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Namorar

Não existe a "pessoa certa"

              Não existe a “pessoa certa”, existem pessoas que lutam para dar certo  

Quem ama não pensa apenas em si mesmo, mas também no outro, importa-se e faz sempre um esforço

  “Somos diferentes demais, acho que não vai dar certo.” Quantas vezes escutamos isto de alguém? Acredito que ser diferente não é, de facto, um problema, mas, sim, não aceitar as diferenças. Não vejo problema em ter sonhos diferentes, o problema reside em não incluir o outro nesses sonhos. Sinceramente, não acredito que ser diferente seja um impasse para um relacionamento. Num mundo de tantas cópias, manter a nossa autenticidade é importante e é isso que nos distingue entre tanta gente que existe por aí. 

O problema é que nós – principalmente, mulheres – desde pequenas crescemos ouvindo a ideia de que o príncipe encantado existe e que o amor é um mar de perfeição e finais felizes. De facto, estamos acomodados com o igual e sair da zona de conforto é um exercício que dói, incomoda e exige de nós muito esforço. Não é fácil ter que aprender a lidar com as diferenças e é por isso que, na maioria das vezes, é mais fácil terminar um relacionamento e usar isso como justificativa. 

É natural que tu queiras viajar pelo mundo e ele, talvez, queira terminar a sua tese de mestrado. É normal que tu queiras casar aos 25 e, talvez, ele pense em se casar aos 30. Ele pode gostar de aventuras e parques de diversões enquanto tu detestas e evitas a todo o custo. Talvez tu gostes de sair para jantar e ele nem ache isso tão importante assim. Pode ser que tu odeies receber flores enquanto ele ache bonito. 

Relacionar-se vai muito além das teorias de amor, essa singularidade que se mostra nas diferenças e que torna a convivência bonita e respeitosa. É aí que conseguimos enxergar quanto o outro nos admira e nos quer bem, quanto ele está disposto a ceder, a conversar e fazer dar certo o relacionamento. 

Relacionamento, a meu ver, exige reciprocidade, e depois de um tempo, começas a pensar a dois, vais ao mercado e podes não gostar de queijo, mas se te lembras que o outro adora abacaxi, decides incluir esse item na compra como quem quer fazer um agrado. 

Antes de conhecer alguém, alimentamos sonhos, fazemos planos, mas é natural que depois de conhecer alguém especial, amar esse alguém, tu começas a pensar no outro assim e em como descobri-lo. Com o tempo, os defeitos aparecem, as diferenças começam a ficar mais evidentes e se o casal não souber lidar com isso, as diferenças tornam-se conflituantes e o que era para ser positivo, torna-se um fardo. Isto não significa, em hipótese alguma, abrir mão do que tu queres, do que tu gostas, mas de reinventar, de incluir o outro na tua vida e nos teus projectos. O amor é um acordo, ninguém fica, ninguém permanece, se o outro não quiser. 

Não peças para o outro desistir do teu sonho, fortalece esse sonho incentivando-o. Aprende a abrir mão de alguma coisa em prol do outro, usem e abusem do diálogo para chegarem a acordos. É possível viver uma vida a dois sem deixar de ser um. Se tu gostas de comida mexicana e ele japonesa, não deixes de o acompanhar, vai com ele e pede um suco de laranja e tenta experimentar aquele Hot Filadélfia de que ele tanto fala. Desfruta desse universo novo e não digas quanto está a ser difícil ficar ali, quanto gostarias de estar noutro lugar como quem deseja provar o “sacrifício” que está a fazer em prol do outro. Fica ali, conversa, e depois ide ver um filme. Aproveitem para rir desses momentos e conversar sobre como foi a semana. 

Inclui o outro nos teus sonhos, leva o outro a conhecer o teu mundo e procura também conhecer o mundo do outro. O novo é mágico e não assustador como parece. Se num relacionamento os dois se amam e querem fazer dar certo, não existe nada que fale mais alto do que isso. Nem as diferenças, nem os gostos diferentes, os sonhos que se divergem. Nada. Se te relacionas e não fazes nada pelo outro, tu não o amas, tu apenas desfrutas das coisas boas que o outro faz para ti. 

Quem ama não pensa apenas em si mesmo, mas também no outro, importa-se e faz sempre um esforço. Relacionamento saudável não consiste em aprisionar o outro no nosso mundo e impedi-lo de viver o seu, mas, sim, em se aventurar no mundo do outro e convidá-lo a conhecer o nosso. Num relacionamento não existem pessoas certas, existem pessoas que lutam para dar certo. E se os dois querem fazer dar certo, não há erro.

 

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