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Namorar

As grandes lições de um namoro rompido

As grandeslições de um namoro rompido

 

Deus é o nosso jardineiro. Às vezes, Ele nos poda para crescermos melhor...

Eu era criança, mas lembro como se fosse ontem. Um dia eu tentava ajudar o meu pai nos trabalhos de jardinagem. Ele preparava-se para podar uma pequena árvore e eu opunha-me, dizendo que não era necessário e que a árvore ia sofrer. “Não te preocupes, filha, não vai doer. Ela precisa, porque alguns galhos estão tortos, outros cresceram desproporcionais, outros estão meio secos. Se os podarmos, a árvore vai crescer mais rápido e mais bonita, vais ver”.

E, olhando-me nos olhos, acrescentou: “Deus é o nosso jardineiro. Às vezes, Ele também nos poda para crescermos melhor. No nosso caso, às vezes dói mesmo, mas, com o tempo, percebemos quanto era necessário aquele ato de amor”. Eu não entendi, mas as palavras do meu pai ficaram impressas em mim. Acho que era isto que ele queria.

Os anos passaram e o Jardineiro divino podou amorosamente e em mais de uma ocasião a árvore da minha vida.

Um dos eventos mais importantes da minha existência foi a ruptura daquele noivado. Eu senti-me como uma árvore triste, magoada, que nenhuma primavera voltaria a reflorescer. Mas não foi assim. Voltei à vida com nova folhagem e consegui encontrar, cultivar e preservar o verdadeiro amor da minha vida, fundando a minha família.

“Deus é o nosso jardineiro”, dizia o meu pai, “e temos que ter fé”. Doeu quando eu perdi os meus ramos e folhas, mas a poda foi a oportunidade de aprender as lições mais importantes sobre o amor humano e corrigir os erros que tinham danificado profundamente a minha vida; para entender melhor que Deus é Amor e que Ele coloca essa capacidade em nosso coração para o nosso bem.

A lição mais importante que aprendi é que amadurecer no amor é transformar a nossa capacidade de amor em capacidade de amar. Amar é envolver-se ativa e totalmente, com o espírito inteligente e livre. O amor faz-nos responsáveis.

Foi assim que eu aprendi a viver o namoro e o noivado com o firme compromisso de o considerar aquilo que ele é: a preparação para um possível casamento. Aprendi que a etapa do namoro é importante para se conhecer um ao outro de modo pessoal e para dar valor um ao outro: se o namoro não for valorizado, o casamento também não será.

O amor entre namorados tem atitudes específicas. A passagem para a certeza de desejar e abraçar a união matrimonial exige que encontremos as respostas certas para algumas perguntas fundamentais:

• O que me atrai nele ou nela? As suas qualidades são profundas?

• Compartilhamos os mesmos valores, a mesma espiritualidade e os mesmos projetos, incluindo o conceito de namoro e de casamento?

• Estamos de acordo quanto ao número de filhos que desejamos ter?

• Demonstramos amor e respeito? Existe atração física e desejo? Essa atração manifesta-se castamente, com delicadeza e respeito?

• O caráter e os comportamentos de cada um são suficientemente equilibrados e estáveis?

• As discordâncias são abordadas e resolvidas no diálogo e na compreensão mútua? Reconhecemos os nossos erros e pedimos desculpa?

• Conhecemos bem a vida profissional e os recursos um do outro? Aceitamos a profissão e os compromissos um do outro?

• Somos pessoas trabalhadoras, conscientes e honestas? Como é que cada um de nós administra o seu dinheiro?

• Como tratamos os outros: subordinados, amigos, familiares?

• Temos orgulho de apresentar ao outro os nossos amigos, familiares e colegas de trabalho?

• Aceitamos os conselhos um do outro? Dialogamos com calma, pacificamente?

• Compartilhamos confidências e interesses?

• Há paz na relação ou mal-estar e desconfortos?

• Somos livres na escolha um do outro, sem coerções de nenhum tipo?

• Aceitamos uma preparação séria para o nosso casamento?

Um namoro tem que ser longo o suficiente para permitir que os namorados se conheçam bem e curto o suficiente para que não caiam na rotina do descompromisso.

Pelo menos uma vez: um Natal, um aniversário, um sucesso, um fracasso, um almoço com os pais, um desencontro, uma recusa, um novo início.

Devemos ter a coragem de pôr fim a uma relação que não responde da melhor maneira possível aos nossos valores, à nossa dignidade, à nossa maneira de ser.

Talvez doa, mas é necessário para o crescimento real no amor.

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