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Namorar

Manual do namoro para o homem católico

 

Manual do namoro para o homem católico

 

Um caminho completo, claro, profundo, realista e prático. É muito útil este manual!!

O mundo carece de boas referências masculinas. A todo o momento, os mídia propõem-nos ideais de virilidade completamente desordenados. Ora é o “pegador”, ora é o frouxo efeminado e tíbio.

Hoje em dia, a nossa educação não nos prepara para as coisas sólidas. Para o amor, para o compromisso e sacrifício. Mas, o nosso coração anseia por estas coisas. É nossa a natureza, fomos criados para o amor.

Se anseias por doar a tua vida na família, como pai e esposo, este texto é uma humilde contribuição para tua caminhada. A família começa a ser construída no namoro.

O chamamento ao matrimónio é uma nobre vocação. E como todo o chamamento de Deus, pede que escutes e saias do teu lugar. Um namoro santo pede para sair de si mesmo, combater as próprias limitações, com oração, mortificação e prática das virtudes. Pede autoconhecimento, discernimento, prudência. Pede, enfim, uma busca pela conversão.

Façamos um pequeno itinerário.

AVISOS PRÉVIOS

São João Bosco disse um dia que não se deve pedir uma mulher a Deus antes que Ele faça de ti um homem. É uma verdade, mas como saber se sou um homem, e não um menino?

Há critérios bastante objetivos. O homem precisa de ter disposição para se sacrificar e se doar. Olha para a tua rotina, o teu dia a dia, as coisas que ocupam a tua mente. Faz o exame de consciência: “Vivo para mim? Para os meus hobbies e lazeres? Para o descanso? Procuro fugir do trabalho e das responsabilidades?”

Se a tua maior preocupação é o futebol com a rapaziada, o novo filme de um autor qualquer ou o bar e o café, é hora de trabalhares um pouco o interior.

Outro conselho importante era dado por Santo Afonso Maria de Ligório. Ele dizia que namorar sem possibilidade de casar a médio prazo, não convém. E aqui precisamos de fazer algumas considerações.

Tens condições de nos próximos anos estar pelo menos a exercer um ofício profissional, ainda que no começo? Não há necessidade de estar pronto para sustentar um lar, mas tu poderás ter perspectivas de estar ao menos buscando isso, caminhar na vida profissional?

Terias condição de catequizar uma criança, ou pelo menos trabalhar na própria formação pessoal? Repito que não precisas de estar pronto, acabado (isso talvez nunca estejamos) mas ao menos estás a trilhar esse caminho?

Rapazes de dezasseis anos, adolescentes: não é o momento para namorar agora. Psicólogos afirmam que até aos 18 anos nós nem ao podemos dizer que temos personalidade estruturada. Esta é a fase de se formar para o sacrifício e a virtude

Também é o momento de fazer um sério discernimento vocacional. É preciso saber quem tu és aos olhos de Deus. Se perguntares: “Senhor, que queres de mim?” Com direção espiritual. Retiros. Vida de oração quotidiana. Não faz sentido namorar sem indícios de que Deus talvez te chame a isso.

Fizeste um discernimento vocacional? Começaste uma séria formação cristã? E uma séria formação humana, virtuosa, numa profissão?

Agora podemos pensar em namorar.

A ESCOLHA DA NAMORADA

O namoro em si não faz sentido se não for colocado diante da possibilidade do matrimónio. O professor Carlos Ramalhete diz que namorar é procurar alguém para “ficar velhinhos juntos”. Então não namores uma moça que não permita esta perspectiva. Isto carrega muitos fatores subjetivos e particulares, mas há coisas que se aplicam a todo o homem católico.

Por exemplo: não faz sentido namorar uma menina que não aceite a proposta do matrimónio católico. O sacramento pede três requisitos: indissolubilidade, abertura à vida e compromisso em criar os filhos na fé. Isto limita muitas coisas.

Uma menina virtuosa, que busca a castidade, é uma pessoa de boa vontade… mas está comprometida com uma igreja protestante. Tu achas que ela aceitaria criar os filhos na fé? Não faz sentido começar um relacionamento destes.

 É possível uma não católica estar sinceramente disposta a isso, e revelaria uma forte abertura de coração à conversão, mas é um caso de extrema exceção.

Por isso, ao procurar uma moça, começa pela Igreja. Na tua paróquia, num movimento em que tu participas. Busque cercar-te de boas amizades católicas, e certamente irás esbarrar com boas meninas.

