Namorar
Casamento: estou preparado para dar este passo?
- 01-09-2015
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Casamento: estou preparado para dar este passo?
Alguns critérios ajudam-nos a discernir se estamos preparados para dar um passo para o casamento
Faltando pouco tempo para o meu casamento, pergunto-me: existe hora certa para se casar?
Uma decisão como esta trata-se de algo sem volta, algo para sempre, que muda a tua história e te lança numa dimensão de eternidade. Não pode ser, então, uma escolha indecisa; é necessário um profundo discernimento e é urgente parar para pensar: é a hora?
Mas que critérios devem ser utilizados para se firmar em tal postura? Quais os parâmetros para se decidir para sempre? É possível fazer este compromisso definitivo?
Antes de dar sequência a este assunto, primeiro, precisamos de entender os níveis pelos quais o amor humano passa até ser, de facto, um amor cristão de esposo para esposa. Sem isto, não se tem critérios para dizer “é a hora”!
Baseados na Doutrina Católica, podemos dizer: a hora certa para se casar é quando se tem a disposição para morrer, quando se possui um amor desinteressado e se tem a capacidade de dar a vida.
Mas, “disposição para morrer”? Como assim? Se me quero casar, é para ser uma questão de vida, não de morte! Primeiro e grande erro.
Primeiro critério para casar é ter disposição de morrer. Morrer para uma vida de solteiro, morrer para uma vida de egoísmo, para uma visão só; mas também é abrir-se para uma visão do mundo a dois. Quem se casa sem a disposição para morrer pode, no casamento, tornar-se “assassino” do outro, pois, em vez de morrer, pode assumir a postura de matar os sonhos e projetos, as esperanças e os desejos do outro.
Segundo critério é ter um amor desinteressado. Isto não quer dizer ter uma postura passiva, mas ter um amor que não busca o seu próprio interesse, mas que sempre está atento ao interesse do outro, o que o outro pensa, vive e sente. Sem um amor desinteressado não consigo ver o outro como sujeito, mas como objeto de satisfação dos meus interesses.
O terceiro e talvez um dos centrais, é a capacidade de dar a vida. Neste caso, é necessário pensar esta vida concreta, pensar a abertura aos filhos, o projeto de fecundidade física, mas, além de tudo, uma vida que dá a vida todos os dias, que busca o nascimento constante do homem novo. Se, no primeiro critério, a questão é a morte do homem velho, neste terceiro critério, é questão de vida, nascimento do homem novo! Quem, ao se casar, não tem vontade de ser pai e mãe, não entendeu o sentido do casamento; logo, não é hora ainda de se comprometer para sempre. O mundo carece e padece, pois faltam pais e mães de verdade.
Quando o casal chega ao noivado, há muitas coisas que precisam de ser vistas: móveis, casa, lugar para a lua-de-mel, etc. Tudo isto é lindo, mas pode-se tornar um inferno se o casal não tiver disposição, às vezes, de morrer na sua vontade sobre a cor de cozinha preta e branca, e deixar a cozinha azul e branco da esposa viver.
Se não vivo um amor desinteressado por ela, será difícil entender que o vestido de noiva diz algo essencial dos seus sonhos, e que preciso acolher as lágrimas quando ela pensar nele. Se não estou aberto à vida, posso culpá-la por já engravidar na lua-de-mel e não ter seguido à risca o método natural.
Portanto, mais do que a hora de relógio, há uma hora do coração que é preciso ser vista.
Sobretudo, e acima de tudo, abre-te a Cristo, pois só com Ele aprendes a ser noivo e esposo, e assim terás a disposição de dar a vida sempre! Ele é o modelo do noivo que dá a vida pela noiva, pois se entregou pela Sua noiva, a Igreja, e a Sua entrega foi para sempre, foi definitiva!