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Namorar

Namoramos e somos felizes porque temos Deus

  Namoramos e somos felizes porque temos Deus!”

É possível viver um namoro santo, baseado na oração e na partilha.

Isabel Freire e Pedro Caeiros, garantem que vivem uma relação a três: “Somos nós os dois mais Deus!”

Éou não diferente um namoro cristão, fundado em valores católicos? 

Isabel Freire — É diferente porque temos um factor mais, mais, mais: a fé! Sabemos que Deus nos pode ajudar quando estamos em baixo ou chateados. Mesmo quando as coisas correm mal ou como não estávamos à espera... mesmo assim temos Deus e isso ajuda-nos enquanto casal! É isso que faz a diferença para tudo o resto! Faz a diferença porque todas as outras características, como o respeito ou o amor, devem existir não só numa relação que tem a fé na sua base, mas em todas as outras relações humanas. Por isso, digo que somos ‘1+1=3’: nós os dois, mais Deus.

Pedro Caeiros — Quando começamos a namorar e temos Deus connosco, sabemos que éuma coisa séria, sabemos que é para casar! Não quero dizer que os outros namoros não sejam sérios, mas o nosso é mesmo para casar! Pode ser um ‘pequeno’ extra que nós, católicos, tenhamos presente, quando comparado com o namoro não cristão.

Olhando para o início do vosso namoro, com certeza que nem sempre o caminho foi fácil. Sentiram de alguma forma o apoio de Deus na construção da vossa relação?

IsabelClaro! Quandoas coisas são mais complicadas toda a gente usa a frase: ‘Seja o que Deus quiser’. É esta a frase que seguimos à risca. E confiar ao máximo, confiar ao ponto de estarmos magoados ou de as coisas não estarem a correr bem, mas com a certeza de que vai correr melhor. Que Deus vai ajudar e ‘facilitar’ as coisas quando estas estão mais difíceis...
Pedro — Ah! Pensava que ias dizer ‘Deus providenciará’ porque esta é a frase que nós os dois usamos muito. Consiste em deixar tudo nas mãos d’Ele. Que tudo se há-de resolver, com a graça de Deus.

O envolvimento na Igreja enquanto casal mudou a vossa relação afectuosa?  

Pedro — As nossas actividades em Igreja mantêm-nos mais tempo juntos. Eu sou catequista e se a Isabel não fosse, era certo que eu ia estar numa reunião de catequistas sem poder estar com ela… Assim, como temos as mesmas actividades, acabamos por estar sempre juntos! A juntar à catequese, acrescentava também o coro da paróquia que é mais uma actividade em conjunto, enquanto casal.
Isabel
— São actividades que acabamos por partilhar e que também são úteis para nos apoiarmos um ao outro. Não quer dizer que antes não o fizéssemos, mas agora conseguimos apoiar-nos um ao outro, esclarecer dúvidas e lançar pistas para os problemas que podemos enfrentar. Estas actividades acabam por nos fazer sentir mais úteis para a comunidade.

A oração faz parte da vossa vida enquanto casal?

 

Isabel — Claro que sim! Nós já rezávamos em conjunto, não só em celebrações ou dentro do espaço de uma igreja. Lembro-me inclusivamente de uma vez em que não estávamos juntos porque estávamos magoados um com o outro. E fizemos algo que não tínhamos feito até essa altura: rezámos juntos pelo telefone. Foi uma experiência estranha ao início porque não estávamos na presença da outra pessoa, mas depois percebemos que a outra pessoa estar ali fisicamente ao nosso lado não é o mais importante. Ela está presente, mas nos nossos corações! Por isso, foi uma experiência bastante boa e que nunca mais esquecerei! E vendo agora, foi aquela oração que tornou o momento muito mau em que estava o nosso namoro, num momento de paz e muito, muito bom.
Pedro
— Além dessa oração por telefone, mais recentemente temos rezado não só por nós, mas também por outros casais. Os nossos encontros incentivam-nos a nós, enquanto casal, a termos um outro casal por quem rezamos e por quem somos ‘responsáveis’. E uma nova experiência que, quanto a mim, tem dado bons frutos.