Mas assim como o homem deve ter maturidade humana, a mulher em questão deve ter certa maturidade. Todos nós temos defeitos, e não dizemos para aguardar uma mulher perfeita, mas é bom saber se a menina tem noção do que é a vocação, tem desejo de buscar sinceramente as virtudes (apenas o esforço em buscá-las, não devemos esperar perfeição de ninguém), é pessoa comprometida com a Igreja e cultiva uma vida de piedade.

Estas coisas são visíveis durante um relacionamento de sincera amizade. Por isso, cultiva amizades. Não temas a “friendzone”: não faz sentido namorar uma menina que tu acabaste de conhecer. Namora uma moça que no convívio com os amigos deu sinal de ter maturidade.

Há os factores pessoais, que devem ser levados em consideração: se a tua profissão te fará viajar por períodos longos, não é prudente namorar uma menina que não lida bem com ausências prolongadas. Ainda que gostos comuns não sejam factores decisivos (no namoro, aprendemos a gostar de coisas novas, é natural) também não é inteligente namorar alguém com quem tu não tenhas nenhum gosto comum. É raro isto acontecer entre duas pessoas de Igreja, mas há personalidades que são muito díspares.

Um conselho, é justamente pedir conselhos. Um amigo do convívio comum de ambos, que possui uma visão de fora, pode dar a opinião. É bom pedir as opiniões (mas não muitas) de terceiros. Várias vezes vemos casais que não combinam em nada, no calor da paixão, perderem tempo tentando algo.

Faz boas amizades, conhece boas meninas, e uma vez que surja o momento, pede a opinião de um amigo próximo. Parece que vai dar certo entre ti e a moça?

Então, como começo?

CORTEJANDO COMO HOMEM

A verdade é que existem muitas ótimas mulheres. Normalmente se não consegues é porque não estás q procurar nos lugares certos (ou és um adolescente, e este realmente não é o momento para isso).

Mas se encontraste um ambiente saudável e mesmo assim não consegues, talvez esteja a faltar um pouco de virtude.

Sim. Talvez falte paciência para ouvi-la (será que não estás sempre a falar de ti e do que te interessa, numa autopropaganda vaidosa?). Talvez falte prudência (acabaste de conhecer a menina! Não precisas de forçar a barra na intimidade!). Talvez falte, mesmo, certa coragem (as mulheres cristãs querem um homem de iniciativa. Com prudência, paciência, mas ainda assim, que se aproxime dela!).

Talvez te falte cavalheirismo. Não é uma ferramenta de conquista de mulheres, mas se não reconheces a dignidade da mulher e a tratas com respeito e reverência, não queiras que elas te achem interessante.

Faz um discernimento. Discernimento humano: avalia a situação. Há um clima legal, de amizade natural (não forces a barra!) entre vocês? Ela demonstrou interesse? (sim, precisamos de estar atentos aos sinais: elas NÃO são objetivas). Então um pouco de ousadia e criatividade cai bem.

Tu és um homem de Deus. As tuas intenções são retas. Estás à procura de te formares um bom marido e pai, capaz de proteger e prover a tua casa, e criar os teus filhos. Com obras. Com atos. Se segues este caminho, e tens boa amizade com a moça em questão, e ela já deu sinais de interesse, arrisca. Leva-a a um encontro a dois. Não esperes que a situação surja: faz o convite. Tem iniciativa. Dá-lhe uma pequena lembrança, mostra que te lembras dela, que é amável a presença dela. Tu não estás a mentir! Deixa-a saber que é querida. Que te importas com ela e queres mesmo o Céu para ela.

As mulheres querem segurança. Dá-lhe segurança emocional mostrando-lhe o que ela tem de bom, com elogios sinceros. Mostra-lhe segurança conduzindo o relacionamento: fala a verdade, diz os motivos que te levam a querer avançar num relacionamento com ela. Mostre que és um homem que reflete sobre a vida, que tens seriedade.

E se ela simplesmente não quiser, paciência. Ela é livre para isso, e um homem precisa de saber lidar com desapontamentos. Sê homem! Não a maltrates por isso. Faz parte da vida, e isso irá moldar o teu caráter. Segue em frente.

Mas deu certo? Então vamos ao namoro, em si.

O NAMORO: O QUE É, COMO FUNCIONA

Se seguiste este roteiro na medida do possível, não há grandes mistérios na condução de um namoro. Façamos apenas alguns apontamentos.

O namoro não é apenas “para se conhecer”. É verdade que é bom conhecer mais sobre o outro, e entre pessoas que dialogam (e diálogo sempre será fundamental) isso é inevitável. Mas o fim último do namoro não é conhecer-se. As pessoas mudam! Quando vocês casarem, irão mudar. Quando vierem os filhos, irão mudar novamente.

