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Namorar

Matrimónio, continuação do namoro


O matrimónio é a continuação do namoro

O matrimónio é a continuação do namoro; então, tudo precisa começar bem cedo. Sem levar a sério o namoro não será possível construir um casamento sólido e uma família forte.
O namoro é o tempo do conhecimento entre 2 pessoas que buscam algo mais do que a amizade, e querem "construir uma vida em comum". É portanto, o tempo da "escolha"; e esta escolha deve ser feita de maneira adequada.
Quando vais comprar uns sapatos, não levas para casa o primeiro que experimentaste, ainda que te agrade o preço, a cor e o modelo. É preciso antes, saber se serve nos teus pés; caso contrário, experimentas outros, e outros... e, muitas vezes vais de loja em loja até achar o par de sapatos adequados ao teu bolso, ao teus olhos e aos teus pés.
Ora, se um par de sapatos que dura pouco tempo, é escolhido com tanto cuidado, para que não te aperte os pés ao ser usado, quanto mais não se deve escolher com carinho a pessoa com quem vamos construir uma família.
É claro que não escolhemos pessoas da mesma maneira que escolhemos sapatos; "com gente é diferente", já dizia o poeta.
Cuidado com o tal "amor à primeira vista", muitos foram mal sucedidos por causa dele. A mulher da tua vida não é a mulher de um só instante. Portanto, não existe "amor à primeira vista".
O namoro é o tempo da escolha da pessoa adequada para conviver contigo. Antes de tudo, não sejas perfeccionista; a mulher perfeita não existe.
Isto não quer dizer que vais escolher qualquer um e passar por cima de qualquer problema que o outro traz consigo.
É o coração que aproxima as pessoas, mas é a razão que deve decidir com quem se casar. Não basta que o sapato seja bonito e esteja na moda, é preciso servir nos teus pés. Já vi mulheres voltarem das festas trazendo os sapatos nas mãos porque não os aguentavam mais nos pés... Foram comprados só porque combinavam com a roupa, mas estavam apertados...
Deus é o mais interessado que o casamento seja harmonioso; logo, a fé diz-nos que Ele nos coloca no caminho da pessoa certa. Por isso, reza para encontrar a pessoa adequada para se casar contigo, se é isto que tu queres. Mais do que nós, Deus está interessado nisto; pede-Lhe com fé. Tenho visto muitos jovens de fé encontrarem a pessoa adequada para o casamento, porque pediram esta graça a Deus.
"Pedi e recebereis; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á" (Lc 11,09). Pedir é uma exigência de Deus, para receber algo.
Deus disse a Adão, no início da história: "Vou dar-te uma ajuda que te seja adequada" (Gen 02,18).
Da mesma forma, a cada um que deseja casar-se, "no Senhor" (1Cor 07,39), Ele dá a pessoa adequada. Isto não quer dizer que Ele te dará uma pessoa perfeita, pronta. Mas dará uma pessoa com quem poderás construir a vida a dois e formar uma família. O discernimento não será dispensado para se saber quem é esta pessoa, e o namoro é exactamente para isto.
O tempo do namoro é para que os dois se conheçam, "por dentro", e não por fora. É o momento de conhecer a história da vida do outro, os seus mistérios, os seus defeitos, as suas virtudes e qualidades, as suas aptidões e interesses, enfim, tudo o que é preciso conhecer no outro para se saber se o namoro deve continuar ou não.
Cada um de nós é um mistério, que só poderá ser conhecido se for revelado com sinceridade e verdade. A caixa deste mistério, que é cada um de nós, só tem chave por dentro, e só nós podemos abri-la. Portanto se não houver sinceridade nesta situação mútua, o namoro não poderá cumprir a sua missão.
Alguns casais passam o tempo do namoro enganando-se mutuamente, escondendo os defeitos e mostrando apenas as qualidades, permanecendo desconhecidos um para o outro.
