Natal
Como preparar o presépio por etapas na tua casa este ano
- 05-12-2023
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A árvore ornamentada é um símbolo natalício acolhido há
séculos pelo cristianismo. São Bonifácio, provavelmente, foi o primeiro santo
católico a usar a árvore neste contexto, ainda no século VIII. No seu trabalho
de catequese junto aos druidas, que adoravam árvores de carvalho como símbolos
da divindade, São Bonifácio começou a usar outra árvore, o abeto, porque a sua forma triangular ajuda a simbolizar a
Santíssima Trindade e porque os seus ramos verdes apontam para o céu.
Quando as árvores de Natal começaram a tornar-se populares,
houve preocupação com o carácter pagão da sua origem, mas as devidas
contextualizações fizeram dela um símbolo arraigado com segurança na fé cristã.
Aliás, o simbolismo da árvore é riquíssimo na nossa tradição: os nossos
primeiros pais foram orientados por Deus a não comerem dos frutos de uma das
árvores do Éden; Cristo pagou o preço altíssimo da nossa redenção, crucificado
num tronco de árvore; os ramos verdes e as luzes que decoram a árvore natalícia
evocam Cristo como a Luz Eterna que vem a um mundo envolto em escuridão… Apesar
dos fortes matizes comerciais que a foram descaracterizando principalmente
desde o século passado, a árvore de Natal é um símbolo válido para a vinda de
Cristo ao mundo – mas é preciso que este simbolismo fique claro para as
famílias católicas que a decoram nesta época.
No entanto, mesmo com esta validação contextual, a árvore de
Natal não é, de forma alguma, o principal símbolo visual do Nascimento de
Jesus.
O principal símbolo
visual do Natal é o presépio!
Foi São Francisco de Assis quem montou em Greccio, na Itália,
no ano de 1223, o primeiro presépio da história.
E foi um presépio vivo, com moradores da pequena localidade
representando o Menino Jesus na manjedoura, Nossa Senhora, São José, os Reis
Magos, os pastores e os anjos. Os animais também eram reais: o boi, o burrico,
as ovelhas…
Não demorou para que esta piedosa iniciativa se espalhasse,
transformando-se em costume natalício e dando origem aos presépios esculpidos,
que se popularizaram nas igrejas por volta do século XVI.
Há tradições cheias de significado em volta da própria
montagem do presépio, que vai sendo preparado por etapas.
Como preparar o presépio em etapas significativas
Primeiro vão-se colocando os animais, os pastores, a
manjedoura, o cenário em geral – mas sem as figuras dos protagonistas Jesus,
Maria e José, nem os anjos, nem a estrela, nem os três reis.
Há famílias que só colocam no presépio as imagens da
Santíssima Virgem Maria e de São José na tarde do dia 24, mas ainda sem o
Menino Jesus.
A manjedoura permanece vazia até à meia-noite, quando,
simbolizando o Nascimento do Filho de Deus, a imagem do Menino é finalmente ali
colocada!
Com o Menino Deus, também são colocados os anjos, que evocam
o cântico “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”,
mencionado nas Escrituras.
Juntamente com os anjos, é colocada no topo do presépio a
estrela que guiou os três reis do Oriente até Belém para venerarem o Salvador: Gaspar,
Melchior e Baltazar. Estes três reis representam todos os povos da terra e são
figurados com as suas exóticas montarias: camelos ou mesmo elefantes.
Há quem comece a posicionar os três reis no presépio somente
a partir do dia 25: inicialmente, eles estão longe da gruta, ainda a caminho, e
vão sendo aproximados um pouco mais cada dia até chegarem junto ao Menino na
festa da Epifania, em 6 de Janeiro.
O presépio, afinal de contas, não é um simples adorno: é uma
belíssima forma visual de manifestarmos a nossa fé e a nossa oração, durante a
espera e a celebração pela chegada do Salvador. Esta tradição envolve um
processo, um crescimento, uma participação dinâmica da família na história mais
bela de todos os tempos. É uma verdadeira catequese doméstica, especialmente
para as crianças!
O influxo da secularização forçada, que desvirtuou
completamente o sentido da árvore de Natal (e do próprio Natal), tem muito mais
dificuldade em apagar o simbolismo explícito que está presente no presépio, pois
nele, a referência ao Salvador é directa e óbvia.
É por isso que o presépio começou por ser simplesmente
“ignorado”, deixado de lado para ser aos poucos esquecido – em não poucos
casos, é tratado como coisa de “mau gosto”… ou pior: há casos, em plena Europa
“democrática” do nosso século XXI, de autoridades que chegaram a proibir o
presépio em áreas visíveis ao público para não “ofender” os seguidores de
outras religiões…
Seria uma pena que as famílias católicas também se deixassem
levar pelo “esquecimento” do presépio.
E na tua casa, ó católico, vai haver presépio este ano?