Ao nível da espiritualidade, como é que um jovem casal de namorados compreende e vive a fé?

Isabel — A fé acaba por se viver de muitas maneiras. Nós vivemos a fé enquanto casal e só apenas entre nós os dois, mas também em comunidade, com todos os outros, com os amigos ou as pessoas com quem estamos na altura. Acabamos por levar um bocadinho de fé a todos esses espaços e a todas essas pessoas, até mesmo às crianças que estão na catequese.
Pedro
— Quando as outras pessoas vêem um casal de namorados e dizem: ‘namoram e são tão felizes’, o que é normal, mas nós cristãos temos de dar o bom exemplo de termos o nosso terceiro elemento sempre presente. E nós namoramos e somos felizes porque temos Deus! A nossa espiritualidade vê-se quando damos a conhecer esse Deus a todos os outros, no namoro, no trabalho, em casa, no dia-a-dia... Para que também eles descubram Deus.

De que forma Cristo vos interpela para a santidade?

Pedro — Penso que Deus nos interpela pelas nossas actividades. Não somos diferentes dos outros: todos acordam, todos vão tomar o pequeno-almoço... mas nós quando acordamos sabemos dar graças a Deus. É mais um dia. É mais um dia para O servir. E Deus vai-nos interpelando ao longo do dia. Numa das nossas actividades, por exemplo, o blogue que a Isabel criou, temos como objectivo não chegarmos ao final do dia sem partilharmos algo, para desta forma darmos Deus a conhecer aos outros. No fundo, Deus interpela-nos a isso mal acordamos até nos voltarmos a deitar: ‘Partilha-Me, dá-Me a conhecer aos outros’!
Também acho que tem a ver com o estar disponível. E tentar perceber, não só enquanto casal, que temos pessoas connosco que não são crentes e a essas temos de lhes mostrar Deus. Não é tanto só dizer: ‘eu sou cristão’ ou ‘eu sou cristã’, mas é isso ser visível com outro tipo de coisas, como o respeito ou a partilha. Acima de tudo é o dar! Se na maioria dos casos é difícil, connosco isso não acontece porque estamos a dar-nos ao próximo, estamos a dar-nos a Deus e damo-lo a Ele também. Portanto, enquanto casal e enquanto cristãos tentamos sempre levar um pouco de Deus aos outros, quer através do blogue, como o Pedro disse, ou pessoalmente.

O namoro é tempo de conhecer e descobrir o outro, amá-lo e completá-lo para juntos construírem a família. Poderá o verdadeiro namoro ser considerado uma preparação para o casamento?

Isabel — Acho que sim! O namoro não serve apenas como um percurso para conhecermos o outro, mas é também um percurso de auto-conhecimento. É importante para nos conhecermos a nós próprios! Só o facto de termos uma pessoa ao nosso lado e querermos entender essa pessoa, também nos entendemos melhor a nós. Esse percurso é realmente necessário, não só para percebermos as necessidades do outro, para tentarmos perceber aquilo em que estamos errados. Mas tudo aquilo que aprendemos e evoluímos serve para percebermos o que Deus quer de nós, primeiro enquanto pessoas e depois enquanto casal. Aqui não importa o tempo que demora o caminho, nem importa a idade das pessoas. O importante é que esse percurso seja conseguido de forma a chegar ao casamento, que não é, de todo, o culminar desse percurso, mas sim uma nova etapa.


Pedro
— O namoro é mesmo a preparação para o casamento. Quando namoramos, nós já sabemos que é para casar! E vamos construindo o caminho até ao sacramento do matrimónio. Aliás, a frase que eu mais gosto no casamento é: ‘Não separe o Homem o que Deus uniu’, e Deus não só nos vai unir nesse ponto que será o casamento, mas também já nos uniu antes, quando nos conhecemos, quando começámos a namorar e enquanto namoramos... Temos Deus no meio de nós! E ao nos prepararmos para o casamento somos nós os dois, o casal, que devemos partilhar e dar a conhecer esse amor de Deus aos outros!

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