Não se pode ter medo da verdade; pois como disse Jesus, é a verdade que nos liberta. A mentira tem pernas curtas. Quem mente, finge, engana, dissimula, logo será desmascarado e desacreditado.
Portanto, assume no teu namoro aquilo que tu és. Não tenhas medo de mostrar a realidade da tua vida, dos teus pais, dos teus irmãos, etc., para que ele não seja iludido. Não tenhas vergonha daquilo que és.
Alguns receiam mostrar a dura realidade de uma vida sofrida ao outro, e ser abandonado por isso. Mas antes assim; pois é desta forma que se prova o amor, nas horas difíceis. Se ele te aceitar como és, já é um bom indício de que te ama. É melhor um namoro terminado, do que um casamento mais tarde frustrado. Portanto, não cedas na autenticidade.
É claro que a revelação de certos problemas exige um certo cuidado e preparação da outra pessoa, antes de lhe contar o desejado. Não é no primeiro encontro, que uma rapariga vai revelar ao namorado que não é virgem, por exemplo. Um caso como este exige um cuidado para se saber qual a hora exacta de se revelar o problema, já que ele não deve ser indefinidamente oculto.
Quando tiveres de contar algo difícil da tua vida ao outro, começa antes a rezar por ele, para que Deus prepare a sua mente e o seu coração para te ouvir. Toda a nossa vida deve ser confiada a Deus, também os detalhes do namoro.
Algumas raparigas, para não perderem o namorado, preferem ceder na parte sexual, mesmo contra a convicção e vontade. Fica sabendo que nenhum rapaz pode ser preso a ti pelo sexo. Talvez fique por algum tempo, até que apareça outra que o satisfaça melhor do que tu.
 "Não faças do teu corpo uma arma, a vítima podes ser tu".
Não tentes conquistar o teu namorado com o teu corpo nem com chantagens, pois esta conquista seria muito frágil para sustentar um verdadeiro relacionamento. É preciso sim, conquistar o outro, mas com aquilo que tu és, a tua formação, o teu carácter, a tua bondade, o teu desenvolvimento pessoal, as tuas atitudes coerentes, etc., isto sim permanece e convence.
O tempo do namoro não é o tempo adequado para a vida sexual. A doação do corpo a alguém é a última que deve ser feita, só depois que toda a vida for entregue e só depois que se assumiu um compromisso, para sempre, de viver juntos na fidelidade e no amor. Antes disto sem isto, o sexo fica vazio, apenas prazer.
O sexo é a manifestação mais profunda do amor do casal. Aí cada um não doa ao outro presentes, flores, palavras apenas, mas não e nunca o próprio corpo, a mais profunda intimidade. Por isso, não pode haver relações sexuais sem que a entrega das vidas tenha sido definitiva. E isto só acontece no casamento. Daí nascerá a vida, os filhos do casal.
A diferença entre o sexo legítimo e a prostituição, é que nesta última não existe o compromisso de vida e de amor. Pouco importa se amanhã esta mulher estará grávida, doente, ou com fome... Não há o amor.
A Igreja, como Mãe e mestra verdadeira, que ama os seus filhos, e que é a "Luz de Cristo”, ensina que o sexo só deve ser vivido pelos casais, em legítimo matrimónio, porque fora daí a vida sexual não pode trazer felicidade. Pelo contrário, só vai gerar problemas: mães e pais solteiros, filhos órfãos de pais vivos, crianças abandonadas, raparigas decepcionadas, abortos, doenças venéreas, destruição de lares, etc.
A luta pela manutenção da castidade e da virgindade na juventude e durante o namoro e noivado, é um exercício de fidelidade futura no casamento.
Não tenho dúvida em afirmar que o jovem casto na juventude será fiel no matrimónio, e certamente construirá um lar feliz.
O jovem e a jovem cristãos terão que lutar muito para não permitir que o relacionamento sexual os envolva e abafe o namoro. Alguns querem se permitir um grau de intimidade "seguro", isto é, até que o "sinal vermelho seja aceso"; aí está um grave engano. Quase sempre o sinal vermelho é ultrapassado, e muitas vezes acontece a gravidez e outras coisas.
