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Como escolher uma esposa

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 Como escolher uma esposa

Trechos principais de uma homilia de São João Crisóstomo intitulada: “Como escolher uma esposa”, publicada na selecção On Marriage & Family Life (pág. 89-114).

1) Portanto, quando fordes escolher uma esposa, não examineis somente as leis do Estado, mas, antes, examinai as leis da Igreja. Deus não vos julgará no último dia segundo as leis do Estado, mas segundo as Suas leis. 

2) Não é mesmo uma tolice? Quando estamos sob ameaça de perder dinheiro, tomamos todos os cuidados possíveis, mas quando a nossa alma está sob risco de ser eternamente punida, não prestamos atenção. 

3) Tu sabes que tens duas escolhas. Se escolheres uma má esposa, terás de enfrentar aborrecimentos. Se não aceitares enfrentá-los, serás culpado de adultério por te divorciares dela. Se tivesses investigado as leis do Senhor e as conhecesse bem antes de te casares, terias tomado muito cuidado e escolhido uma esposa decente e compatível com o teu carácter desde o início. Se te tivesses casado com uma esposa assim, terias ganhado não apenas o benefício de não te divorciares dela, como o benefício de a amar intensamente, conforme Paulo ordenou. Pois quando ele diz: “Maridos, amai as vossas esposas”, ele não pára por aí, mas fornece a medida deste amor, “como Cristo amou a Igreja”. 

4) Vejamos, porém, se a beleza e a virtude da alma da noiva atraiu o Noivo. Não, ela não era atraente nem pura, conforme estas palavras de Paulo: Ele entregou-se a ela para a santificar, purificando-a com a lavagem da água (Efésios 5:25-26). […] Apesar disso, Ele não abominou a sua feiura, mas neutralizou a sua repulsividade, remoldando-a, reformando-a e remindo os seus pecados. Tu deves imitá-Lo. Mesmo que a tua esposa peque contra ti mais vezes do que podes contar, deves perdoá-la em tudo. 

5) Quando surge uma infecção nos nossos corpos, não cortamos o membro fora, mas tentamos curar a doença. Devemos fazer o mesmo com uma esposa. 

6) Mesmo que ela não apresente melhoras em função dos nossos ensinamentos, assim mesmo receberemos uma grande recompensa de Deus pela nossa paciência e por termos mostrado tanto auto-domínio por temor d’Ele. Nós conseguimos suportar as maldades dela com nobreza, sem cortar o membro fora. Pois uma esposa é como se fosse um membro nosso, e por causa disso devemos amá-la. É precisamente isto que ensina Paulo: Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos…Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também Cristo à Igreja; porque somos membros do Seu corpo, da Sua carne, e dos Seus ossos (Efésios 5:28-30). 

7) Devemos amar a nossa esposa também porque Deus estabeleceu uma lei a este respeito, quando disse: “Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher; e serão os dois uma só carne (Génesis 2:24; Efésios 5:31). 

8) Assim como o noivo deixa a casa de seu pai e se junta à noiva, assim também Cristo deixou o trono de Seu Pai e juntou-se à Sua noiva. 

9) De maneira geral, a vida é composta de duas esferas de actividade: a pública e a privada. Quando Deus a dividiu assim, Ele designou a administração da vida doméstica à mulher, mas ao homem designou todas as tarefas relativas à cidade, às questões comerciais, judiciais, políticas, militares e assim por diante. […] De facto, o que quer que o marido pense sobre questões domésticas, a esposa o saberá melhor que ele. Ela é incapaz de administrar as questões públicas competentemente, mas ela é capaz de cuidar bem dos filhos, que é o maior dos tesouros. […] Se Deus tivesse dotado o homem para administrar ambas as esferas de actividade, teria sido fácil aos homens dispensar o género feminino. […] Por isso Deus não concedeu ambas as esferas a um sexo, para que nenhum deles pareça supérfluo. Mas Deus não designou ambas as esferas igualmente a cada sexo, para que a igualdade de honra não engendre rixas e conflitos. Deus preservou a paz reservando a cada um a sua esfera adequada. Ele dividiu as nossas vidas em duas partes, e deu a mais necessária e importante ao homem e a parte menor e inferior à mulher. Assim, Ele organizou a vida de maneira a que admirássemos mais o homem do que a mulher, pois os seus serviços são mais necessários do que os dela, e para que a mulher tivesse uma forma mais humilde e, assim, não se rebelasse contra o marido. 

10) Assim sendo, eis o que tu deves buscar numa esposa: virtude de alma e nobreza de carácter, para que desfrutes de tranquilidade, para que luxuries em harmonia e amor duradouro. 

11) O homem que se casa com uma mulher rica, casa-se com um chefe, e não com uma esposa. Porém, o homem que se casa com uma esposa em iguais condições ou mais pobre, casa-se com uma ajudante e aliada, trazendo inúmeras bênçãos para dentro de casa. A sua pobreza obriga-a a cuidar do seu marido com muito cuidado, obedecendo-lhe em tudo. […] Portanto, o dinheiro é inútil quando se trata de encontrar um parceiro de boa alma. 

12) Assim sendo, deixemos de lado as riquezas da esposa, mas examinemos o seu carácter e a sua piedade e recato. A esposa recatada, gentil e moderada, mesmo que seja pobre, irá transformar a pobreza em algo muito melhor do que a riqueza. 

