Não confundir cama com amor
A castidade pode ajudar um casal de namorados a fazer escolhas mais conscientes
Este tema é muito importante, sobretudo para os jovens de hoje, que são bombardeados com tanta informação, muita dela convidando-os a viver uma sexualidade totalmente irresponsável e promíscua, que tira a dignidade pessoal.
Uma das ideias erróneas é a de que o sexo é uma necessidade vital e que está tudo bem se o praticares sempre que sintas vontade… Dizem alguns: “se o teu corpo pede, dá-lhe o que ele pede”…Mentira! Necessidade vital é comer, beber água, dormir… necessidades que, se não satisfeitas a curto prazo, podem levar à morte. Quando é que tu viste alguém na sala de emergência de um hospital a morrer por falta de atividade sexual? No entanto, há notícias de pessoas que morrem por inanição ou desidratação.
O sexo é um apetite, um instinto, uma expressão do amor que não pode ser reduzida à mera Biologia; é um presente que está ao serviço do homem para um fim muito específico: comunicar o amor.
Para os que crêem, é um dom que Deus deu, um toque de prazer para nos tornarmos participantes do seu poder criador, ou seja, sermos cocriadores com Ele. Enorme privilégio que é preciso valorizar na sua justa medida!
Se hoje vives uma relação que gostarias de levar ao altar, formar um vínculo que seja para a vida toda e não sabes como fazê-lo, a resposta é muito simples: vive um namoro casto e escolhe de maneira inteligente, não visceral.
Quando um casal opta por não viver a castidade no namoro, há muitíssimos riscos, como o de não saber escolher a pessoa indicada para partilhar a vida. De facto, mesmo que os perigos para ambos sejam iguais, geralmente a mulher é a que mais se arrisca. Vejamos isto através de um olhar psicológico.
Quando uma mulher entrega o seu corpo, a parte do cérebro que entra em funcionamento é a do cérebro límbico, não a do córtex cerebral, tirando-lhe, desta forma, a sua capacidade de raciocinar e de ter um pensamento crítico sobre o homem que lhe está a proporcionar tanto prazer.
Neste estado, a mulher corre o risco de escolher o homem errado porque não é capaz de vê-lo com objetividade nem fazer discernimentos, e de ver se este homem é o que lhe convém ou não.
Quando falo de conveniência, refiro-me a se, realmente, este homem será um apoio para ajudá-la a alcançar a sua plenitude – ou santidade, para os que crêem – como fim primário da sua existência e do casamento.
De facto, é possível que os amigos e os familiares digam que este homem não lhe convém e tentem fazê-la ver todos os defeitos dele, como a infidelidade, os vícios, a covardia… Mas, ela defende-o com unhas e dentes, porque não tem a capacidade de ver nele nenhum defeito ou, talvez, eles passem despercebidos simplesmente pelo facto de ela acreditar que eles não são para tanto.
Ou pior: a mulher pode ter o pensamento errado de que ela – com o seu amor – vai mudá-lo quando eles se casarem. Nada mais falso do que isto! Esta cegueira emocional é perigosíssima. Isto não é amor; isto chama-se “encantamento” ou “em-cama-mento”, porque, na cama, mentimos, somos incapazes de perceber o verdadeiro interior do outro.
Mas, o que acontece com a mulher que não tem a capacidade de ver o que os outros vêem? A sua capacidade de discernimento ficou anulada e ela está a tomar decisões unicamente com as suas emoções, ou seja, a sua inteligência emocional está anestesiada pela euforia que os encontros sexuais lhe proporcionam.
E o pior é que, em cada encontro, esta cegueira aumenta e se torna mais forte. Cada relação sexual gera – estejam apaixonados ou não – um tipo de “pagamento moral “que une o casal, o que gera um sentimento de que um pertence ao outro.
Há uma sensação de não se poder desapegar emocionalmente do outro, mesmo que ela o queira e, no remoto caso em que perceba que a outra pessoa não lhe convém, não saberá como se safar desta relação, porque se sente presa a ela. Isto é um risco enorme, porque, em nome desta adesão que ela vive, pode chegar inclusive a aceitar maus tratos e faltas de respeito.
Por isso é que dizemos: o hormônio mata o neurónio! Creias em Deus ou não, seja moral ou não, convém que pratiques a castidade, porque com pureza tu tornas-te mais inteligente.
Agora está o outro lado: o casal de namorados que escolhe viver a castidade e não experimenta a sexualidade até se casar. Neste caso, a mulher casta saberá escolher de maneira mais inteligente se aquele é o homem que lhe convém ou não, já que o seu poder de discernimento não estará anestesiado.
Ela poderá utilizar a sua parte analítica – o córtex cerebral – para julgar e tomar a melhor decisão. Terá a capacidade de se fazer perguntas de maneira objetiva, de ver defeitos e, desta maneira, tomar a melhor decisão.
A finalidade de um noivado casto e puro é a de ajudar o casal a tomar a decisão mais importante da vida deles de maneira racional: esta pessoa convém-me ou não, ajuda-me ou denigre-me, faz-se ser uma pessoa melhor ou tira-me a dignidade…
E lembra-te: a virtude da castidade não é uma moda; é um estilo de vida.