O namoro é o momento de crescer juntos. Lançar as bases da família. Se aqui falamos da importância de crescer como homem antes de procurar uma namorada, agora o homem e a mulher amadurecidos devem crescer juntos e lançar as bases sólidas de uma futura família.

Tu irás precisar de te superar e “renunciar a ti mesmo” dia após dia. O namoro é uma grande fonte de santificação. Vais precisar de aprender a abrir mão. A desculpar-te. A ter paciência. A perdoar. Vai precisar de desenvolver uma delicadeza que nem sempre é natural para o homem. E há muita caridade em fazer as coisas com delicadeza.

Porque tu precisarás de corrigir. Quem ama, corrige. Mas corrigir caridosamente, amavelmente, e sabendo que a mulher é outra pessoa.

O namoro não é lugar para buscares amparo emocional. Muitas vezes, a mulher virtuosa é um amparo que nos leva a Deus, o Pai das consolações, fonte de todo o amparo. Mas o namoro não é feito para isso, é apenas uma graça que ele às vezes concede.

J. R. R. Tolkien bem disse em carta ao seu filho, Michael, que a Santíssima Eucaristia é a fonte de consolo, força e amparo. A mulher, segundo ele, é apenas a nossa “companheira de naufrágio”, num mundo ferido pelo pecado. Também ela é pecadora e limitada, e nós devemos todos os dias querer levar a sua alma para Deus.

Isto pede uma vida de oração. A vida de oração pessoal espera que tu a tenhas desenvolvido antes do namoro (mas nunca é tarde para começar!), mas o namoro também pede a oração comum. Vós estais a querer passar toda a vida juntos! Construir uma família! Aprendei a rezar juntos. Criai o compromisso com o santo terço. Participai em adorações eucarísticas. Meditai a Palavra de Deus lendo a Bíblia e conversai um com o outro sobre os frutos da própria meditação. Frequentai juntos a santa missa. Fazei romarias e novenas pedindo as graças que precisais. Rezai um pelo outro.

A castidade não será possível sem vida de oração. Pessoal e conjunta. Além disso, a fuga das ocasiões é fundamental. Mas sem oração, logo começamos a procurar ocasiões. Então não deixem de rezar juntos. E nas quedas, levantem-se e procurem o santo remédio da confissão, que permite continuar de onde paramos. Sem desespero, pois isso é coisa do demónio.

Se são capazes de rezar juntos, e um leva o outro a Deus, é o melhor indicativo de um namoro santo. Se são capazes de se perdoar mutuamente, se são pacientes um com o outro, se o tempo passa e conseguis ver frutos concretos de crescimento, então é sinal de que a coisa está bem encaminhada e o namoro caminha para o fim.

 Pois o namoro não é fim em si mesmo. É o caminho para o altar.

QUANDO NOIVAR

Um piedoso sacerdote disse uma vez: “antigamente os casais queriam construir algo juntos. Hoje, as pessoas querem cada uma construir a vida sozinhas e depois pensam em casar”.

Se vós tendes o mínimo para começar a vida juntos, podeis noivar. Mas não falamos somente do mínimo material.

 Garantir um teto sobre a cabeça e comida na mesa é um desafio, sem dúvidas. Mas a verdade é que hoje em dia vivemos num contexto materialmente muito mais favorável do que viveram os nossos pais, avós, bisavós e toda a humanidade antes de nós.

As condições mínimas também abarcam uma perseverança na oração, uma paciência com as principais fraquezas do outro, capacidade de perdoar, propósito firme de educar os filhos na fé.

O namoro deve ser uma escola de tudo isto. Se tens isto, o material é secundário. Vejam o exemplo da Sagrada Família.

São José, tendo a sua oficina em Nazaré, construído a sua casa, tinha garantido o material necessário para a família. E logo Jesus nasce, ele precisa de deixar tudo isso para trás e ir morar em terra estrangeira para proteger Cristo de Herodes.

Se Maria e José não fossem santos completamente entregues nas mãos de Deus, não seriam amparados pela providência e não conseguiriam passar por essa missão.

Assim é a vida humana. Necessariamente há imprevistos. Todos estamos sujeitos à necessidade, e nessa hora, o que nos ampara é a providência, e o alimento para manter as virtudes heróicas que esses momentos pedem é o sacramento e a oração.

Não temam o noivado. O Papa Francisco pediu na exortação apostólica Amoris Laetitia que os jovens casais não temam uma cerimónia simples. Uma grande festa cara não é fundamental para o casamento. Ser gerente da empresa não é. Um salário de 15 mil e um mestrado também não.

Que Deus ajude todos os jovens casais a viverem esta santa vocação. Homens, olhai para Cristo e seu pai nutrício, São José. Eles serão os vossos guias nesta jornada!

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