Namorar
Os meus pais precisam de saber do meu namoro?
- 15-08-2008
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Os meus pais precisam de saber do meu namoro?
Honrar o segredo do filho e orientá-lo
Chega um momento em que os nossos filhos começam a trilhar os seus próprios caminhos. Ainda que tenham 20, 30 ou 40 anos, serão eternamente crianças para os pais. Embora, já possam fazer as suas próprias escolhas, continuam a ser motivo de zelo e preocupações. Certamente, muitas questões habitarão os pensamentos dos progenitores quando perceberem que os seus “pequenos” estão envolvidos em experiências sentimentais.
Os comportamentos vividos nos dias actuais são bem diferentes dos de 30 ou 40 anos atrás. Actualmente, outro tipo de relacionamento ganhou um espaço intermediário entre a amizade e o namoro. Para os mais velhos era conhecido como “amizade colorida”, para os nossos adolescentes seria o “ficar”. Renovou-se a denominação, mas, continua a atitude caracterizada pela falta de compromisso na vivência de um ‘pseudo-namoro’.
Algumas pessoas, quando se vêem sozinhas ou talvez experimentando certo tipo de carência afectiva, permitem-se envolver com a superficialidade de um relacionamento sem vínculos, um "namoro instantâneo", "sazonal" ou noutros casos um namoro que não consegue aprofundar as suas raízes. A ausência do vínculo, talvez, a falta de responsabilidade e a valorização dos sentimentos, por parte dos "namorados" ou "ficantes", certamente, preocuparão aqueles que têm a experiência de vislumbrar o que os mais novos não conseguem enxergar, podendo ser para estes a ajuda perfeita para o melhor discernimento.
É natural do nosso ser partilhar as coisas que nos acontecem – sejam elas boas ou más – com aqueles que amamos. Se o que se vive no coração traz alegria ou apreensão, por que não dividir tal sentimento com os pais? Infelizmente, algumas pessoas não cresceram experimentando a vantagem de dividir com os pais as suas dúvidas e crises; e outros, que já as viveram, podem estar a afastar-se de tal riqueza...
Os pais, na sua sabedoria, perceberão a necessidade de acolher dos filhos "o sagrado" apresentado na conversa como um segredo de confissão. Longe de uma formalidade ou um hábito mantido por gerações, a vantagem deste diálogo está em beneficiar os filhos, com o apoio e direccionamento incondicional dos pais, que não hesitarão em oferecer todas as suas experiências vividas anteriormente a eles. Estes não terão a confiança diminuída, tampouco, as suas vidas serão controladas com “mão de ferro” simplesmente pelo facto de os pais tomarem conhecimento daquilo que os afligem. Entretanto, se o segredo do filho, exposto na conversa, for revelado comprometerá a credibilidade e a confiança depositada naquele que poderia ser a ajuda.
Assim, para o filho é necessária a coragem de partilhar os seus sentimentos. E para o pai, por sua vez, o compromisso de honrar o segredo do filho e orientá-lo.