Ave Maria Imaculada... Rezai o Terço todos os dias... Mãe da Eucaristia, rogai por nós...Rainha da JAM, rogai por nós... Vinde, Espirito Santo... Jesus, Maria, eu amo-Vos, salvai almas!

Meditar faz bem

Senhor, eu não tenho ninguém

“Depois disso, houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. Há em Jerusalém, junto à porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico “Betsaida”, que tem cinco pórticos. Nestes pórticos jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos, que esperavam o movimento da água. E, de tempos em tempos, um anjo do Senhor descia ao tanque e a água se punha em movimento. E o primeiro que entrasse no tanque, depois da agitação da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse. Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos. Vendo-o deitado e sabendo que já havia muito tempo que estava enfermo, perguntou-lhe Jesus: “Queres ficar curado?” O enfermo respondeu-lhe: “Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; enquanto vou, já outro desceu antes de mim” (João 5,1-7).

Nós devemos perder a visão do Senhor

Na sociedade actual, há muita gente a viver: “de vez em quando”: “De vez em quando vou à Missa”; “de vez em quando eu rezo”… As pessoas têm vivido superficialmente, é uma vida de tanta superficialidade, de tanta ficção que nós perdemos a visão do Senhor. Estamos como o cocho, o doente, e insistimos em ficar na porta dos fundos, que é a porta da morte, e dizemos ao Senhor, “Senhor, estou sozinho, eu não tenho ninguém”.

Quando aquele homem respondeu “eu não tenho ninguém”, ele está imbuído de uma tristeza e de uma indiferença, porque ele estava nas portas dos fundos, estava a insistir em ficar ali como um doente; ele perdeu a esperança e estava tão imbuído na morte, no sofrimento de todos, que já não tinha o optimismo Cristão.

E quando o Senhor chega até a ele e pergunta: “Queres ficar curado?” Ele tinha toda condição de dizer: “Sim, Senhor, quero ficar curado”; mas ele não reconhece o Senhor, e apenas diz: “Senhor, eu não tenho ninguém”. E Jesus não perguntou quantas pessoas estavam com ele, Ele apenas perguntou ao paralítico, naquele local: “Queres ficar curado?”  Mas ele estava tão sem esperança, tão cru, pois estava fixo na morte, no comodismo, que não cresce dentro dele o optimismo, a possibilidade de ser curado.

 Nós precisamos de dar uma resposta diferente e dizer “Senhor, eu tenho-Te a Ti”.

Tal atitude faz-nos reflectir quanto estamos a viver no comodismo. “Eu não tenho ninguém”, ”não tenho ninguém para ir à Missa comigo, para ir à novena”. Esta é a resposta da sociedade e, muitas vezes, é também a nossa resposta, pois estamos no comodismo, não conversamos, não pedimos ajuda, não pedimos oração, nós estamos como aquele cocho a dizer: “Senhor, eu não tenho ninguém”, mas a nossa resposta precisa de ser: “Senhor, eu tenho-Te a Ti”.

O texto sagrado leva-nos a reflectirmos outra coisa: o egoísmo, a sociedade egoísta que quer tirar proveito de todos, vantagem em cima de tudo, ser sempre o primeiro. Ninguém se alegra com a condição do outro, por exemplo quando estamos no índice de egoísmo, numa destruição de uma relação fraterna. Quando nós temos o Senhor, a caridade é potencializada, mas quando eu dou esta resposta: “eu não tenho ninguém”, eu me inundo do meu egoísmo.

Outra parte que este texto bíblico nos faz reflectir é o favoritismo, “o jeitinho bem português”; é o apadrinhamento, é o viver de favores.  Este favoritismo quer dizer: perdeu-se a potência do esforço pessoal, é o perder-se a visão. Nós precisamos de mudar o nosso vocabulário e começar a dizer: “Senhor, eu tenho-Te a Ti, eu não estou só”.

Vemos também, neste texto sagrado, a frustração, que nos faz perder uma virtude teologal, a esperança. No baptismo, recebemos estas três virtudes: fé, esperança e a caridade. Está em nós, é intrínseco. E, quando aquele cocho diz: “eu não tenho ninguém”, ele perdeu a esperança, o optimismo Cristão, a capacidade de amar, perdeu a força de crer e culpa os outros.

Meu irmão, procura ser uma pessoa activa que vive a fé, a esperança a caridade; que está contra a frustração, contra o comodismo. Nós não podemos responder como o paralítico. Nós precisamos de dar a resposta: “Senhor, eu tenho-Te a Ti!”  Quando nós esperamos no Senhor, quando confiamos mesmo nEle, as mudanças tornam-se possíveis.

 

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