Namorar
Namoramos e somos felizes porque temos Deus
- 22-01-2017
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É possível viver um namoro santo, baseado na oração e na partilha.
Isabel Freire e Pedro Caeiros, garantem que vivem uma relação a três: “Somos nós os dois mais Deus!”
Isabel Freire — É diferente porque temos um factor mais, mais, mais: a fé! Sabemos que Deus nos pode ajudar quando estamos em baixo ou chateados. Mesmo quando as coisas correm mal ou como não estávamos à espera... mesmo assim temos Deus e isso ajuda-nos enquanto casal! É isso que faz a diferença para tudo o resto! Faz a diferença porque todas as outras características, como o respeito ou o amor, devem existir não só numa relação que tem a fé na sua base, mas em todas as outras relações humanas. Por isso, digo que somos ‘1+1=3’: nós os dois, mais Deus.
Pedro Caeiros — Quando começamos a namorar e temos Deus connosco, sabemos que éuma coisa séria, sabemos que é para casar! Não quero dizer que os outros namoros não sejam sérios, mas o nosso é mesmo para casar! Pode ser um ‘pequeno’ extra que nós, católicos, tenhamos presente, quando comparado com o namoro não cristão.
Pedro — Ah! Pensava que ias dizer ‘Deus providenciará’ porque esta é a frase que nós os dois usamos muito. Consiste em deixar tudo nas mãos d’Ele. Que tudo se há-de resolver, com a graça de Deus.
Pedro — As nossas actividades em Igreja mantêm-nos mais tempo juntos. Eu sou catequista e se a Isabel não fosse, era certo que eu ia estar numa reunião de catequistas sem poder estar com ela… Assim, como temos as mesmas actividades, acabamos por estar sempre juntos! A juntar à catequese, acrescentava também o coro da paróquia que é mais uma actividade em conjunto, enquanto casal.
Isabel — São actividades que acabamos por partilhar e que também são úteis para nos apoiarmos um ao outro. Não quer dizer que antes não o fizéssemos, mas agora conseguimos apoiar-nos um ao outro, esclarecer dúvidas e lançar pistas para os problemas que podemos enfrentar. Estas actividades acabam por nos fazer sentir mais úteis para a comunidade.
Isabel — Claro que sim! Nós já rezávamos em conjunto, não só em celebrações ou dentro do espaço de uma igreja. Lembro-me inclusivamente de uma vez em que não estávamos juntos porque estávamos magoados um com o outro. E fizemos algo que não tínhamos feito até essa altura: rezámos juntos pelo telefone. Foi uma experiência estranha ao início porque não estávamos na presença da outra pessoa, mas depois percebemos que a outra pessoa estar ali fisicamente ao nosso lado não é o mais importante. Ela está presente, mas nos nossos corações! Por isso, foi uma experiência bastante boa e que nunca mais esquecerei! E vendo agora, foi aquela oração que tornou o momento muito mau em que estava o nosso namoro, num momento de paz e muito, muito bom.
Pedro — Além dessa oração por telefone, mais recentemente temos rezado não só por nós, mas também por outros casais. Os nossos encontros incentivam-nos a nós, enquanto casal, a termos um outro casal por quem rezamos e por quem somos ‘responsáveis’. E uma nova experiência que, quanto a mim, tem dado bons frutos.
Pedro — Quando as outras pessoas vêem um casal de namorados e dizem: ‘namoram e são tão felizes’, o que é normal, mas nós cristãos temos de dar o bom exemplo de termos o nosso terceiro elemento sempre presente. E nós namoramos e somos felizes porque temos Deus! A nossa espiritualidade vê-se quando damos a conhecer esse Deus a todos os outros, no namoro, no trabalho, em casa, no dia-a-dia... Para que também eles descubram Deus.
Também acho que tem a ver com o estar disponível. E tentar perceber, não só enquanto casal, que temos pessoas connosco que não são crentes e a essas temos de lhes mostrar Deus. Não é tanto só dizer: ‘eu sou cristão’ ou ‘eu sou cristã’, mas é isso ser visível com outro tipo de coisas, como o respeito ou a partilha. Acima de tudo é o dar! Se na maioria dos casos é difícil, connosco isso não acontece porque estamos a dar-nos ao próximo, estamos a dar-nos a Deus e damo-lo a Ele também. Portanto, enquanto casal e enquanto cristãos tentamos sempre levar um pouco de Deus aos outros, quer através do blogue, como o Pedro disse, ou pessoalmente.
Isabel — Acho que sim! O namoro não serve apenas como um percurso para conhecermos o outro, mas é também um percurso de auto-conhecimento. É importante para nos conhecermos a nós próprios! Só o facto de termos uma pessoa ao nosso lado e querermos entender essa pessoa, também nos entendemos melhor a nós. Esse percurso é realmente necessário, não só para percebermos as necessidades do outro, para tentarmos perceber aquilo em que estamos errados. Mas tudo aquilo que aprendemos e evoluímos serve para percebermos o que Deus quer de nós, primeiro enquanto pessoas e depois enquanto casal. Aqui não importa o tempo que demora o caminho, nem importa a idade das pessoas. O importante é que esse percurso seja conseguido de forma a chegar ao casamento, que não é, de todo, o culminar desse percurso, mas sim uma nova etapa.
Pedro — O namoro é mesmo a preparação para o casamento. Quando namoramos, nós já sabemos que é para casar! E vamos construindo o caminho até ao sacramento do matrimónio. Aliás, a frase que eu mais gosto no casamento é: ‘Não separe o Homem o que Deus uniu’, e Deus não só nos vai unir nesse ponto que será o casamento, mas também já nos uniu antes, quando nos conhecemos, quando começámos a namorar e enquanto namoramos... Temos Deus no meio de nós! E ao nos prepararmos para o casamento somos nós os dois, o casal, que devemos partilhar e dar a conhecer esse amor de Deus aos outros!