Como conhecer melhor o namorado
Como conhecer melhor o namorado e reagir positivamente no relacionamento
Basicamente, o tempo de namoro serve para uma pessoa conhecer a outra e então os dois saberem como reagem e respondem entre si dentro de um relacionamento. Mas como conhecer melhor o namorado?
Num namoro, não basta apenas conhecer o amado no sentido de saber os gostos dele, saber definir as suas habilidades e defeitos. Os amigos conhecem-se assim, familiares conhecem-se assim, mas o namoro deve caminhar para que o casal tenha um vínculo afetivo tão grande, a ponto de ser único. Afinal, é exatamente o que acontecerá se ambos chegarem a consolidar o matrimónio, pois, pela força do sacramento, eles serão uma só carne e uma só alma. E o namoro naturalmente proporciona tudo isto, que ambos se apropriem um do coração do outro no amor, pela livre opção do amado em se doar.
É claro que não se alcança toda esta cumplicidade de um dia para o outro. Deve-se respeitar as fases, o tempo, a gradualidade de cada coisa, a disposição interior que a outra pessoa tem em se doar, em confiar cada vez mais no namorado e revelar o que ela é. Portanto, tudo parte do conhecimento entre o casal.
Quatro aspectos de como se dará o conhecer o outro, e daí o bom relacionamento entre eles. Um detalhe: os quatro aspectos interagem entre eles, um funciona em vista do outro. Não dá para aplicar só um deles. É preciso analisar e praticar todos os quatro com atenção e zelo. Talvez pelas pessoas privilegiarem apenas um ou dois, e fazer “vista grossa” aos outros, é que alguns namoros e casamentos vão mal.
Quatro pontos fundamentais para o conhecimento
1. Capacidade de diálogo
– “Não é simplesmente diálogo, pois capacidade de dialogar significa muito mais que o simples falar e ouvir, e diz respeito ao dom de compreender e interagir” (Livro: ‘As cinco fases do namoro’).
A pessoa tem de ser disposta a conversar, falar de si e também escutar sobre o outro. Devemos entregar aquilo que somos por meio da fala. Não tenha medo! Se você tiver muitos segredos, coisas que não gostaria de contar a ninguém, saiba que a melhor coisa do mundo é ser aceito por alguém que o ama independente das misérias pelas quais você possa ter passado. Então, pode começar por contar as coisas mais leves e, conforme for sendo aceito pelo par, vai dizendo mais. Você precisa de ter alguém que saiba tudo sobre você, em quem possa confiar.
– Nos entraves, nas discussões, o que deve prevalecer nos nossos corações deve ser: os dois chegarem a um acordo satisfatório, em vez de só quererem ter razão e demonstrarem isso. Será a capacidade de diálogo que promoverá o acerto.
– “Nada de mentiras, informações parciais ou omissões. Ter uma informação e não a partilhar passa a funcionar como uma mentira para o parceiro, pois lhe negamos algo que poderia ser essencial na sua construção de pensamento sobre você e sobre o relacionamento” (Livro: ‘As cinco fases do namoro’).
– Não queira expressar-se por meio de sinais. Exemplo: Se você está insatisfeito com algo, age friamente e dá respostas curtas. Se quer sair, arruma-se e fica à espera que o outro o convide. “Isso não funciona! Se sentir algo, fale; se pensar, expresse; se perceber reações diferentes, examine, pergunte. Se não entender da primeira vez, pergunte de novo. Saiba que as primeiras e as mais privilegiadas formas de comunicação são a fala e a escuta” (Livro: ‘As cinco fases do namoro’).
2. Vivência
– Veja se tudo o que ele relatou pelo diálogo é verdade ou se há, pelo menos, uma verdadeira disposição de viver o relato na prática.
Digamos que ele tenha dito que é amoroso e sensível, mas, na casa dele, é arredio, revoltoso e briga com os seus familiares. (Aliás, entre os familiares da pessoa, é uma ótima ocasião para você ver quem realmente ele é). Disse-lhe que é perseguido no trabalho, mas, numa confraternização da empresa em que você pôde participar, só o viu em “panelinha”, falando mal dos outros colegas e praguejando a instituição.