13) Antes de mais nada, tu deves aprender qual o propósito do casamento, e por que foi introduzido nas nossas vidas. Não te perguntes mais nada. Qual seria, então, o objectivo do casamento, e por que é que Deus o criou? S. Paulo diz: Mas, por causa da tentação à imoralidade, cada um tenha a sua própria mulher (I Coríntios 7:2). […] Portanto, não despreza o maior nem busca o menor. A riqueza é muitíssimo inferior ao recato. É somente por este motivo que devemos buscar uma esposa: para evitarmos o pecado, para nos libertarmos de toda imoralidade. 

14) A beleza do corpo, se não estiver aliada à virtude da alma, será capaz de atrair o marido somente por uns vinte ou trinta dias, mas não conseguirá ir além disto antes que a perversidade da esposa destrua toda a sua atracção. Quanto àquelas que irradiam beleza de alma, quanto mais o tempo passa e a sua nobreza se evidencia, tanto mais aquecido será o amor do marido e tanto mais ele sentirá afeição por ela. 

15) É por meio do recato que o marido conseguirá atrair à sua família a boa vontade e a protecção de Deus. É assim que os homens de bem dos velhos tempos se casavam: buscando nobreza de alma em vez de riqueza monetária. 

16) Quando te decidires por uma esposa, não corras atrás de ajuda humana. Volta-te para Deus, pois Ele não se envergonhará de ser vosso casamenteiro. Foi Ele mesmo quem prometeu: Buscai primeiro o Reino de Deus, e todas as coisas vos serão acrescentadas (Mateus 6:33). Não te perguntes: “Como posso ver a Deus? Afinal, Ele não falará nem conversará comigo de maneira explícita, e portanto não conseguirei fazer-Lhe perguntas”. Estas são palavras de uma alma de pouca fé. Deus pode facilmente organizar tudo da maneira que Ele quiser, sem o uso da voz. 

17) A castidade é algo maravilhoso, mas é mais maravilhoso ainda quando está aliada à beleza física. As Escrituras falam-nos sobre José e a sua castidade, mas antes mencionam a beleza do seu corpo: José era formoso de porte, e de semblante (Génesis 39:6).

Em seguida, as Escrituras versam sobre a sua castidade, deixando claro, assim, que a beleza não levou José à licenciosidade. Pois nem sempre a beleza causa imoralidade ou a feiura causa recato. Muitas mulheres que resplandecem em beleza física resplandecem ainda mais em recato. Outras que são feias em aparência, são ainda mais feias de alma, manchada por inúmeras imoralidades.

Não é a natureza do corpo, mas a inclinação da alma que produz recato ou imoralidade.  

 

As paixões

Do Catecismo da Igreja Católica

O termo "paixões" pertence ao património cristão. Os sentimentos ou paixões designam as emoções ou movimentos da sensibilidade que inclinam alguém a agir ou não agir em vista do que é experimentado ou imaginado como bom ou mau. As paixões são componentes naturais do psiquismo humano; constituem o lugar de passagem e garantem a ligação entre a vida sensível e a vida do espírito. Nosso Senhor indica o coração do homem como a fonte de onde brota o movimento das paixões.

As paixões são numerosas. A paixão mais fundamental é o amor provocado pela atracção do bem.
O amor causa o desejo do bem ausente e a esperança de consegui-lo. Este movimento completa-se no prazer e na alegria do bem possuído.A percepção do mal provoca ódio, aversão e medo do mal que está por chegar. Este movimento completa-se na tristeza do mal presente ou na cólera que a ele se opõe.

Amar é querer algo de bom para alguém.
Todos os demais afectos têm a sua fonte no movimento original do coração do homem para o bem. Só existe o bem que é amado. As paixões são más se o amor é mau, boas se o amor é bom. Em si mesmas, as paixões não são boas nem más. Só recebem qualificação moral na medida em que dependem efectivamente da razão e da vontade. As paixões são chamadas voluntárias ou porque são comandadas pela vontade ou porque a vontade não lhes opõe obstáculo. Faz parte da perfeição do bem moral ou humano que as paixões sejam reguladas pela razão.

Os grandes sentimentos não determinam a moralidade nem a santidade das pessoas; são reservatório inesgotável das imagens e afeições em que se exprime a vida moral. As paixões são moralmente boas quando contribuem para uma acção boa, e más quando se dá o contrário. Elas podem ser assumidas em virtudes ou pervertidas em vícios. A vontade recta ordena para o bem e para a bem-aventurança os movimentos sensíveis que ela assume; a vontade má sucumbe às paixões desordenadas e as exacerba. As emoções e sentimentos podem ser assumidos em virtudes ou pervertidos em vícios.

Na vida cristã, o próprio Espírito Santo realiza a sua obra mobilizando o ser inteiro, inclusive as suas dores, medos e tristezas, como aparece na Agonia e Paixão do Senhor. Em Cristo, os sentimentos humanos podem receber a sua consumação na caridade e na bem-aventurança divina.

A perfeição moral consiste em que o homem não seja movido ao bem exclusivamente pela sua vontade, mas também pelo seu apetite sensível, segundo a palavra do Salmo: "O meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo" (Sl 84,3). (CIC 1762-1770)



 

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