Um namoro puro só será possível com a graça de Deus, com a oração, com a vigilância e, sobretudo quando os dois a querem-se preservar um para o outro. Será preciso então, evitar todas as ocasiões que possam facilitar um relacionamento mais íntimo. O provérbio diz: "a ocasião faz o ladrão", e "quem brinca com o perigo nele perecerá".
No namoro é preciso carinho e não carícias; estas levam o casal a ultrapassar os limites.
Se tu sabes que naquele lugar, naquele carro, naquela casa, etc., a tentação será maior que as tuas forças, então, foge desses lugares; esta é uma fuga justa e necessária.
O casal de namorados cristão pode ter um orientador espiritual, um padre, ou um casal leigo que os ajude a vencer as dificuldades próprias do namoro. O ideal seria que os próprios pais os orientassem; mas, como isto nem sempre acontece, os jovens podem buscar ajuda em alguém de confiança, que já viveu esta realidade e poderá ajudá-los.
Quando se apanha da árvore uma maçã, ainda verde, ela não servirá para nada e se estragará. Assim é uma relação sexual fora da hora; estraga uma bela obra.
Tudo na vida tem a hora certa. Após o casamento, o casal terá a vida toda para o relacionamento sexual, seguro e legítimo. Não permitas que a vivência sexual antecipada prejudique o teu namoro e o teu casamento.
Com relação à escolha adequada com quem se casar, é preciso saber se a outra pessoa atende às exigências mínimas que tens como fundamentais para a tua vida. O ideal é que cada um se case com uma pessoa do mesmo nível social, religioso, económico, etc. Quanto maior forem as diferenças, maiores serão as dificuldades para a busca da harmonia conjugal.
Será difícil, por exemplo, o namoro e o casamento de duas pessoas bastante religiosas, mas de religiões diferentes. Mesmo que eles, no amor, consigam relacionar-se bem, respeitando-se mutuamente, como ficará a situação religiosa dos filhos? A Igreja católica só aceita celebrar casamento mistos, se os cônjuges prometerem educar os filhos na fé católica. Portanto, eis aqui algo difícil de se conciliar e que se deve evitar.
O casal não pode subir ao altar para celebrar o matrimónio com dúvidas sobre o que o outro pensa em coisas fundamentais da futura vidas de casados: número de filhos, trabalho da mulher, actividades religiosas, etc... O namoro é exactamente para que tudo isto se esclareça.
O casamento não se pode transformar em fuga de nenhuma situação. Alguns acabam apressando a hora do casamento para ficar livres dos pais ou de outros problemas. Isto é um grande risco; pois pode transformar-se em mais um problema em vez de resolver o primeiro. O casamento é uma vocação, e não um meio de resolver problemas.
Diante do noivo ou da noiva, com os seus problemas, precisas de ter a coragem de perguntar para ti mesmo: os defeitos e problemas que ele (a) traz, podem ser resolvidos sem comprometer a vida conjugal? Caso contrário é melhor terminar, ainda que seja um noivado, do que se casar cheio de dúvidas.
Quando vejo um casal de noivos ou namorados, que passa o tempo todo a brigar, não tenho dúvida de lhes pedir que termine esse namoro; pois, se casarem assim, depois de casados vão brigar mais ainda. Se já brigam tanto durante o namoro e noivado, época em que os problemas de ambos são pequenos, pois ainda não existe a preocupação com os filhos, as contas a pagar, etc., imagine depois com os novos problemas da vida conjugal?
Há jovens que rumam cegos de paixão para o casamento e parecem que não querem ver os problemas que o outro traz, mesmo que os pais e amigos alertem para o perigo que se corre. É um grande risco não ouvir os pais e amigos sinceros, pois são pessoas que te amam e querem a tua felicidade.

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