A pessoa diz-se honesta e idónea, cumpridora dos seus deveres, mas avança sempre o sinal vermelho, gosta de levar vantagem e, continuamente, você fica a saber de reclamações sobre ela nas instituições que frequenta.
Nem é preciso dizer que você está a ser enganado, não é? Aquilo que a pessoa é de verdade acabará por se manifestando uma hora ou outra no quotidiano dela. Não é porque você ama que deve “fechar os olhos” a tudo isto. Veja bem e seja sincero consigo mesmo a este respeito.
– Outro ponto da vivência é: envolva-se com as coisas dele. Queira fazer parte do dia a dia do seu par. Ajude-o quando puder no trabalho da faculdade, nos afazeres que talvez ele tenha em casa ou no trabalho extra. Será uma ótima oportunidade de ver como é o jeito dele em proceder e resolver as coisas.
3. Percepção
– “Tente reparar detalhes que escapam à fala, como situações que frequentemente fazem a pessoa que amas ter as reações que não entendes, mas deseja compreender (….) Quanto mais conhecer os anseios e planos, a sua cultura, de onde veio, os seus ritos e manias familiares, até a sua história de vida e tudo o que passou e viveu, mais fácil será entender o que está por trás dos seus gestos. A sensibilidade também é ferramenta da comunicação” (Livro: ‘As cinco fases do namoro’).
– Perceba também como o seu amor se posiciona ao defendê-lo, se está ao seu lado quando você precisa e quanto se preocupa e zela para manter o bom andamento do relacionamento. E mais uma vez, seja sincero consigo mesmo ao analisar se ele é negligente consigo e, consequentemente, com o namoro, pois, com certeza, não será uma boa companhia para toda a vida.
4. Amizade:
– Apesar de namorados firmarem um compromisso muito mais íntimo do que a amizade, é imprescindível que ela exista dentro do relacionamento.
– Pela amizade fazemos uma escolha consciente pelo outro. “Sem a amizade não há algo além do “eros”. Nenhum namoro sobreviverá apenas com a atração, com a paixão” (Livro: ‘As cinco fases do namoro’).
Não escolhemos por quem nos apaixonamos. Mas, quando se constrói uma amizade dentro do namoro, temos condições de escolher, de continuar com o amado também pela razão. Que lindo quando uma pessoa pode dizer à outra: “Eu escolho, eu quero estar contigo, porque já não estou a ser arrastado pelos meus sentimentos. Quando penso em nós dois juntos, vejo que me faz bem estar ao teu lado”.
Há muitos casais que estão juntos somente por considerarem o sentimento, pois não conseguem entender-se um ao outro em coisas mínimas. Encontram-se para “beijos e abraços”, mas cada um vive os seus problemas. Quando houver dificuldades ou provações, a amizade fará aumentar a cumplicidade. “Estamos juntos, tanto para os desafios como para as consequências ou os méritos”.
Exemplo: “De que adianta uma rapariga namorar um rapaz e dividir todos os segredos e sonhos, o que há de mais profundo nela com uma amiga? Não! O casal precisa de viver uma amizade especial e profunda. Ela pode até ter uma fiel confidente como amiga, mas o namorado precisa de ser o maior e melhor amigo. Antes de chegarem ao noivado, um precisa de saber tudo o que diz respeito ao outro. Afinal, futuramente, será com o parceiro que eles vão conviver, morar e construir uma vida juntos. Então, que comece, desde o namoro, a intenção de serem os melhores amigos” (Livro: ‘As cinco fases do namoro’).
Quem ama investe, preocupa-se em fazer acontecer o que promove o bem ao seu coração e ao da pessoa amada. Sê autêntico, sê sempre tu mesmo, mostra a tua alma e coração ao outro. Não tenhas medo de renunciar a tudo o que atrapalha estes quatro aspectos, e, com certeza, os dois chegareis ao namoro, noivado e casamento felizes.