O Carlos e eu namoramos há 2 anos e meio e neste tempo, muitas coisas aconteceram. Chegamos até a romper e ficamos 10 meses separados.
Quero partilhar esta parte da nossa história, pois foi aí que descobrimos que o diferente é riqueza e, que quando nos decidimos a amar na diversidade, fazemos a experiência linda de nos completar mutuamente.
A nossa história começou com um encantamento e uma admiração recíproca. Passada esta fase, começámos a sentir-nos mais próximos e já víamos o quanto éramos diferentes um do outro.
Porém, vivíamos os nossos processos de cura e já nesse início de relacionamento, nesse cultivo de um sentimento mais forte, que existia em nós, eu já percebia no Carlos alguém profundamente acolhedor, paciente e compreensivo e isto me ajudou muito.
Venho de uma história familiar muito difícil, e por isso, as resistências, as confusões e toda a dificuldade de ser amada. Mas apesar disso tudo, ele sempre esteve ao meu lado, acolhendo-me, até mesmo quando eu nem imaginava que ele fosse capaz de me compreender, ele compreendia e me amava, mostrando-se sempre determinado em me ajudar a superar os meus traumas.
Sempre falamos das nossas diferenças, apesar de tantas coisas boas que alicerçaram o nosso relacionamento no início do namoro. Mas, não demorou muito e deparamo-nos com elas e acredito que, na época, não tínhamos estrutura para manter um relacionamento e administrá-las. De modo que as coisas foram se desgastando e rompemos.
Ficamos 10 meses separados, e nesse tempo, buscamos ajuda dos amigos e fomos compreendendo as coisas que fizeram com que o nosso namoro chegasse ao término.
Percebemos, juntos, que era preciso, sobretudo, mais gratuidade no amor – precisamos dar sem esperar nada em troca, acolher o outro, de verdade, como ele é e respeitá-lo. No início do término, não tínhamos intenção nenhuma de reatar o namoro, porém à medida que íamos percebendo, de maneira muito individual, as coisas em que precisávamos de crescer, o próprio Deus foi nos conduzindo à retomada do relacionamento.
Foi, de facto, um tempo de amadurecimento de cada um como pessoa e também do próprio sentimento.
Hoje, crescemos com nossas diferenças e percebemos o quanto as nossas semelhanças são grandes e o mais lindo: descobrimos que somos iguais nas coisas que são essenciais para nós.
O nosso relacionamento é regado com muito respeito e diálogo. Conversamos muito sobre as coisas que queremos, que esperamos um do outro. É uma grande riqueza dar oportunidade ao outro de nos fazer feliz naquilo que é importante tanto para um como para o outro, sem cobranças, mas no simples desejo de ser transparente e de fazer o outro feliz.
Fizemos a experiência de perder para ganhar, e hoje, seguimos aprofundando os laços de uma amizade sincera, conhecendo sempre mais Deus que é amor, que para o amor nos criou e nos quer felizes e realizados.