nós, meninos, pés descalços, andávamos de casa em casa, para ver a mesma cena repetida e beijar a fita.
Nós fazíamos os nossos próprios presépios.
Os preparativos começavam muito antes do Natal. Enchíamos latas vazias de goiabada com areia, e nelas semeávamos alpiste ou arroz.
Logo os brotos verdes começavam a aparecer. O cenário do nascimento do Menino Jesus tinha de ser verdejante.
Sobre os brotos verdes espalhávamos bichinhos de celulóide.
Naquele tempo ainda não havia plástico. Tigres, leões, bois, vacas, macacos, elefantes, girafas.
Sem saber, estávamos a representar o sonho do profeta que anunciava o dia em que os leões haveriam de comer capim junto com os bois, e as crianças haveriam de brincar com as serpentes venenosas.
A estrebaria, nós mesmos a fazíamos com bambus. E as figuras que faltavam, nós as completávamos artesanalmente com bonequinhos de argila.
Tinha também de haver um laguinho onde nadavam patos e cisnes, que se fazia com um pedaço de espelho quebrado.
Não importava que os patos fossem maiores que os elefantes. No mundo mágico tudo é possível. Um presépio verdadeiro tem de ser infantil.
E as figuras mais desproporcionadas nessa cena tranquila éramos nós mesmos. Porque, se construímos o presépio, era porque nós mesmos gostaríamos de estar dentro da cena. (Não é possível estar dentro da árvore!).
Éramos adoradores do Menino, juntamente com os bichos, as estrelas, os reis e os pastores.


Será que esta história aconteceu mesmo? Foi assim descrito pelas escrituras sagradas?
As crianças sabem que isso é irrelevante. Elas ouvem a história e a história acontece de novo.
Não querem explicações. Não querem interpretações. A beleza da história basta-lhes.
O belo é verdadeiro. Os teólogos que fiquem longe do presépio. As suas interpretações complicam o mundo.
O presépio faz-nos querer
"voltar para lá, para o lugar onde as coisas são sempre assim, banhadas por uma luz antiquíssima e ao mesmo tempo acabada de nascer. Nós também somos de lá. Estamos encantados. Adivinhamos que somos de um outro mundo."


Seria tão bom se os pais contassem isto aos seus filhos!

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