É ou não diferente um namoro cristão, fundado em valores cristãos?
NAMORADOS UNIDOS POR DEUS
Rafael
assume que no início a sua relação com Beatriz “não tinha um carisma cristão”.
Com a descoberta de Cristo, tudo mudou. “O que nós vivemos hoje, como casal de
namorados cristãos, não tem nada a ver com o que vivemos de início. Tínhamos apenas os valores católicos incutidos pelos nossos pais, mas faltava-nos, talvez, o encontro com Cristo”, considera este jovem, que está
no último ano do curso de
Engenharia Civil.
Animadores da Comunidade Verbum Dei
de Lisboa – Rafael com o Grupo de Universitários e Beatriz com a Escola da Palavra – estes dois jovens garantem que o que os distingue dos
restantes casais de namorados não
católicos é o diálogo. “Comparando com outras relações, sinto que há uma grande diferença, pelo menos no diálogo. Como o Rafael sabe que eu rezo as coisas
que lhe quero transmitir, ele
sente que não é só por mim que eu as digo, que é também por ele”, diz Beatriz, a namorada de Rafael há 4 anos e meio.
Olhando para trás, estes jovens
percebem que nem sempre o caminho foi fácil. Depois da fase a que Rafael chamou de “namoro de sobrevivência”, o
envolvimento do casal com a Comunidade Verbum Dei de Lisboa foi aumentando. Proporcionalmente, crescia também a relação afectuosa do casal. “O nosso
relacionamento enquanto casal de namorados acaba por estar ligado ao caminho
feito com a Comunidade Verbum Dei de Lisboa”- Rafael.
Ao nível da espiritualidade, como é que um jovem casal de namorados compreende
e vive a fé? O início da história
tem por base um e-mail, um simples e-mail. Confuso?
Nem por isso! Em 2007, Beatriz vai estudar Arquitectura para Liubliana, na Eslovénia, ao abrigo do programa
Erasmus. A oportunidade para contactos via telefone não era muita. Cristo volta
então a interpelar o jovem casal.
“Desde que começámos a querer que a nossa relação fosse diferente, elegemos um dia por semana para rezarmos em conjunto e partilhar a nossa oração por e-mail”. As terças-feiras
à noite passavam a ser de oração comum. Beatriz em Liubliana e Rafael em
Lisboa, a quase três mil quilómetros de distância. Esta iniciativa do casal, “que nasceu um pouco sem querer”, fez com que, após o regresso
de ‘Bia’ a Portugal, estes jovens namorados dediquem as manhãs de terças-feiras à oração, na casa das missionárias da
Verbum Dei. Paralelamente, a espiritualidade do casal é também alimentada por
diversos projectos realizados no âmbito da paróquia. “Os meus amigos já sabem
que às segundas e quartas-feiras à
noite não podem contar comigo porque
tenho sempre actividades com a
comunidade”, destaca, sorridente,
Rafael, que assegura: “Este caminho de oração e partilha tem melhorado
muito a relação”.
Poderá o verdadeiro namoro ser considerado uma preparação para o casamento?
“Com a responsabilidade que temos dentro da Comunidade Verbum Dei, percebemos
que também nós tínhamos de ser mais responsáveis pela relação que estávamos a
construir” - Beatriz.
Para estes jovens, o tempo de namoro é o verdadeiro caminho de amadurecimento do casal. “Começa agora a ser construído um futuro mais consistente, sobretudo ao nível da construção de uma família, que é importante solidificar agora”, refere Beatriz, enquanto Rafael salienta que “o objectivo já não é só estarmos bem um com o outro, mas também vermos o que podemos fazer pelos outros, enquanto casal”. Isto é algo que só pôde ser descoberto em Igreja. “Na Comunidade Verbum Dei encontrámos outros casais que vivem de acordo com o que procuramos para nós, enquanto casal”. Beatriz é também decidida na resposta: “Afinal, há mais pessoas como nós, a acreditar que vale a pena ter uma relação diferente”.